Introdução: A síndrome de lise tumoral (SLT) é uma complicação metabólica grave que pode ocorrer em pacientes com câncer, especialmente aqueles com tumores de alta massa tumoral e alta sensibilidade à quimioterapia, como leucemias agudas, linfomas e mieloma múltiplo. A SLT é caracterizada pela liberação maciça de produtos celulares no sangue, como potássio, fósforo, ácido úrico e cálcio, que podem causar distúrbios eletrolíticos, acidose metabólica, insuficiência renal aguda e arritmias cardíacas. A SLT pode ser fatal se não for diagnosticada e tratada precocemente e adequadamente. O cuidado farmacêutico em oncologia é uma atividade clínica que visa otimizar a farmacoterapia, prevenir e resolver problemas relacionados aos medicamentos, educar e orientar os pacientes e os profissionais de saúde, e contribuir para a melhoria da qualidade de vida e dos desfechos clínicos dos pacientes com câncer. O farmacêutico tem um papel fundamental na prevenção, identificação, manejo e monitoramento da SLT, bem como na promoção da segurança do paciente e do uso racional de medicamentos. Objetivo: Avaliar a relevância do cuidado farmacêutico em oncologia na atuação na SLT, destacando as principais intervenções, os benefícios e os desafios do farmacêutico nesse cenário. Metodologia: Trata-se de uma revisão da literatura, as buscas ocorreram nas bases de dados PubMed, Scopus, Web of Science e SciELO, utilizando os descritores “pharmaceutical care”, “oncology”, “tumor lysis syndrome”, “prevention”, “management” e “monitoring”, combinados com os operadores booleanos “AND” e “OR”. Foram selecionados artigos originais, revisões sistemáticas, meta-análises e diretrizes publicados de 2019 à 2023, em inglês ou português, que abordassem o cuidado farmacêutico em oncologia na atuação na SLT. Foram excluídos artigos que não apresentassem dados relevantes, que fossem duplicados e pagos. Os artigos selecionados foram avaliados quanto à sua validade, relevância e aplicabilidade, e os dados extraídos foram sintetizados em uma narrativa descritiva. Resultados e discussões: Foram identificados 63 artigos, dos quais, após aplicados os critérios de inclusão e exclusão, resultou na escolha de 8 artigos para amostra da revisão. Os principais achados foram que, o cuidado farmacêutico em oncologia na atuação na SLT envolve diversas intervenções, como a avaliação do risco, a profilaxia, o tratamento, a educação e o acompanhamento dos pacientes com câncer, a revisão da prescrição, a dispensação, a administração e o monitoramento dos medicamentos, a detecção e a resolução de problemas relacionados aos medicamentos, a comunicação e a colaboração com os demais membros da equipe multidisciplinar, a elaboração e a implementação de protocolos, guias e fluxogramas, a participação em comissões e grupos de trabalho, a realização de pesquisas e a atualização contínua. O cuidado farmacêutico em oncologia na atuação na SLT traz diversos benefícios, como a redução da gravidade e da mortalidade da SLT, a melhoria da eficácia e da segurança da farmacoterapia, a prevenção e a redução de eventos adversos, interações medicamentosas e erros de medicação, a otimização dos recursos e dos custos, a satisfação e a adesão dos pacientes, a qualidade de vida e os desfechos clínicos. Além disso, o cuidado farmacêutico em oncologia na atuação na SLT enfrenta diversos desafios, como a falta de reconhecimento, de valorização e de remuneração do farmacêutico, a escassez de recursos humanos, materiais e financeiros, a heterogeneidade e a complexidade dos casos clínicos, a variabilidade e a dinamicidade das terapias, a falta de padronização e de integração dos sistemas de informação. Conclusão: O cuidado farmacêutico em oncologia na atuação na SLT é uma prática relevante, que pode contribuir para a prevenção, o manejo e o monitoramento da SLT, bem como para a melhoria da qualidade e da segurança do paciente com câncer. É necessário que o farmacêutico tenha uma formação e uma atuação clínica, que esteja inserido e integrado na equipe multidisciplinar, que utilize as melhores evidências disponíveis, que realize intervenções baseadas nas necessidades e nos objetivos dos pacientes, que avalie os resultados e os impactos das suas ações, e que busque aperfeiçoar continuamente o seu conhecimento e a sua prática.
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