INTRODUÇÃO: No Ciclo gravídico puerperal, o puerpério é a fase de maior vulnerabilidade psíquica, caracterizado pelo período que ocorre após o nascimento do concepto até seis a oito semanas após o parto, onde a mulher passa por várias alterações biológicas e psicológicas, principalmente devido à queda brusca dos níveis hormonais e somada também às alterações sociais, que predispõem ao aumento dos riscos para o surgimento de transtornos psíquicos puerperais, que são doenças mentais com início no primeiro ano após o parto e que se manifestam por desequilíbrios do humor psicótico e não psicótico. OBJETIVO: Descrever com base em evidências científicas, os transtornos mentais mais prevalentes no período puerperal. METODOLOGIA: Revisão bibliográfica, realizada em novembro de 2023 através da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e das bases de dados eletrônicas SciELO e LILACS com o cruzamentos dos descritores “Transtornos Mentais”, “Período Pós-Parto” e “Gestação” associados ao operador booleano AND. Foram encontrados 82 estudos, que posteriormente após aplicar os critérios de inclusão: estudos publicados em português e inglês entre 2019 e 2023, disponíveis online, de forma gratuita e integral e mediante análise exploratória apenas 08 foram selecionadas para compor o corpus deste estudo. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os estudos mostram que os transtornos mentais mais prevalentes no puerpério incluem a disforia pós-parto, depressão puerperal, transtorno de ansiedade generalizada, transtorno de estresse pós-traumático e psicose puerperal. A depressão puerperal é mais frequente com ocorrência em 15-20% das puérperas, tendo prevalência mais elevada em adolescentes, enquanto a disforia pós-parto afeta cerca de 50-85%. Em relação à psicose puerperal, os estudos descreveram ser mais rara, com ocorrência de apenas 0,1-0,2%. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Em síntese, essa revisão evidenciou que o pós-parto é uma fase marcada por vulnerabilidades, que predispõem ao desenvolvimento de distúrbios mentais com desfechos negativos para a saúde materna e neonatal. Portanto, o cuidado à mulher desde o pré-natal até o pós-parto imediato e nas primeiras semanas após o parto é fundamental para atuar na prevenção desses transtornos, sendo a abordagem holística e humanizada, peça indispensável no acolhimento e na estratificação dos fatores de risco que potencializam seu desenvolvimento.
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