INTRODUÇÃO: O isolamento social, principal medida de enfrentamento da pandemia de covid-19 até o desenvolvimento da vacina, afetou negativamente o processo de socialização e o desenvolvimento psicoemocional da população infantil, que apresenta defasagens físicas, cognitivas e um abalamento do contexto social em que estão inseridas, trazendo novos desafios e problemas de saúde a serem enfrentados pelos órgãos de saúde e educacionais, estando a saúde mental em protagonismo nesse novo paradigma. OBJETIVOS: Compreender as principais vulnerabilidades e demandas em saúde apresentadas pela população infantil do contexto pós-pandêmico. METODOLOGIA: revisão bibliográfica de literatura com base em artigos obtidos nos bancos de dados PubMed e SciELO, em inglês e português de 2020 a 2024, com as palavras-chave “Covid-19”, “Child Development”. Foram incluídos artigos relacionados com enfoque no impacto da pandemia no desenvolvimento infantil nas esferas física, mental e social. RESULTADOS: O impacto do isolamento social fomentou um modo de vida sedentário e mudanças nos padrões alimentares e de sono o que, aliado ao uso excessivo de telas, contribui para maior prevalência de problemas oculares e uma pior saúde mental, o que reflete nos maiores índices de ansiedade e depressão na população infantil, além do prejuízo no desenvolvimento de habilidades de fala, escrita e leitura. O espectro familiar também foi prejudicado, o que é demonstrado pelos maiores índices de depressão pós-parto e de gestações não planejadas durante a pandemia, juntamente da ampliação do estresse familiar associado ao home office. CONCLUSÕES: Evidencia-se, portando, uma mudança do paradigma da saúde infantil, com uma vulnerabilidade maior em demandas relacionadas à saúde mental e no contexto de uma relação familiar igualmente abalada pelo contexto do isolamento, sendo o acompanhamento psicológico profissional medida essencial no enfrentamento a essas vulnerabilidades.
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