Introdução: Nos últimos tempos, a imunologia reprodutiva tem adquirido um papel de destaque devido às dificuldades constantes enfrentadas por embriões que não conseguem se implantar ou são perdidos durante a gestação. Durante o processo de reprodução, diversos fatores relacionados ao sistema imunológico são considerados, devido à sua estreita ligação com os sistemas endócrino e nervoso, o que possibilita a síntese de substâncias como hormônios e neurotransmissores por esses sistemas e a influência dessas substâncias em diversas funções. Objetivo: Investigar a evolução da interação entre imunologia e reprodução assistida no tratamento da infertilidade, analisando os avanços e desafios dos últimos 17 anos. Metodologia: Uma revisão sistemática da literatura foi realizada com base em artigos publicados em fontes médicas online como PubMed, Scielo e Cochrane. Resultados: No século XXI, foram alcançados progressos significativos na área da medicina reprodutiva, resultando em maiores taxas de sucesso nos tratamentos de infertilidade. Após Louise Brown, o primeiro bebê de proveta do mundo, a técnica de fertilização in vitro teve avanços consideráveis; no entanto, muitas mulheres ainda enfrentam dificuldades na implantação após o procedimento ou sofrem abortos recorrentes, sendo um dos motivos os processos imunológicos, incluindo respostas de citocinas pró-inflamatórias e de células Treg no sangue periférico e tecido uterino. A regulação da resposta imunológica materna é fundamental para o sucesso da gravidez. Além disso, a falha na fertilização in vitro está associada a desequilíbrios nas respostas de Th1/Th2/Th17/Treg e o plasma seminal pode ter impacto positivo nos resultados da fertilização através de mudanças nos subgrupos de células T no sangue periférico. Atualmente, as abordagens terapêuticas incluem imunomoduladores e imunossupressores, como imunoglobulinas intravenosas, corticosteroides, antagonistas de TNF? (como adalimumab, que não está ligado a um aumento significativo de malformações) e inibidores da calcineurina (como tacrolimus, seguro para mãe e feto). Apesar dos avanços tecnológicos na reprodução assistida e dos 40 anos passados desde o nascimento do primeiro bebê de proveta, essas tecnologias continuam sendo acessíveis principalmente através da medicina privada. Essa concentração tem agravado as desigualdades e aumentado a vulnerabilidade de pessoas excluídas desse acesso. Conclusão: Mesmo com os recentes avanços na reprodução assistida, ainda existem desafios a serem enfrentados, especialmente no que diz respeito às taxas de sucesso na gravidez, aos nascimentos múltiplos e às anomalias genéticas. A imunologia se mostra uma ferramenta valiosa para encontrar soluções na medicina reprodutiva, oferecendo maior especificidade e sensibilidade aos diagnósticos e tratamentos futuros.
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