Contextualização: A terapia contra o câncer de mama tem aumentado a expectativa de vida das mulheres. Entretanto, as complicações resultantes do tratamento oncológico podem impactar negativamente na recuperação funcional e no bem-estar das sobreviventes. Objetivos: Investigar o perfil das pacientes que passaram pela cirurgia de câncer de mama e correlacionar a variação do volume do membro superior com a qualidade de vida. Metodologia: Realizamos um estudo transversal como parte do projeto "Mulher Ativa" da Faculdade de Medicina de Minas Gerais. As pacientes em fase pós-operatória da cirurgia de mama foram recrutadas no Ambulatório de Oncologia Mamária do Instituto Jenny Faria entre agosto e dezembro de 2017. Foram coletadas informações socioeconômicas e de saúde, e aplicado o questionário WHOQOL-bref, que incluía a pergunta principal: Como você avalia sua qualidade de vida? As respostas variavam de "muito ruim" a "muito boa". Como medida objetiva, foi realizado o cálculo do volume do membro superior operado através da volumetria direta bilateral, pesando o volume de água deslocado numa balança digital. Os dados foram analisados estatisticamente e a associação entre a variação do volume e a qualidade de vida foi avaliada pelo teste de Mann-Whitney, com nível de significância de 5%, no software STATA 12.0. O estudo foi aprovado pela Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal de Minas Gerais, sob o protocolo número 402236, e as participantes assinaram o termo de consentimento. Resultados: Um total de 11 mulheres, com idade média de 54 anos, participaram do estudo, a maioria casadas (54,55%), pardas (63,64%) e com índice de massa corporal médio de 29,1 kg/m2. O tempo médio entre a cirurgia e a avaliação fisioterápica foi de 13,8 meses. A maioria das mulheres havia passado por mastectomia (81,83%), linfadenectomia axilar (63,64%), radioterapia (54,55%) e quimioterapia (72,73%). Após um mês da cirurgia, a maioria relatou sensação de "peso" no membro operado. Aquelas com melhor qualidade de vida apresentaram menor variação do volume (12,6%), enquanto as com pior qualidade de vida tiveram uma variação um pouco maior (13,5%), sem diferença estatisticamente significativa (p=0,855). Discussão/Conclusão: Mulheres com maior variação do volume relataram pior qualidade de vida. É crucial detectar precocemente o linfedema pós-operatório de câncer de mama para implementar medidas de reabilitação e monitoramento, visando prevenir complicações decorrentes do tratamento e garantir funcionalidade e qualidade de vida. Palavras-chave: Câncer de mama; Qualidade de vida; Linfedema.
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