Introdução: A Síndrome do Pôr do Sol (SPS) é caracterizada pelo aparecimento de sintomas neuropsiquiátricos de forma cronológica no final da tarde ou à noite. Essa condição pode ser agravada ou precipitada em idosos com demência de Alzheimer (DA), afetando o bem-estar do paciente e aumentando a sobrecarga do cuidador. Objetivo: Analisar os principais sintomas da Síndrome do pôr do sol e sua apresentação em idosos com demência de Alzheimer. Metodologia: Trata-se de uma revisão bibliográfica de literatura, cujos dados foram obtidos mediante artigos selecionados entre 2017 e 2021 nas bases de dados PubMed, Scielo e Google Scholar, usando os termos “Síndrome do Pôr do Sol”, “idosos” e “demência de Alzheimer” e seus equivalentes em inglês. Resultados: A SPS pode ser caracterizada por vários sintomas específicos que surgem principalmente no pôr do sol ou à noite, os quais são reunidos em 7 grupos: alterações psicomotoras, distúrbios cognitivos, distúrbios da fala, psicose, síntomas afetivos, sintomas inespecíficos e alterações nos padrões de sono. A causa da síndrome, possivelmente, está relacionada a alterações no ciclo circadiano, pois os sintomas neuropsiquiátricos nesse período representam um fator relevante às mudanças associadas ao núcleo supraquiasmático (NSQ), o qual funciona como o relógio biológico do cérebro, sendo responsável pelas variações do ciclo circadiano. A manutenção do ritmo circadiano é feita pela melatonina, cuja produção e liberação é regulada pelo próprio NSQ. Durante o envelhecimento, os níveis de melatonina diminuem, em idosos com demência de Alzheimer, são ainda mais reduzidos, gerando propensão à SPS. Ademais, os pacientes com demência do tipo Alzheimer possuem anormalidades mais protuberantes no NSQ, condição que tem influência no ciclo circadiano, contribuindo para o desenvolvimento da SPS. Relatou-se deterioração mais rápida da função cognitiva nos estágios iniciais de DA, associada à exacerbação de sintomas, sendo a agressividade o principal fator estressante para familiares, gerando mudanças no cotidiano do cuidador, que pode ter sua vida pessoal e profissional desestruturada pela responsabilidade de cuidar. Conclusão: A apresentação dos sintomas da SPS em idosos com DA é intensificada em comparação com os pacientes idosos sem a demência, esse agravamento das manifestações comportamentais é explicado mediante alterações morfológicas e fisiológicas que contribuem ainda mais na disfunção do ritmo circadiano.
Comissão Organizadora
Editora Lion
Comissão Científica