Introdução: O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma condição neuropsiquiátrica comum em crianças e adolescentes, caracterizada por sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade. A detecção precoce é crucial para o manejo efetivo do TDAH, porém, o diagnóstico clínico muitas vezes depende de métodos subjetivos, como questionários e entrevistas, que podem levar a imprecisões. Recentemente, novas tecnologias, como inteligência artificial (IA), realidade virtual (RV) e dispositivos vestíveis, têm sido exploradas para melhorar a precisão e a rapidez do diagnóstico. Objetivo: Este estudo tem como objetivo revisar criticamente a literatura sobre o uso de novas tecnologias para a detecção do TDAH em pacientes pediátricos, identificando avanços, desafios e implicações clínicas dessas ferramentas. Metodologia: Foi realizada uma revisão bibliográfica integrativa utilizando bases de dados como PubMed, Scopus e Google Scholar, abrangendo publicações dos últimos dez anos (2013-2023). Os critérios de inclusão foram estudos que abordaram o uso de tecnologias inovadoras, como IA, RV, dispositivos vestíveis e aplicativos móveis para a detecção de TDAH em pacientes pediátricos. Foram excluídos estudos que não focavam diretamente na detecção ou que se limitavam a intervenções terapêuticas. Resultados: A revisão revelou que tecnologias emergentes, como a IA e o aprendizado de máquina, estão sendo aplicadas para analisar padrões comportamentais complexos a partir de dados de vídeo, áudio e eletroencefalograma (EEG). Realidade Virtual tem sido utilizada para criar ambientes controlados que avaliam a atenção e o controle de impulsos de maneira mais objetiva do que os métodos tradicionais. Dispositivos vestíveis, como smartwatches e sensores de movimento, também têm se destacado como ferramentas eficazes na detecção do TDAH. Esses dispositivos monitoram continuamente dados fisiológicos (como a frequência cardíaca) e comportamentais (como padrões de movimento e atividade física) que podem estar associados ao transtorno. Estudos mostram que crianças com TDAH frequentemente apresentam padrões de atividade física mais irregulares e maior variabilidade na frequência cardíaca em resposta a estímulos externos, comparadas a seus pares sem o transtorno. Considerações Finais: As novas tecnologias representam um avanço significativo na detecção de TDAH em pacientes pediátricos, oferecendo maior objetividade, precisão e eficiência em comparação aos métodos tradicionais. Estudos futuros devem focar na padronização dessas tecnologias e na avaliação de sua aplicabilidade em diferentes contextos culturais e econômicos.
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