Introdução: A semaglutida, um agonista do receptor do peptídeo-1 semelhante ao glucagon (GLP-1), é amplamente utilizada no tratamento do diabetes mellitus tipo 2 devido ao seu efeito hipoglicemiante e seus benefícios cardiovasculares. Recentemente, estudos vêm destacando seu papel na redução do risco e na progressão da doença renal crônica (DRC) em pacientes diabéticos. A relação entre diabetes tipo 2 e doença renal crônica é significativa, visto que a nefropatia diabética é uma das principais complicações da diabetes, resultando em aumento da morbidade e mortalidade. Assim, explorar os potenciais benefícios da semaglutida no manejo da DRC se torna essencial para aprimorar o tratamento dessa população de risco. Objetivo: O objetivo deste estudo é revisar a literatura existente a respeito dos efeitos da semaglutida sobre a progressão da doença renal crônica em pacientes com diabetes tipo 2, avaliando sua eficácia na prevenção de eventos renais adversos, melhora da função renal e redução de fatores de risco associados. Metodologia: A metodologia aplicada foi uma revisão sistemática da literatura, realizada na base de dado PubMed. Foram incluídos ensaios clínicos randomizados, meta-análises e revisões sistemáticas publicados nos últimos 10 anos, que avaliaram os efeitos da semaglutida em pacientes com diabetes tipo 2 e DRC. Os critérios de inclusão foram estudos que abordassem a progressão da doença renal, redução da albuminúria, taxas de filtração glomerular (TFG) e prevenção de eventos renais. Estudos com foco exclusivo em desfechos glicêmicos ou cardiovasculares, sem análise da função renal, foram excluídos. Os resultados da revisão mostraram que a semaglutida tem efeitos benéficos na proteção renal. Ensaios clínicos, como o SUSTAIN-6, demonstraram que pacientes tratados com semaglutida apresentaram uma redução significativa na progressão da albuminúria e na deterioração da TFG, em comparação ao grupo placebo. Além disso, a semaglutida mostrou potencial na prevenção de eventos renais adversos, incluindo a redução do risco de desenvolvimento de nefropatia em pacientes diabéticos com alto risco cardiovascular. Os mecanismos propostos incluem a redução da pressão arterial, diminuição do estresse oxidativo e da inflamação, além de efeitos diretos nas células renais, favorecendo a proteção do sistema glomerular. Os principais efeitos adversos relatados foram gastrointestinais, como náuseas e diarreia, mas foram considerados manejáveis e diminuíram com o tempo. Conclusão: A semaglutida é uma terapia promissora não apenas para o controle glicêmico, mas também para a proteção renal em pacientes com diabetes tipo 2 e doença renal crônica. Sua ação na redução da progressão da albuminúria, na melhora da função renal e na prevenção de eventos renais adversos torna a semaglutida uma importante aliada no manejo da DRC. No entanto, são necessários mais estudos de longo prazo para confirmar esses benefícios e esclarecer os mecanismos envolvidos em sua ação nefroprotetora.
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