INTRODUÇÃO: O alcoolismo é uma dependência do álcool, considerada uma doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que traz sérios riscos ao indivíduo. O consumo contínuo e excessivo de álcool pode comprometer significativamente a saúde física do usuário, além de impactar de forma negativa sua vida em comunidade, gerando problemas familiares, profissionais e potencializando os riscos de acidentes e violência (BIREME, Alves). Portanto, os alcoólatras podem ser incluídos na parcela da sociedade que é alvo constante de estigmatização e preconceito. OBJETIVO: O estigma advém de forma indissociável a essa alteração e, portanto, o objetivo deste resumo simples é identificar os tipos de estigmas que pessoas alcoólatras sofrem e quais são seus efeitos no processo de recuperação. Assim, foi feita uma revisão literária acerca dos estigmas que o paciente alcoólatra sofre. METODOLOGIA: Para isso, foi efetuada uma seleção de artigos sobre a temática, utilizando-se a ferramenta de pesquisa Google Acadêmico, onde se verificou as bases de dados: enciclopédia de antropologia da USP, Scielo, BMJ journals, Brazilian Journal of Development e Wiley Online Library, tais trabalhos são do período de 2018 a 2024. RESULTADOS: Nesse viés, Erving Goffman (1922-1982) define o estigma como um processo relacional em que certos atributos e estereótipos são associados a uma pessoa, resultando em uma "identidade deteriorada" que afeta suas interações sociais. Esse conceito, que surge em Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada (1963) e se relaciona ao interacionismo simbólico e às análises de desvio, influenciando estudos sobre normas sociais e desajustes culturais (ASSENSIO, Cibele Barbalho; SOARES, Roberta). Logo, os alcoólatras são vistos como portadores de uma identidade desviante e, por isso, são levados a enfrentarem um efeito deletério em diversas esferas da vida. Indivíduos com alcoolismo, então, enfrentam diferentes tipos de estigmas que trazem inúmeras consequências, que podem acarretar na dificuldade do tratamento e reabilitação do paciente, além de afetar sua saúde mental. O estigma público, por exemplo, associa o alcoolismo à falta de moralidade e autocontrole, gerando discriminação social e tornando a busca por ajuda mais difícil (Kilian et al.). Já o estigma estrutural envolve políticas e práticas institucionais que restringem o acesso a serviços de saúde e oportunidades de trabalho, tratando o alcoolismo menos como uma condição médica e mais como um problema de caráter (Crozier et al.). Por fim, o auto estigma faz com que a pessoa internalize esses preconceitos, sentindo-se envergonhada e desmotivada para buscar tratamento, o que agrava sua condição e dificulta a reintegração. O nosso enfoque de pesquisa eram os estigmas que o paciente alcoólatra sofre e, a partir disso, chegamos ao entendimento de que esse conjunto de estereótipos (ideias pré-concebidas) e atributos aplicados a um indivíduo, os quais resultam em uma identidade deteriorada (GOFFMAN, Erving, 1963), dificultam o tratamento dessa condição, pois criam uma imagem deletéria deste paciente, como alguém sem autocontrole (estigma público) e com problema de caráter (estigma estrutural). Desse modo, isso leva à internalização da condição e à falta de motivação para aderir o tratamento (auto-estigma), tanto do paciente, quanto do profissional que o vê de maneira distorcida. Portanto, essa conjunção de fatores provoca um agravo do alcoolismo, uma doença pela OMS. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Com isso, pode-se afirmar que o objetivo da pesquisa foi concluído com êxito, pois pudemos escrever de forma satisfatória sobre a temática. Porém, cabe ressaltar que encontramos limitações quanto à quantidade de material científico analisado e que, para trabalhos futuros, faz-se mister que haja uma amplificação da pesquisa, de modo a abranger mais conteúdo e possibilitar um avanço cada vez maior no conhecimento.
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