Introdução: A humanização no ambiente das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) é essencial para transformar o cuidado em algo mais acolhedor e empático, especialmente em um espaço comumente associado a características como frieza, impessoalidade e alta carga de estresse. As UTIs, por sua própria natureza, são ambientes tecnicamente avançados e frequentemente marcados por uma rotina rigorosa e protocolos rígidos, destinados a salvar vidas em situações de grande gravidade. Contudo, esse contexto pode gerar impactos emocionais negativos tanto para os pacientes quanto para seus familiares. Ansiedade, medo e insegurança são sentimentos comuns em quem vivencia o ambiente da UTI, o que pode, inclusive, comprometer o processo de recuperação e a interação com a equipe de saúde. Ao oferecer uma abordagem mais próxima e centrada nas necessidades humanas, a humanização contribui para a recuperação dos pacientes, melhora a percepção do cuidado pelos familiares e favorece a construção de um clima mais acolhedor e solidário dentro da UTI. Além disso, tais práticas podem ter reflexos significativos na saúde mental e emocional da própria equipe de saúde, promovendo maior satisfação no trabalho e reduzindo o risco de burnout. Objetivo: O objetivo deste estudo é analisar os desafios envolvidos e propor práticas eficazes para a implementação de cuidados humanizados em UTIs. Método: Realizou-se uma revisão de literatura abordando estratégias de humanização no cuidado intensivo, com enfoque em aspectos como comunicação, empatia e envolvimento da equipe multiprofissional. Foram analisados artigos científicos publicados em bases reconhecidas nos últimos dez anos. Resultados: As práticas humanizadas em UTIs englobam diversas estratégias que buscam aproximar os cuidados médicos das necessidades emocionais e psicológicas dos pacientes e de seus familiares. Entre essas estratégias, destaca-se a flexibilização do horário de visitas, que permite maior convivência entre o paciente e seus entes queridos. Essa proximidade não apenas contribui para o bem-estar emocional do paciente, mas também fortalece o vínculo entre a família e a equipe de saúde. Além disso, o envolvimento dos familiares nas decisões clínicas e nos cuidados prestados ao paciente é outra prática relevante, pois promove maior confiança e senso de parceria no processo terapêutico. Outro aspecto crucial é a comunicação. O uso de linguagem clara, acessível e sensível por parte da equipe de saúde tem se mostrado uma ferramenta eficaz para facilitar o entendimento das informações e reduzir a ansiedade dos familiares. Essa abordagem promove maior alinhamento entre as expectativas das famílias e as possibilidades terapêuticas, além de minimizar mal-entendidos que podem gerar conflitos. Entretanto, desafios significativos ainda dificultam a implementação plena dessas práticas. Entre eles, destaca-se a sobrecarga de trabalho dos profissionais de saúde, que pode comprometer a qualidade das interações. A falta de treinamento específico em humanização e a resistência organizacional às mudanças também figuram como barreiras importantes, demandando um esforço conjunto para serem superadas. Conclusão: A humanização nas UTIs deve ser vista como um pilar fundamental do cuidado intensivo, beneficiando tanto os pacientes quanto os familiares e a equipe de saúde. Para que essa prática se consolide, é imprescindível investir em capacitações voltadas ao desenvolvimento de habilidades interpessoais, além de promover mudanças organizacionais que priorizem a comunicação, o acolhimento e a empatia. A criação de políticas institucionais que reforcem a importância da humanização é igualmente crucial para superar os desafios e estabelecer uma abordagem centrada no paciente e em sua família como valores essenciais no ambiente hospitalar.
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