Introdução: A comunicação eficaz é um elemento central nos ambientes de terapia intensiva e emergência, caracterizados por sua alta complexidade, decisões rápidas e situações que frequentemente envolvem riscos à vida dos pacientes. Nesse cenário, a qualidade da interação entre profissionais de saúde, pacientes e familiares desempenha um papel crucial para o sucesso do cuidado prestado. A ausência de uma comunicação clara e estruturada pode resultar em falhas graves, comprometendo a segurança do paciente, gerando conflitos com familiares e prejudicando os desfechos clínicos. O ambiente de terapia intensiva e emergência exige não apenas precisão técnica, mas também habilidades interpessoais que humanizem o cuidado. A comunicação, quando bem executada, contribui para fortalecer a relação de confiança entre a equipe de saúde e os pacientes, promovendo acolhimento e reduzindo a ansiedade. Uma abordagem empática e acessível permite que os familiares compreendam melhor o quadro clínico, participem ativamente das decisões e sintam-se mais seguros quanto ao tratamento oferecido. Assim, a comunicação eficaz não é apenas uma questão técnica, mas também um componente ético e humano indispensável na assistência em saúde. Objetivo: Este estudo tem como objetivo analisar o papel da comunicação no cuidado em terapia intensiva e emergência, avaliando sua influência na segurança do paciente e na qualidade do atendimento. Método: Foi realizada uma revisão de literatura com foco em práticas comunicativas aplicadas em unidades de terapia intensiva e setores de emergência. Estudos recentes foram analisados para identificar estratégias eficazes e seus impactos nos desfechos clínicos, além de barreiras recorrentes nesses cenários. Resultados: Estudos apontam que a comunicação efetiva está diretamente relacionada à melhora no entendimento de diagnósticos, ao fortalecimento do vínculo com familiares e à redução de conflitos e erros médicos. Profissionais que utilizam uma linguagem acessível e evitam termos excessivamente técnicos promovem maior compreensão e envolvimento dos pacientes e de seus familiares no processo de cuidado. Esse tipo de abordagem contribui para criar um ambiente de confiança, essencial para o êxito das intervenções realizadas em situações críticas. Entre as práticas consideradas eficazes, destacam-se as reuniões multiprofissionais, nas quais as equipes discutem casos de forma colaborativa e alinham as condutas assistenciais. Essa estratégia não apenas melhora a comunicação interna entre os profissionais, mas também facilita a criação de um plano de cuidados integrado. Além disso, o estabelecimento de um feedback contínuo entre os membros da equipe é uma ferramenta poderosa para identificar falhas, ajustar processos e promover uma cultura de aprendizado constante. Apesar desses avanços, desafios significativos ainda dificultam a implementação de uma comunicação sistematizada nos ambientes de terapia intensiva e emergência. A alta carga de trabalho, a pressão constante e a falta de treinamento específico para o desenvolvimento de habilidades comunicativas estão entre os principais obstáculos. Além disso, muitos serviços ainda carecem de protocolos claros para orientar a comunicação em momentos críticos, o que pode comprometer a sua eficácia e aumentar o risco de mal-entendidos. Conclusão: A comunicação deve ser encarada como uma prioridade estratégica em unidades de terapia intensiva e emergência, pois é fundamental para garantir o bem-estar dos pacientes, a segurança do cuidado e a eficiência dos processos assistenciais. Para isso, é indispensável investir na capacitação contínua das equipes, com foco no desenvolvimento de habilidades interpessoais e na adoção de estratégias comunicativas eficazes. Além disso, a criação de protocolos específicos e o incentivo a um ambiente de colaboração podem ajudar a superar os desafios existentes, promovendo uma assistência mais humanizada, segura e eficiente.
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