RESUMO:
Introdução: O câncer é uma das principais causas de morbimortalidade no mundo, e os programas de
rastreamento configuram-se como estratégias fundamentais para a detecção precoce e redução da
mortalidade associada. Apesar dos avanços em saúde pública, persistem desigualdades no acesso e
desafios relacionados ao sobrediagnóstico, sobretratamento e custos econômicos. Nesse contexto, novas
abordagens, como o uso de tecnologias digitais e a integração da medicina de precisão, têm ampliado o
potencial dos programas de rastreamento, tornando-os mais acessíveis e eficazes. Objetivos: Revisar as
evidências disponíveis sobre os programas de rastreamento de câncer, analisando sua efetividade,
impacto epidemiológico, inovações tecnológicas, barreiras socioeconômicas e estratégias de
implementação em diferentes contextos populacionais. Materiais e Métodos: Foi realizada uma revisão
narrativa nas bases PubMed e SciELO, utilizando os descritores “câncer”, “rastreamento”, “prevenção”
e “programas de saúde pública”. Foram incluídos artigos publicados entre 2015 e 2025, contemplando
ensaios clínicos randomizados, revisões sistemáticas, meta-análises, diretrizes, além de estudos
observacionais em inglês e português, disponíveis em texto completo. Resultados e Discussão: Os
estudos evidenciam que programas de rastreamento reduzem a mortalidade em cânceres como mama,
colo do útero e colorretal, sobretudo quando associados à atenção primária e políticas públicas
consistentes. Intervenções baseadas em tecnologias digitais, como aplicativos de saúde (mHealth),
ampliaram o acesso e a adesão, especialmente em populações vulneráveis. A medicina de precisão surge
como tendência promissora, permitindo personalizar os rastreamentos e reduzir riscos de
sobretratamento. Por outro lado, persistem barreiras relacionadas a desigualdades sociais, baixa
alfabetização em saúde e impacto da pandemia de COVID-19 na redução da cobertura de exames
preventivos. Conclusão: Não há um modelo único de rastreamento aplicável a todas as populações. A
efetividade depende da integração entre políticas públicas, inovação tecnológica e atenção primária, com
foco na equidade e adaptação ao perfil epidemiológico local. O fortalecimento de estratégias inclusivas
e a incorporação de tecnologias emergentes são fundamentais para reduzir desigualdades e ampliar o
impacto dos programas de rastreamento em saúde pública.
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