RESUMO:
Introdução: A doença inflamatória intestinal (DII) é um grupo de condições crônicas
caracterizadas por inflamação recorrente do trato gastrointestinal, entre as quais se destacam a colite
ulcerativa e a doença de Crohn. Evidências crescentes demonstram que a disbiose intestinal,
caracterizada por redução da diversidade bacteriana, perda de microrganismos benéficos produtores
de ácidos graxos de cadeia curta e aumento de espécies pró-inflamatórias, desempenha papel central
na fisiopatologia da DII. Esse desequilíbrio está associado à ativação do sistema imune,
comprometimento da barreira intestinal e perpetuação da inflamação crônica. Objetivos: Revisar a
literatura científica sobre a relação entre microbiota intestinal e DII, discutindo mecanismos
fisiopatológicos, impacto clínico, fatores associados e potenciais estratégias terapêuticas baseadas
na modulação microbiana. Materiais e Métodos: Foi realizada uma revisão integrativa nas bases
de dados PubMed e SciELO, utilizando os descritores “intestinal microbiota”, “inflammatory bowel
disease” and “dysbiosis”. Foram incluídos artigos publicados entre 2015 e 2025, abrangendo
ensaios clínicos, estudos observacionais, revisões sistemáticas, meta-análises e diretrizes
internacionais, em inglês e português, disponíveis em texto completo. Resultados e Discussão: Os
estudos evidenciam que a disbiose está diretamente relacionada à inflamação crônica de baixo grau,
disfunção da barreira intestinal e maior suscetibilidade imunológica, com impacto direto na
progressão da DII. Pacientes com predisposição genética, dietas ocidentais, uso prévio de
antibióticos ou fatores ambientais urbanos apresentam maior risco de desenvolvimento da doença.
Estratégias diagnósticas envolvendo análise metagenômica e intervenções terapêuticas como
probióticos, prebióticos e transplante de microbiota fecal têm se mostrado promissoras, embora
ainda sem padronização universal. Conclusão: A microbiota intestinal representa elo central entre
fatores ambientais, imunológicos e clínicos na DII. O rastreamento da disbiose em populações de
risco e o desenvolvimento de terapias personalizadas baseadas na modulação microbiana podem
contribuir para reduzir a morbidade e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
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