INTRODUÇÃO: A dengue é uma doença viral transmitida principalmente através do mosquito Aedes aegypti e é endêmica em várias regiões tropicais e subtropicais ao redor do mundo, representando um importante problema de saúde pública. Em gestantes, esta doença pode apresentar desafios adicionais, pois aumenta o risco de complicações, como pré-eclâmpsia, parto prematuro, hemorragias, choque e até mesmo óbito materno e fetal. Além disso, há riscos perinatais devido à transmissão vertical, tais quais restrição de crescimento intrauterino, malformações e aborto. O manejo da dengue em gestantes requer uma abordagem cuidadosa, considerando os potenciais riscos para mãe e feto. OBJETIVOS: O objetivo deste trabalho é analisar a prevalência de casos de dengue em gestantes do Rio de Janeiro (RJ) nos anos de 2022, 2023 e 2024. MÉTODOS: Foi realizado um estudo epidemiológico transversal descritivo sobre dengue e a prevalência entre as gestantes do Rio de Janeiro, através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) na base de dados DATASUS, fornecida pelo Ministério da Saúde. Foram analisadas notificações de casos de gestantes de qualquer faixa etária nos anos de 2022, 2023 e 2024. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Em 2022, observou-se um total de 11.084 casos de dengue em gestantes no Rio de Janeiro, havendo uma maior prevalência entre as mulheres de 20 a 39 anos, correspondendo a 3.949 casos (35,62% dos casos totais). Já no ano de 2023, foram notificados 49.692 casos de dengue entre gestantes no Rio de Janeiro. A faixa etária de maior prevalência dentre estes casos foi de 20 a 39 anos, com registro de 17.968 casos (36,15% dos casos totais). Por fim, somente até abril de 2024, foram notificados 217.101 casos de dengue em gestantes no Rio de Janeiro, com uma maior prevalência também entre gestantes de 20 a 39 anos, que totalizaram 79.916 casos (36,81% dos casos totais). CONSIDERAÇÕES FINAIS: Em suma, pode-se observar que o número de notificações de casos de dengue entre gestantes no Rio de Janeiro foi significativamente maior no ano de 2024, o qual computa apenas quatro meses de notificações até o momento. A faixa etária de maior prevalência dentre os casos foi a mesma em todos os anos, sendo ela gestantes de 20 a 39 anos, representando 36,62% dos casos totais de 2022, 36,15% dos casos totais de 2023 e 36,81% dos casos totais de 2024. Portanto, o aumento alarmante no número de casos até abril de 2024 ressalta a urgência de medidas eficazes de combate ao vetor e à doença, visando mitigar os impactos da dengue na população obstétrica.
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Ananda Coelho
Bruno Luiz De Souza
Beatriz Souza da Conceição
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