Percepções de enfermagem sobre os aspectos que envolvem o diagnóstico de morte encefálica em uma unidade de terapia intensiva pediátrica: um relato de experiência

  • Autor
  • Marina Saraiva de Araújo Pessoa
  • Co-autores
  • Mirelly da Silva Barros
  • Resumo
  •  

    Introdução: Por ser pouco refletida, a morte é considerada uma barreira que interfere em diferentes aspectos da pessoa prestadora de cuidado, despertando uma série de sentimentos que repercutem na forma como cada pessoa vive no mundo e, consequentemente, no seu agir profissional. Dessa forma, vivenciar o processo de morrer em pediatria torna-se uma realidade ainda mais complexa, tendo em vista a terminalidade precoce do paciente pediátrico. Objetivo: Descrever as percepções de enfermagem sobre os aspectos que envolvem o diagnóstico de morte encefálica em uma unidade de terapia intensiva pediátrica. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, que expõe experiências significativas, proporcionando um maior discernimento a partir de uma perspectiva analítica dos acontecimentos vivenciados. Este trabalho é resultado de uma vivência proporcionada pelo programa de residência uniprofissional em saúde da criança da secretaria de saúde de Pernambuco, realizado no Hospital Dom Malan (HDM), localizado na cidade de Petrolina-PE. Resultados: Para melhor compreensão do nosso relato, dividimos este em três eixos reflexivos. No primeiro eixo trazemos a “Importância da compreensão do conceito de Morte Encefálica (ME)”, no que diz respeito ao critérios do diagnóstico de Morte Encefálica, publicado no ano de 2017, estabelecido pelo Conselho Federal de Medicina através da resolução nº 2.173, de modo que, o conhecimento do mesmo permite que a equipe multiprofissional execute todos os procedimentos necessários, de forma consciente e esclarecida, entendendo o estado clínico do paciente e seu diagnóstico. No segundo eixo: destacamos a “Comunicação de más noticias”, a informação tem um papel especial, pois conduz as famílias dos pacientes, esclarecendo-os a respeito do estado de saúde do utente, entretanto, para os muitos profissionais de saúde essa situação ainda é geradora de tensão e desconforto. Muitos desses profissionais manifestam dificuldades para estabelecer contato com os familiares de pacientes em estado geral grave ou que evoluíram para o óbito. Isso é resultado, principalmente, da falta de treinamento nesse tipo de comunicação. No terceiro eixo destacamos a “Morte em pediatria e os impactos emocionais para o profissional” pois, durante o cuidado dispensado a criança, os profissionais de saúde constroem vínculos, entretanto, com a morte ocorre a interrupção desses laços afetivos, e os profissionais são lançados ao sofrimento, ao sentimento de perda, o que caracteriza o luto. De modo que, este fato nos direciona a refletir a necessidade desses profissionais verem a assistência durante o morrer como um cuidado que visa possibilitar a qualidade a vida que resta e uma morte digna, o que implica a ressignificação de seu papel como profissional de enfermagem. Conclusão: Presenciar a abertura e o fechamento do protocolo de ME permitiu-nos refletir sobre a ausência de discussões a respeito da comunicação de más notícias e sobre a morte durante a formação, e até mesmo no cotidiano assistencial, ademais, mostra-nos também que as emoções geradas na finitude do ser cuidado em pediatria exigem do profissional de saúde a competência emocional, além do conhecimento técnico-científico, para um melhor processamento da realidade vivida.

     

  • Palavras-chave
  • Equipe de Enfermagem; Enfermagem Pediátrica; Morte Encefálica; Unidades de Terapia Intensiva Pediátrica
  • Modalidade
  • Pôster
  • Área Temática
  • Enfermagem Pediátrica
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Publicação Anual  

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