Introdução: Baseado no conceito da Lei número 10.406/02 do Código Civil, artigo 6ª, a existência da pessoa natural termina com a morte, é o fim da personalidade da pessoa natural em decorrência do fato natural que é a vida, assim, a pessoa deixa de existir, se tornando de cujus. Pressupõe, a existência de um cadáver. Considera-se que houve morte encefálica quando o paciente tem parada irreversível da respiração e de todas as funções do cérebro, incluindo o tronco encefálico. Portanto, a morte encefálica é um estado clínico irreversível, sendo necessária a realização de exames clínicos e complementares para declarar a data e hora do óbito. Objetivo: Avaliar o conhecimento sobre as características clínicas da morte encefálica entre enfermeiros que atuam em unidade de terapia intensiva no município de João Pessoa, Paraíba. Material e Método: Trata-se de uma pesquisa de campo, de caráter exploratório descritivo com abordagem quanti-qualitativa realizada em um hospital de referência no município de João Pessoa – Paraíba, durante os meses de setembro e outubro de 2018. A amostra foi composta por 55 (cinquenta e cinco) enfermeiros intensivistas. Os dados foram coletados através de questionário semiestruturado, utilizando-se análise do conteúdo da teoria de Laurence Bardin. Resultados: A pesquisa aponta que 58% dos entrevistados estão qualificados pela apropriação e aplicação do conhecimento para identificar o paciente neurocrítico candidato ao protocolo de morte encefálica. Entretanto, 42% têm dificuldade no rastreamento do quadro clínico. Outro ponto avaliado verificou que 51% dos enfermeiros em exercícios desconhece a Resolução do Conselho Federal de Enfermagem que normatiza a atuação do enfermeiro na doação, captação e transplante de órgãos e tecidos. Outro resultado importante levantado foi 65% dos profissionais entrevistados não sabiam a hora do óbito legal do paciente em morte encefálica. Considerações Finais: as prevalências encontradas nesse estudo são preocupantes. Diante dos resultados, verificou-se que os enfermeiros que atuavam na unidade de terapia intensiva estudada não possuíam adequado conhecimento científico acerca da definição de morte encefálica. Vale ressaltar que a maioria dos enfermeiros entrevistados afirmou se sentir preparados para assistir esse tipo de paciente. Entretanto, nota-se que essa afirmativa não foi comprovada no resultado da pesquisa. Dessa forma, conclui-se que há necessidade de atividades educativas e de aperfeiçoamento contínuo junto aos profissionais de saúde acerca desse tema. O adequado conhecimento resultará em uma assistência mais humanizada, levando mais segurança aos familiares que se encontram em uma situação difícil com a perda de um ente querida.
Palavras-chave: Cuidados Intensivos; Enfermagem; Paciente Neurocrítico.
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Enfermeiro - Prof. Gustavo Bezerra da Silva (RN)
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