INTRODUÇÃO
A sepse é considerada uma síndrome complexa, grave e multifatorial, resultante de uma resposta desequilibrada à uma infecção e que se manifesta sistemicamente, promovendo disfunções prejudiciais à vida. Sua gravidade e abrangência são dependentes de fatores como o tempo decorrido entre o diagnóstico e a implementação do plano terapêutico adequado. É considerada um problema de saúde pública devido ao volume de pessoas acometidas em todo o mundo e mortalidade de um em cada quatro pacientes (INSTITUTO LATINO AMERICANO DE SEPSE, 2015). É também fator desencadeante de cerca de cinquenta por cento dos casos de Lesão Renal Aguda em pacientes críticos, ocasionando o comprometimento do rim e/ou da função renal, fato este que aumenta os custos devido ao prolongamento do tempo de internação hospitalar em unidades de cuidados intensivos e a necessidade da Terapia Renal Substitutiva (SANTOS; MAGRO, 2015; SANTOS; MENDONÇA, 2015; CRUZ, 2014).
OBJETIVO
Investigar a ocorrência de lesão renal aguda em pacientes com sepse.
MATERIAL E MÉTODO
Estudo descritivo, transversal com coleta de dados retrospectiva e abordagem quantitativa, desenvolvido em uma unidade de terapia intensiva adulta de um hospital universitário em Natal, Rio Grande do Norte. Foram incluídos pacientes admitidos durante o ano de 2015 com diagnóstico médico de sepse, sepse grave ou choque séptico, sem acometimento renal estabelecido, com idade igual ou superior a dezoito anos e tempo de internação mínimo de quarenta e oito horas, que apresentaram aumento no nível basal ? 1,5 vezes nos valores da creatinina sérica, e/ou um volume urinário ? 400 mL em 6 horas. Para a classificação da Lesão Renal Aguda, utilizou-se o Risk Injury Failure Loss End-Stage Kidney Disease. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética sob parecer n.030473.
RESULTADOS
A população estudada constou de 247 pacientes. Quanto ao sexo, 55,87% eram homens, as idades variaram de 20 a 93 anos, com média de 59,66.
No que se refere ao desenvolvimento de Lesão Renal Aguda, identificou-se uma incidência de 28,00% e taxa de mortalidade de 17,00%. Resultado semelhante foi identificado em um estudo realizado na região Sudeste do Brasil, no qual a Lesão Renal Aguda em ambiente hospitalar atingiu cerca de 25,00% dos pacientes críticos (INÁCIO et al., 2017). Outro estudo realizado no Sul do Brasil, identificou resultados superiores, acometendo cerca de 50,00% dos pacientes (SCHMIDT, 2O16).
A hipotensão severa e o choque distributivo promovem danos estruturais e morte celular, bem como o uso de antibióticos potencialmente nefrotóxicos podem estar associados à tal comprometimento renal (VENOT et al., 2015).
CONCLUSÃO
O diagnóstico de sepse é um importante fator de risco para Lesão Renal Aguda em pacientes críticos, apresentando acometimento em 28,00% dos pacientes estudados, onde tal comprometimento aumenta os custos hospitalares e precariza o prognóstico dos mesmos.
Espera-se que os resultados deste estudo possam alertar os profissionais de saúde para esta realidade, estimular a adoção de medidas preventivas a esse agravo, bem como contribuir para a melhoria da qualidade da assistência e redução da mortalidade em pacientes críticos.
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