Atualmente as instituições de acolhimentos são espaços que prestam assistência, oferecendo não só acolhida, alimentação e vestuário, mas cuidado, socialização, desenvolvimento e garantia de convivência familiar e comunitária. Embora ainda seja corriqueiramente utilizado, o termo “abrigo” vem sendo substituído por “acolhimento institucional”, conforme descrito no Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direto de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária. Alguns pesquisadores têm sempre procurado trazer ao debate a preocupação quanto à construção do espaço institucional como espaço de proteção e tem defendido em todos os momentos que a proteção preconizada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente para ser efetiva, apoia-se na qualidade do vínculo estabelecido entre profissional e criança. Essas duas categorias – proteção e vínculo – também estão associadas aos pressupostos da Psicologia Ambiental, área de estudo que busca compreender a interação do homem e do espaço. Ao associar o ambiente institucionalizado e a Psicologia Ambiental, o objetivo de nossa reflexão é compreender se há, de fato, um vínculo e um apego dos adolescentes pelo acolhimento institucional, já que esse mesmo ambiente também é constituído de normas e regras. Neste sentido, o nosso aporte teórico vai de encontro com a Psicologia Ambiental, que possibilita a compreensão de como o indivíduo reage às condições do ambiente, podendo avaliar e perceber que os espaços físicos também podem influenciar na maneira de atuar das pessoas, pois elas interagem diferentemente, dependendo do local. Sendo assim, a Psicologia Ambiental é uma ciência que destaca a vinculação das pessoas com os seus espaços, existindo processos que fazem referência a laços afetivos relacionados aos lugares, bem como os vínculos estabelecidos com os mesmos (Valera, 1996; Cavalcante e Elali, 2011; Rivlin, 2007; Pinheiro, 2010; Günther, 2012, Tuan, 1987). Portanto, através desses pressupostos e proximidades entre as áreas de estudo, percebe-se que o mundo institucional é completamente diferente daquilo a que estas crianças\adolescentes estavam habituados: as normas, os valores, as rotinas, os horários, as tarefas e as atividades são hábitos desconhecidos para quem chega à instituição. A institucionalização contribuirá para alterar o hábito das crianças e dos jovens, no sentido de que apresenta-se como uma nova realidade, onde existem aspectos culturais distintos daqueles em que essas crianças e jovens foram socializados. Outro aspecto que observamos é que as instituições de acolhimento podem estar relacionadas a uma mortificação do eu, como bem relata Goffman (1961), pois os adolescentes são retirados da família e do contexto em que estavam inseridos. A partir dessas considerações, pensamos que as instituições de acolhimento deverão contemplar várias áreas de intervenção, sendo necessárias equipes articuladas entre si, além de profissionais com formação em diversos setores, pois, somente assim, será possível proporcionar um desenvolvimento e crescimento aos jovens acolhidos pelas instituições, bem como dotá-los de experiências enriquecedoras.
Seja bem-vind@ à leitura dos Anais da CONEXÃO Fametro 2017!
Temos o prazer de disponibilizar à comunidade acadêmica os Anais do V Encontro de Iniciação à Pesquisa, V Encontro de Monitoria e Iniciação Científica e VII Encontro de Pós-graduação. Aqui estão os trabalhos que foram apresentados durante o evento, que agora são compartilhados em forma de artigos digitais. O tema da CONEXÃO Fametro 2017 foi “Arte e Conhecimento”.
Com este tema, procuramos fomentar discussões e pesquisas que abordassem as mais diversas áreas do conhecimento, demonstrando o potencial transdisciplinar e inovador dos pesquisadores, tendo a dimensão artística como principal norteador.
Tratam-se de trabalhos interessantes que podem auxiliar em estudos e pesquisas, estimular outros alunos e professores à produção científica e dar subsídios a novas práticas em campos de atuação diversos das áreas da saúde, humanas e exatas.
Esperamos que esta publicação ajude como mais uma opção de apoio à pesquisa e ao desenvolvimento científico, uma vez que concentra artigos resultantes de investigações comprometidas com a publicização do conhecimento de qualidade, a responsabilidade social e mudanças nos contextos de atuação.
Boa leitura!
Ana Ciléia Pinto Teixeira Henriques
PRESIDENTE DA COMISSÃO CIENTÍFICA
Comissão Organizadora
Caroliny Uchôa Sales
Ailton Pereira da Silva
Yohrranna Kelly
Nathália Távora Holanda Lira
Fernanda Rocha Dantas
Felipe de Freitas Magno
Lia Teixeira de Castro Mesquita
Maria Marcilene da Silva
Comissão Científica
Ana Cileia Pinto Teixeira Henriques
Andréa Bessa Teixeira
Solange Sousa Pinheiro
Aline Mota Albuquerque
Anne Caroline Moraes de Assis