Toxoplasmose

Toxoplasmose

• Autor
• INGRID LOUISE DE SOUZA GONÇALVES
• Co-autores
• SABRINA DE SOUSA LIRA , DRIKA JORGE SALDANHA , ARIANE CLAUDIO DA SILVA , GUILHERME LIMA SILVA , Bárbara Mara Bandeira
• Resumo

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  Introdução: A toxoplasmose é causada pelo protozoário Toxoplasma Gondii, que pertence ao filo Apicomplexa, classe Conoidasida. e família Sarcocystiidae. Sua distribuição geográfica é cosmopolita, pois é um parasita que se encontra em quase todo o mundo. O gato ou outros felídeos são hospedeiro definitivo, mas também pode ser um hospedeiro intermediário e albergar estágios extraintestinais A propagação do parasita é favorecida pelo clima quente e úmido. Sua prevalência em humanos varia de acordo com as condições climáticas da região e os hábitos higiênicos e alimentares da população. No Brasil, a infecção pelo T. gondii está amplamente prevalente em humanos, sendo que 50% das crianças e 80% das mulheres em idade fértil têm anticorpos para o esse protozoário. Foram relatados um total de 25 surtos nos últimos 50 anos, destes, 56% (14/25) concentraram-se entre 2010-2018. Quanto às vias de transmissão suspeitas, 36% (9/25) eram frutas ou verduras; 28% (7/25) carne e derivados; 16% (4/25) água, 12% (3/25) fezes de felídeos, 4% (1/25) leite e 4% (1/25) queijo.  Considerando os alimentos suspeitos, concluiu-se que 72% (18/25) tinham oocistos como a forma biológica responsável pelo surto, 24% (6/25) cistos e 4% (1/25) taquizoítos. Em pesquisas realizadas com gatos no país, observou-se soroprevalência de 35,9% para toxoplasmose em felinos e em relação à faixa etária, verificou-se que gatos adultos têm 2,84 vezes mais chances de serem soropositivos do que jovens.  A soroprevalência dos gatos provenientes da região Norte-Nordeste-Centro foi de 50,5% e de 29,9% na região Sul-Sudeste. Dados esses reforçam a importância sobre o conhecimento da doença Toxoplasmose.

   

  Objetivos: O intuindo deste trabalho é ampliar os conhecimentos sobre esta doença, pois se trata de uma zoonose com alta incidência mundial, tanto em seres humanos como animais.  

   

  Métodos: Trata-se de um estudo que apresenta caráter descritivo, retrospectivo com abordagem metodológica de artigo de atualização. A pesquisa foi realizada nas bases de dados PubMed, MEDLINE (Biblioteca Virtual em Saúde) e artigos de Revisões de Literatura. Além disso, foram utilizados protocolos clínicos e manuais técnicos do Ministério da Saúde relacionados à Toxoplamose para o melhor desenvolvimento da pesquisa.

   

  Resultados: A maioria dos felinos que são os hospedeiros definitivos, infetam-se pela ingestão de animais infectados por Toxoplasma gondii, normalmente roedores, cujos tecidos contêm as formas de taquizoítos ou bradizoítos.  Pode ocorrer também a transmissão por ingestão direta de oocistos esporulados. Em gatos, o parasita manifesta todas as suas fases, nesses animais o ciclo reprodutivo do parasita se completa nas células da mucosa intestinal e eliminam oocistos não esporulados nas fezes durante a fase aguda da infecção. Durante o período no ambiente (em média 24 horas), o oocisto cria uma membrana protetora e internamente formam-se os esporozoítos, sendo classificado como oocisto esporulado, ou seja, a forma infectante. Em outros animais e humanos, ocorre somente ciclo extra intestinal, fato esse que os classificam como hospedeiros intermediários. O ciclo extra intestinal resulta na formação de taquizoítos e bradizoítos que são as únicas formas encontradas nos hospedeiros intermediários e a infecção pode ocorrer de duas maneiras. Na primeira, são ingeridos oocistos esporulados, e os esporozoítos liberados rapidamente penetram na parede intestinal e se dissemina pela via hematógena. Este estágio invasivo é chama de taquizoítos, e ao entrar numa célula, se multiplica assexuadamente resultando no rompimento da célula e na infecção de outras. Está fase é conhecida como a Fase Aguda da doença. O corpo reage ao parasita com a produção de anticorpos que limitam a capacidade de invasão dos taquizoítos, resultando na formação de cistos contendo milhares de organismos, denominado bradizoítos. Essa fase é denominada Fase Crônica da doença. Em segundo lugar, ocorre a infecção pela ingestão de cistos de bradizoítos e taquizoítos na carne (malcozida ou crua) de um outro hospedeiro intermediário. A forma generalizada da toxoplasmose é caracterizada por febre intermitente, dispneia, diarreia, vômito, pneumonia e linfadenopatia. Já a forma neuromuscular é caracterizada por radico mielite e miosite, que levam a paresia, paralisias progressivas e convulsões. Em humanos, a maior parte dos casos de infecção pós-natal a parasitose se manifesta de maneira subclínica ou assintomática. Em gestantes não imunes que se infectam com a toxoplasmose, os efeitos adversos no feto podem ser muito graves, visto que podem desenvolver lesões oculares e lesões no sistema nervoso central, como a microcefalia. O diagnóstico se baseia nos sinais clínicos e pela confirmação através de estudos sorológicos ou pela demonstração do agente em tecidos ou líquidos corporais pela biópsia ou necrópsia ou pela identificação do agente em animais após o cultivo do material suspeito. Aumentos dos níveis de anticorpos apontam para infecção ativa. Como podemos observar, o ciclo do protozoário Toxoplasma gondii necessita do gato, mas o animal leva uma culpabilidade maior do que merece. O que acontece na prática é que há mais chances de se contrair a doença após a ingestão de água contaminada com oocistos esporulados, comendo carne vermelha crua ou malpassada contaminada com cistos de bradizoitos e taquizoítos, ou ingerindo frutas e verduras contaminadas com oocistos esporulados. O oocisto da toxoplasmose somente é liberado durante até três semanas da infecção do gato e depois de eliminado, precisa de pelo menos 24 horas no ambiente para tornar-se infectante. Portanto, a prevenção da toxoplasmose exige cuidados especiais de higiene, como sanitização de frutas e legumes com água corrente e solução com hipoclorito de sódio (água sanitária própria para alimentos antes do consumo) e o preparo adequado dos alimentos.

   

  Conclusão: O conhecimento sobre a doença toxoplasmose é de suma importância para a comunidade. Esse estudo nos possibilita identificar a doença e principalmente saber como atuar na sua prevenção e controle. Aliado a isso, nossa revisão bibliográfica corrobora com a frase “A culpa não é do gato”, demonstrando que o principal vilão para aquisição da doença está relacionado com falta de higiene e preparo inadequado dos alimentos pelos seres humanos.

   

• Palavras-chave
• Toxoplasma gondii, Doença do gato, Zoonose.
• Modalidade
• Pôster
• Área Temática
• Bem-estar animal, medicina veterinária preventiva e saúde pública veterinária

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