Introdução: Historicamente, as pessoas negras foram posicionadas em lugares de não-existências, de não-direitos, e, portanto, não-subjetividade (FANON, 2008). De acordo com Kilomba (2010) e Veiga (2018), o processo colonizador fez com que as pessoas negras se tornassem a representação mental daquilo que o sujeito branco não quer ser e definiu os homens-brancos-cis-héteros como referência. Dessa forma, foram estabelecidos comportamentos e subjetividades normativas, afastando os homossexuais negros do direito à existência. Objetivos: Assim, o objetivo deste trabalho é discutir acerca da saúde mental a partir da interseccionalidade entre raça e sexualidade com base na narrativa de história de vida disponível no vídeo “Ser Negro e Gay no Brasil: um recorte sobre (R)existir”, publicado no canal do YouTube “Guardei no armário”. Métodos: Este trabalho apresenta caráter qualitativo, destacando os aspectos subjetivos, que utilizou a metodologia das narrativas de histórias de vida (LIMA, 2014), com suporte da metodologia netnográfica (KOZINETS, 2014), a partir de um vídeo publicado no YouTube. A escolha por analisar materiais publicados no YouTube se dá pelo potencial de influência de conteúdos em formatos de vídeos. Como critério de seleção foi definido: a) vídeo em português; b) disponibilizado no YouTube em modo público; c) narrativa de uma pessoa negra; e, d) narrativa de uma pessoa que se autodeclara homossexual. A coleta de dados foi realizada entre os dias 3 e 5 de outubro de 2020. Para análise foi considerado os aspectos históricos, sociais e culturais identificados na narrativa. Por se tratar de um trabalho que utiliza a metodologia netnográfica, ou etnografia virtual, não houve necessidade de submeter ao Comitê de Ética em Pesquisas. No entanto, assegura-se posição ética e respeitosa, e que não houve violação dos direitos humanos. Resultados: O vídeo selecionado foi publicado no dia 20 de novembro de 2020, no canal “Guardei No Armário”, com duração de 11 minutos e 36 segundos, e até o último dia de coleta de dados totalizava 5.956 visualizações e 24 comentários públicos. A partir da narrativa, verificou-se que há a percepção, ainda na infância, que existem diferenças entre pessoas brancas e pessoas pretas, não no sentido biológico e/ou físico, porém no âmbito social. O autor fez a seguinte provocação: “Quando você não nasce privilegiado, quando sua sexualidade não é vista como “normal”, quando sua cor não é a mais aceita, como vencer?”, o que se pode compreender que esse jovem está atento às “categorias” sociais, raça e sexualidade, que podem interferir em suas dinâmicas com as outras pessoas e instituições. Além disso, apresenta-se que o medo de uma pessoa homossexual é perder o amor da família e das(es/os) amigas(ues/os) devido a orientação sexual. O narrador fala da experiência da solidão que o acompanhou por muito tempo, e do medo da possibilidade de viver uma solidão, que, de um modo geral, o levou a ter pensamentos de que seria melhor morrer a viver em condições de não-amor. Como estratégias de enfrentamento, o jovem começou a escrever para seu blog, e posteriormente expandiu suas narrativas para o YouTube e publicou narrativas autobiográficas em seu livro intitulado “Guardei no armário”. Para que isto fosse preciso foi necessário o apoio familiar e relação com outras pessoas negras e LGBTQIA+. Conclusão/Considerações finais: Considerou-se que as relações sociais do indivíduo no processo de identificação e reconhecimento da sexualidade foram orientadoras para processos de adoecimento, visto que as exclusões tinham e ainda têm caráter discriminatório, e que só teve outro direcionamento quando tomou consciência e estabeleceu práticas que favoreceram a promoção de saúde mental. No entanto, isso não significa, por exemplo, que o jovem não sofre mais racismo e/ou homofobia, mas sim que tem recursos externos e internos mais favoráveis.
Seja bem-vind@ à leitura dos Anais da Conexão Unifametro 2020!
Temos o prazer de disponibilizar à comunidade acadêmica os Anais do VIII Encontro de Iniciação à Pesquisa, VIII Encontro de Monitoria e Iniciação Científica, X Encontro de Pós-graduação e I Encontro de Experiências Docentes. Aqui estão os trabalhos que foram apresentados durante o evento, que agora são compartilhados em forma de artigos digitais. A Conexão Unifametro 2020 teve como tema Virtualize-se, trazendo o convite ao olhar das potencialidades que esse novo mundo nos apresenta, o que se reflete na produção científica compartilhada em nossos Encontros Científicos.
Esperamos que essa coletânea possa auxiliar em estudos e pesquisas, estimular outros alunos e professores à produção científica e dar subsídios a novas práticas em campos de atuação diversos das áreas da saúde, humanas e exatas.
Agradecemos a todos pela confiaça em compartilhar suas produções científicas em nosso evento e contamos com sua participação na próxima CONEXÃO.
Boa leitura!
Drª. Denise Moreira Lima Lobo
Coordenadora da Comissão Científica da Conexão Unifametro 2020
As normas para submissão e apresentação de trabalhos podem ser acessadas neste link.
Comissão Organizadora
Unifametro
Ana Cileia Pinto Teixeira Henriques
Thalita Rodrigues
Juliana Pereira Pessoa
Denise Moreira Lima Lobo
Pedro Henrique Teixeira Cruz
Rita Maria Lima Rebouças
Pedro Convertte
Douglas Joca Paiva
Comissão Científica
Denise Moreira Lima Lobo - Coordenação Comissão Científica
Ana Cileia Pinto Teixeira Henriques - Coordenação de Pesquisa e Monitoria
CURSO REPRESENTAÇÃO
Administração – Fortaleza Cristiane Madeiro Araújo
Administração - Maracanaú Ana Carla Cavalcante das Chagas
Análise e Desenvolvimento de Sistemas Marcondes Josino Alexandre
Arquitetura e Urbanismo Simone Menezes Mendes
Ciências Contábeis Allan Pinheiro Holanda
Direito Rogério da Silva e Souza
Educação Física Raíssa Fortes Pires Cunha
Enfermagem - Fortaleza Antônio Adriano Rocha Nogueira
Enfermagem – Maracanaú Renato Carneiro da Silva
Engenharia Civil/ Engenharia de Produção - Fortaleza Eliezer Fares Abdala Neto
Engenharia de Produção - Maracanaú Karol Wojtila Chaves Lima
Estética e Cosmética Solange Sousa Pinheiro
Farmácia Felipe Rodrigues Magalhães
Fisioterapia Denise Moreira Lima Lobo
Gastronomia Larissa Pereira Aguiar
Gestão (Tecnólogos) Ana Carla Cavalcante das Chagas
Medicina Veterinária Ana Karine Rocha de Melo Leite
Nutrição Leonardo Furtado de Oliveira
Odontologia Pedro Diniz Rebouças
Pedagogia Webster Guerreiro Belmino
Psicologia Olivia Lima Guerreiro de Alencar
Serviço Social Evania Maria Oliveira Severiano
Sistemas de Informação Marcondes Josino Alexandre
A Comissão Científica permanece à disposição pelo e-mail conexaocientifica@unifametro.edu.br e presencialmente na sala da Coordenadoria de Pesquisa e Monitoria (COOPEM) localizada no Campus Carneiro da Cunha do Centro Universitário Fametro - Unifametro.
Devido a pandemia, seguimos com agendamento de atendimento presencial ou via Meet.
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2019 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaounifametro2019
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2018 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaofametro2018.