A GEOECOLOGIA DAS PAISAGENS COMO FERRAMENTA PARA O PLANEJAMENTO E GESTÃO AMBIENTAL

A GEOECOLOGIA DAS PAISAGENS COMO FERRAMENTA PARA O PLANEJAMENTO E GESTÃO AMBIENTAL

• Autor
• Maria Bárbara Lima de Carvalho
• Resumo

• Introdução: A partir do desenvolvimento do pensamento geográfico e com o reconhecimento da existência de desastres ambientais ocasionados por impactos ambientais negativos de origem antrópica, da urgência de estagnar essa situação e da necessidade de se conservar e preservar o meio ambiente percebeu-se que os estudos da ciência geográfica não podiam se restringir apenas a Geografia Física e sim, também, usar a Geografia Humana e outras ciências que complementam a análise da paisagem que é influenciada por diversos elementos, inclusive pelo ser humano. Assim, um conjunto de ciências é necessário para se realizar estudos sobre a paisagem, pois se entende que ela é um ambiente dinâmico, influenciado por elementos que estabelecem entre se um equilíbrio que deve ser preservado para que ocorra a sua contínua existência. A Teoria Geral dos Sistemas, proposta por Bertalanffy, a partir da metade do século XX, é uma ciência que defende essa integração entre as ciências no estudo da realidade, pois percebe que elas são interligadas, havendo uma complementaridade que é necessária para o estudo da paisagem. Assim, a paisagem passa a ser analisada de acordo com a integração de seus elementos físicos, biológicos, sociais e econômicos, onde se observa que o meio ambiente sofre continuamente os impactos positivos e negativos de ações antrópicas e de fatores econômicos. Esses elementos influenciam uns aos outros, não podendo, assim, ser avaliados de forma individual. O geógrafo alemão, Karl Troll, em meados do século XX, propôs a Geoecologia das Paisagens, ciência teórico-metodológica que tem como objeto de estudo o Geossistema. Adotando a Teoria Geral dos Sistemas e os conceitos de Paisagem, Teoria do Geossistema, Geossistema e Ecologia e observando as definições das categorias analíticas da geografia – espaço ou paisagem natural, espaço geográfico, paisagem cultural e território – para a análise da paisagem, a Geoecologia das Paisagens possui 6 fases metodológicas - organização   e   inventário,   análise, diagnóstico,   prognóstico   e   execução - que permitem o desenvolvimento de diagnósticos que podem auxiliar no planejamento e gestão ambiental de paisagens. Objetivos: O objetivo desta pesquisa é refletir sobre a contribuição da Geoecologia das Paisagens como ciência teórico-metodológica para pesquisas e estudos ambientais que contribuem com o planejamento e a gestão ambiental. Métodos: Quanto ao objetivo esta pesquisa é de natureza descritiva e exploratória. Sua análise foi qualitativa, por meio da pesquisa bibliográfica e leitura de livros, artigos, dissertações e teses que tratam sobre a Geoecologia das Paisagens e que mostram seu uso prático em pesquisas e estudos ambientais. Resultados: Aplicando-se os conceitos e as fases metodológicas que compõem a Geoecologia das Paisagens pesquisadores e autores desenvolvem pesquisas e estudos ambientais de modo que alcançam resultados de forma abrangente e completa, com o intuito de contribuir para o planejamento e gestão ambiental dos espaços analisados. Mendes (2012), em sua pesquisa, utilizando essa ciência pode analisar os aspectos naturais e socioeconômicos da Área de Proteção Ambiental (APA) do Estuário do Rio Mundaú, localizada entre os municípios de Trairi e Itapipoca, litoral oeste do estado do Ceará, o que incluiu informações sobre 3 comunidades (Mundaú, Estiva e Palmeira) localizadas dentro da APA e das unidades ambientais presentes, além disso, foram realizadas a descrição da evolução espaço-temporal dos sistemas ambientais e a análise da qualidade da água do estuário do rio Mundaú. Esses dados possibilitaram a identificação das potencialidades e limitações do local, o que resultaram em uma proposta de gestão, auxiliando no planejamento e gestão ambiental da área. Martins (2011), utilizando do método fez um estudo sobre a APA das Dunas de Lagoinha, no município de Paraipaba, também no litoral oeste do Ceará, analisando os aspectos físicos-ambientais e sociais, identificando as potencialidades, limitações, fragilidades, problemas ambientais e as perspectivas na ótica da população local, para no fim sugerir ações com o intuito de melhorar a gestão da APA e apresentar dois cenários futuros para essa gestão. Silva (1998), em sua tese, aplicando a Geoecologia das Paisagens, fez estudos ambientais nos município de Paraipaba e Trairi, de modo que identificou planícies flúvio-marinhas, campos de dunas, falésias, paisagens modificadas por ações antrópicas, comunidades litorâneas, problemas e limitações socioambientais e potencialidades naturais. Conclusão/Considerações finais: Portanto, a Geoecologia das Paisagens como ciência teórico-metodológica contribui para pesquisas e estudos ambientais, permitindo a identificação e coleta de informações referentes aos aspectos naturais (fauna e flora) e socioeconômicos de determinado espaço, construindo um inventário que gera insumos para uma análise da área de forma mais completa, em contrapartida a um estudo que analisasse só os aspectos físicos de um espaço. Assim, estudos que utilizam essa ciência como método conseguem gerar diagnósticos que podem participar da construção ou melhoria de planejamentos e gestões ambientais.

• Palavras-chave
• Geoecologia das Paisagens; Planejamento Ambiental; Gestão Ambiental.
• Modalidade
• Pôster
• Área Temática
• Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

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