Introdução: O setor da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é um ambiente multidisciplinar com atuação de profissionais que compartilham conhecimentos e práticas de diversas áreas especializadas. Dentro desse contexto de cuidado integral, a atuação do cirurgião-dentista (CD) se mostra cada vez mais necessária e reconhecida, pois, anteriormente, esse espaço em atuação hospitalar encontrava-se restrito ao serviço de cirurgia e trauma bucomaxilofacial. Observa-se que pacientes internados em UTI estão, na maioria das vezes, em estado crítico, inconscientes e impossibilitados de realizar higienização bucal apropriada. Além disso, para aqueles pacientes entubados e em uso de medicações que podem causar redução do fluxo salivar, há uma barreira maior que impede a higienização de forma correta (SILVA et al, 2017). Dessa forma, o quadro de higiene oral precário do paciente tende a agravar, pois, ao longo do tempo, sem o cuidado adequado, haverá acumulação de bactérias na cavidade oral, ocorrendo a formação do biofilme. Sendo assim, os pacientes tornam-se mais suscetíveis a infecções causadas por patógenos respiratórios, podendo causar infecções a partir da cavidade bucal, pneumonia nosocomial ou pneumonia associada à ventilação mecânica, que é a infecção mais prevalente em UTI, devido muitos pacientes apresentarem quadros de necessidades especiais como imunocomprometidos e doenças crônicas. (SANTOS et al, 2017). Por esse motivo, os profissionais que trabalham em UTI, além de monitorar o motivo direto que levou o paciente a uma condição mais grave que exige internação, devem supervisioná-lo como um todo, tratando a causa e prevenindo infecções por doenças oportunistas. No caso da odontologia, enfermidades em cavidade oral. Objetivo: O objetivo desse trabalho é analisar a literatura a respeito do tema e informar acerca da importância do cirurgião-dentista em ambiente hospitalar, especificamente junto à equipe integrada da UTI. Metodologia: Para tanto, revisou-se a literatura nas bases de dado BVS, Scielo, Portal de Periódicos Capes, LILACS e Google docs, utilizando-se os seguintes descritores: Cirurgião-dentista, Odontologia hospitalar, Unidade de Terapia Intensiva e Saúde bucal, e empregou-se o “and” como operador booleano. Submeteu-se, portanto, aos critérios de inclusão trabalhos compreendidos no período de 2013 a 2019 e como critério de exclusão foi utilizado trabalhos que não citavam a atuação do cirurgião-dentista em ambiente hospitalar e UTI. Na busca realizada utilizando os critérios de inclusão e exclusão foram selecionados das bases citadas oito artigos, nos quais foi desempenhado uma leitura criteriosa. Resultados: Estudos evidenciam que muitas vezes a presença do CD no ambiente de internação não é frequente como deveria ser. Assim, a saúde oral do paciente é a mais afetada. De acordo com Teixeira e colaboradores (2019), em um estudo de 35 pacientes em UTI que avaliava a saúde bucal antes e após a higienização feita pelos enfermeiros sem orientação de um CD ou sem um protocolo eficaz, observou-se que havia acúmulo maior de biofilme e não era eficiente para manutenção da saúde bucal nesse grupo de pacientes avaliados. Importante destacar que após a execução da higiene oral, também foram encontradas as mesmas bactérias anteriormente encontradas contidas no biofilme. Isso ocorre devido à falta de um profissional especializado para tratar ou orientar as ações de higiene oral. Nesse mesmo aspecto, Rodrigues e colaboradores (2016), em um hospital de referência em Recife, avaliaram os profissionais de saúde acerca do seu conhecimento sobre cuidados orais. Como resultado, encontraram que 70.2% dos técnicos de enfermagem e 88.9% dos enfermeiros da UTI não receberam treinamento em cuidados orais. Somam-se a esses fatores que muitos enfermeiros e médicos priorizam ações que julgam ser mais complexas nas supervisões diárias em pacientes críticos, deixando a higiene bucal em segundo plano (FERREIRA et al, 2017). Por outro lado, o acompanhamento do CD para orientação a esses profissionais e acompanhantes poderia modificar o quadro de saúde bucal dos pacientes, como mostra esse estudo de Austríaco-Leite e colaboradores (2018). Os autores avaliaram 145 pacientes infantis internados em UTI. Na pesquisa, todos os pacientes internados avaliados recebiam higiene bucal diariamente pelos técnicos de enfermagem sob a supervisão do cirurgião-dentista responsável. Desse total, 45,83% das crianças avaliadas apresentaram higiene bucal satisfatória e 45,14% regular, sendo um reflexo dessa ação. Além disso, em relação às condições da mucosa oral, apenas 5,52% dos pacientes apresentaram alterações, destas, 3,45% já se encontravam no momento da admissão (ASTRÍACO-LEITE et al, 2018). Em outro estudo elaborado por Campos (2019), realizado com 35 pacientes também internados em UTI, foi observado que 29 desses não receberam higienização bucal. Os principais sintomas e queixas apresentados na pesquisa foram halitose, xerostomia, dor dentária, recessão gengival e sensibilidade dentinária. Posteriormente foram realizados procedimentos como higienização dos dentes, das próteses, da mucosa e da língua com gaze embebida em solução de gluconato de clorexidina a 0,12% sem álcool, raspagens supra gengivais, hidratação perioral, além de distribuições de kits e instruções de higiene. Logo, o estudo evidencia que um eficiente programa de higiene bucal com a aplicação de procedimentos preventivos promove manutenção da qualidade de vida, melhora da fala e da mastigação durante o tempo que o paciente permanecerá internado. Verificou-se também, o aumento da quantidade de saliva e do fluxo salivar, com ou sem estímulo, redução do ressecamento na mucosa oral, redução dos índices de sangramento e de placa e a diminuição da presença de língua saburrosa. Quanto à saúde bucal, a percepção dos pacientes após o tratamento foi muito melhor, e os pacientes com queixa de dor declararam que houve a sua diminuição (CAMPOS, 2019). Conclusão: Diante do que foi mencionado, podemos concluir que a presença do cirurgião-dentista na equipe multidisciplinar responsável no tratamento de pacientes internados na UTI, com práticas específicas de competência odontológica, é de suma importância; aprimorando, assim, a integralidade do cuidado, minimizando problemas ocasionados por alterações de ordem bucal e sistêmica como os dados apresentados acima; promovendo uma qualidade de vida nesse período tão delicado de internação ao paciente, potencializando seu processo de cura. Dessa forma, esses avanços alcançados contribuem de forma direta na diminuição de custos e do tempo de permanência do paciente no hospital.
Seja bem-vind@ à leitura dos Anais da Conexão Unifametro 2020!
Temos o prazer de disponibilizar à comunidade acadêmica os Anais do VIII Encontro de Iniciação à Pesquisa, VIII Encontro de Monitoria e Iniciação Científica, X Encontro de Pós-graduação e I Encontro de Experiências Docentes. Aqui estão os trabalhos que foram apresentados durante o evento, que agora são compartilhados em forma de artigos digitais. A Conexão Unifametro 2020 teve como tema Virtualize-se, trazendo o convite ao olhar das potencialidades que esse novo mundo nos apresenta, o que se reflete na produção científica compartilhada em nossos Encontros Científicos.
Esperamos que essa coletânea possa auxiliar em estudos e pesquisas, estimular outros alunos e professores à produção científica e dar subsídios a novas práticas em campos de atuação diversos das áreas da saúde, humanas e exatas.
Agradecemos a todos pela confiaça em compartilhar suas produções científicas em nosso evento e contamos com sua participação na próxima CONEXÃO.
Boa leitura!
Drª. Denise Moreira Lima Lobo
Coordenadora da Comissão Científica da Conexão Unifametro 2020
As normas para submissão e apresentação de trabalhos podem ser acessadas neste link.
Comissão Organizadora
Unifametro
Ana Cileia Pinto Teixeira Henriques
Thalita Rodrigues
Juliana Pereira Pessoa
Denise Moreira Lima Lobo
Pedro Henrique Teixeira Cruz
Rita Maria Lima Rebouças
Pedro Convertte
Douglas Joca Paiva
Comissão Científica
Denise Moreira Lima Lobo - Coordenação Comissão Científica
Ana Cileia Pinto Teixeira Henriques - Coordenação de Pesquisa e Monitoria
CURSO REPRESENTAÇÃO
Administração – Fortaleza Cristiane Madeiro Araújo
Administração - Maracanaú Ana Carla Cavalcante das Chagas
Análise e Desenvolvimento de Sistemas Marcondes Josino Alexandre
Arquitetura e Urbanismo Simone Menezes Mendes
Ciências Contábeis Allan Pinheiro Holanda
Direito Rogério da Silva e Souza
Educação Física Raíssa Fortes Pires Cunha
Enfermagem - Fortaleza Antônio Adriano Rocha Nogueira
Enfermagem – Maracanaú Renato Carneiro da Silva
Engenharia Civil/ Engenharia de Produção - Fortaleza Eliezer Fares Abdala Neto
Engenharia de Produção - Maracanaú Karol Wojtila Chaves Lima
Estética e Cosmética Solange Sousa Pinheiro
Farmácia Felipe Rodrigues Magalhães
Fisioterapia Denise Moreira Lima Lobo
Gastronomia Larissa Pereira Aguiar
Gestão (Tecnólogos) Ana Carla Cavalcante das Chagas
Medicina Veterinária Ana Karine Rocha de Melo Leite
Nutrição Leonardo Furtado de Oliveira
Odontologia Pedro Diniz Rebouças
Pedagogia Webster Guerreiro Belmino
Psicologia Olivia Lima Guerreiro de Alencar
Serviço Social Evania Maria Oliveira Severiano
Sistemas de Informação Marcondes Josino Alexandre
A Comissão Científica permanece à disposição pelo e-mail conexaocientifica@unifametro.edu.br e presencialmente na sala da Coordenadoria de Pesquisa e Monitoria (COOPEM) localizada no Campus Carneiro da Cunha do Centro Universitário Fametro - Unifametro.
Devido a pandemia, seguimos com agendamento de atendimento presencial ou via Meet.
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2019 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaounifametro2019
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2018 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaofametro2018.