Introdução: Há quase trinta anos, define-se sarcopenia como redução de massa muscular, de modo gradual, que ocorre com o avanço da idade ¹. Em momentos atuais, o consenso europeu, incluiu na definição de sarcopenia, além da diminuição da massa muscular, redução de força ². Todavia, sabe-se que não há um conceito universal para tal condição, visto que nem todos os indivíduos desencadeiam os sintomas supracitados simultaneamente 3, 4. A sarcopenia pode ser considerada um problema de saúde pública, uma vez que tem como consequência fragilidade, incapacidade funcional, impactos na qualidade de vida e morte prematura 5. De acordo com o método de acordo com o método de Baumgartner et al. para determinar a prevalência de sarcopenia, aponta-se que em torno de 13% a 22,6% e em torno de 19% a 26,8% de mulheres e homens idosos, respectivamente, são sarcopênicos 4. Em contraste a isso, no Brasil, estudos de revisão sistemática têm mostrado que 20% das mulheres idosas e 12% dos homens idosos possuem sarcopenia, inopinadamente, com maior prevalência em mulheres 6. Objetivos: Revisar o que a literatura aponta sobre sarcopenia, sua prevalência, fatores e riscos associados. Métodos: Trata-se de uma revisão de literatura com bases de dados SCIELO (Scientific Electronic Library Online) e LILACS (Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde), pelas quais as palavras chaves utilizadas para as pesquisas foram “Força Muscular”, “Envelhecimento Saudável” e “Assistência a Idosos”. Foram selecionados três estudos do tipo transversais, em língua portuguesa, publicados entre 2015 a 2020. Resultados: Em um estudo, buscou-se associar a sarcopenia com as mudanças socioeconômicas, comportamentais e de saúde, pelo qual verificou-se, dos 598 indivíduos com idades entre 63 a 93 anos, sendo 391 mulheres e 207 homens, apresentaram a proporção de 17,0% e 28,8%, respectivamente. Para as variáveis de mudanças socioeconômicas, comportamentais e de saúde, houve prevalência de mulheres sarcopênicas com 70 a 79 anos, com um a quatro anos de estudo, com renda maior que um a três salários mínimos, pelas quais vivem com outros parceiros da mesma geração ou são viúvas, sem dependência funcional, autopercepção de saúde positiva e sem suporte social; em contrapartida, para homens, houve prevalência em mais jovens (60 a 69 anos), com renda acima de dez salários mínimos, casados, mais de dez anos de estudo, autopercepção de saúde positiva, sem suporte social e sem dependência funcional. Quanto às mudanças, a maior prevalência foram de idosos que se mantiveram ou passaram e se alimentar com cinco ou mais porções de frutas e hortaliças por dia, passaram ou se mantiveram não trabalhando, no entanto predominou-se idosos que passaram a ser fisicamente ativos. Em relação ao consumo de bebidas alcoólicas e uso de cigarros de nicotina, as idosas sarcopênicas se mantiveram ou passaram a não fumar e a não consumir álcool, resultado inverso ao de idosos sarcopênicos. Outro estudo, buscou verificar o risco à sarcopenia com a Dor Lombar (DL) aguda não específica, levando em consideração o algoritmo de EWGSOP, participaram do estudo 322 idosas, média de idade de 71,7 anos, em torno de 35,6% informaram ser viúvas. Na última semana antes do teste, a média de pontos para a dor lombar (DL) foi de 4,75 (3,14). Foram consideradas com risco à sarcopenia em torno de 54% das idosas, como não sarcopênicas 46% das mesmas. Por fim, no último estudo analisado, tiveram como amostra 1.168 indivíduos idosos, onde analisaram três condições: sarcopenia, dinapenia e sarcodinapenia. A que teve menor prevalência foi sarcopenia, que correspondeu a 4,3% das mulheres idosas e 5,5% dos homens idosos, em contrapartida essa prevalência muda com o avanço da idade. Conclusão/Considerações finais: É possível observar nos resultados supracitados a necessidade de proporcionar estratégias profissionais para prevenção da sarcopenia, levando em consideração o período de vida adulta. Outrossim, a saúde pública deve propor programas de prevenção, incluindo práticas de atividade física, com o devido acompanhamento profissional, o que inclui orientações. Haja vista que para idosos, deve-se propor atividades que promovam menores danos da sarcopenia, recuperação de força e massa muscular, promoção de independência e autonomia. Ainda assim, as políticas públicas de saúde devem capacitar os profissionais multidisciplinares com promoção de palestras, estudos e conferências, sugerindo temas relacionados ao envelhecimento saudável e prevenção/tratamento da sarcopenia.
Referências:
1 ROSENBERG, Irwin H. Summary comments: epidemiological and methodological problems in determining nutritional status of older persons. The American Journal of Clinical Nutrition, v. 50, n. 5, p. 1231-1233, nov. 1989. Disponível em: <https://academic.oup.com/ajcn/article-bstract/50/5/1231/4695358?redirectedFrom=fulltext>. Acesso em: 07 set. 2020.
2 CRUZ-JENTOFT, Alfonso J et al. European consensus on definition and diagnosis: Report of the European Working Group on Sarcopenia in Older People. Age Ageing, v. 39, n. 4, p. 412-423, 2010. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2886201/>. Acesso em: 07 set. 2020.
3 VISSER, Marjolein; SCHAAP, Laura A. Consequences of sarcopenia. Clinics in geriatric medicine, v. 27, n. 3, p. 387-399, 2011. Disponível em: <https://www.geriatric.theclinics.com/article/S0749-0690(11)00019-X/abstract>. Acesso em: 07 set. 2020.
4 BAUMGARTNER, RICHARD N et al. Epidemiology of sarcopenia among the elderly in New Mexico. Am J Epidemiol, v. 147, n. 8, p. 755-763, Apr. 1998. Disponível em: <https://academic.oup.com/aje/article/147/8/755/88959>. Acesso em: 07 set. 2020.
5 LANDI, FRANCESCO et al. Association of anorexia with sarcopenia in a community-dwelling elderly population: results from the ilSIRENTE study. European Journal of Nutrition, v. 52, n. 3, p. 1261-1268, 2013. Disponível em: <https://link.springer.com/article/10.1007%2Fs00394-012-0437-y>. Acesso em: 08 set. 2020.
6 LUSTOSA, Lygia Paccini et al. Risco de sarcopenia em idosas com queixa de dor lombar aguda. Fisioterapia e Pesquisa, v. 25, n. 3, p. 260-268, 2018. Disponível em: <https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1809-29502018000300260&script=sci_arttext&tlng=pt>. Acesso em: 09 set. 2020.
Palavras-chave: Sarcopenia; Força Muscular; Assistência a Idosos.
Seja bem-vind@ à leitura dos Anais da Conexão Unifametro 2020!
Temos o prazer de disponibilizar à comunidade acadêmica os Anais do VIII Encontro de Iniciação à Pesquisa, VIII Encontro de Monitoria e Iniciação Científica, X Encontro de Pós-graduação e I Encontro de Experiências Docentes. Aqui estão os trabalhos que foram apresentados durante o evento, que agora são compartilhados em forma de artigos digitais. A Conexão Unifametro 2020 teve como tema Virtualize-se, trazendo o convite ao olhar das potencialidades que esse novo mundo nos apresenta, o que se reflete na produção científica compartilhada em nossos Encontros Científicos.
Esperamos que essa coletânea possa auxiliar em estudos e pesquisas, estimular outros alunos e professores à produção científica e dar subsídios a novas práticas em campos de atuação diversos das áreas da saúde, humanas e exatas.
Agradecemos a todos pela confiaça em compartilhar suas produções científicas em nosso evento e contamos com sua participação na próxima CONEXÃO.
Boa leitura!
Drª. Denise Moreira Lima Lobo
Coordenadora da Comissão Científica da Conexão Unifametro 2020
As normas para submissão e apresentação de trabalhos podem ser acessadas neste link.
Comissão Organizadora
Unifametro
Ana Cileia Pinto Teixeira Henriques
Thalita Rodrigues
Juliana Pereira Pessoa
Denise Moreira Lima Lobo
Pedro Henrique Teixeira Cruz
Rita Maria Lima Rebouças
Pedro Convertte
Douglas Joca Paiva
Comissão Científica
Denise Moreira Lima Lobo - Coordenação Comissão Científica
Ana Cileia Pinto Teixeira Henriques - Coordenação de Pesquisa e Monitoria
CURSO REPRESENTAÇÃO
Administração – Fortaleza Cristiane Madeiro Araújo
Administração - Maracanaú Ana Carla Cavalcante das Chagas
Análise e Desenvolvimento de Sistemas Marcondes Josino Alexandre
Arquitetura e Urbanismo Simone Menezes Mendes
Ciências Contábeis Allan Pinheiro Holanda
Direito Rogério da Silva e Souza
Educação Física Raíssa Fortes Pires Cunha
Enfermagem - Fortaleza Antônio Adriano Rocha Nogueira
Enfermagem – Maracanaú Renato Carneiro da Silva
Engenharia Civil/ Engenharia de Produção - Fortaleza Eliezer Fares Abdala Neto
Engenharia de Produção - Maracanaú Karol Wojtila Chaves Lima
Estética e Cosmética Solange Sousa Pinheiro
Farmácia Felipe Rodrigues Magalhães
Fisioterapia Denise Moreira Lima Lobo
Gastronomia Larissa Pereira Aguiar
Gestão (Tecnólogos) Ana Carla Cavalcante das Chagas
Medicina Veterinária Ana Karine Rocha de Melo Leite
Nutrição Leonardo Furtado de Oliveira
Odontologia Pedro Diniz Rebouças
Pedagogia Webster Guerreiro Belmino
Psicologia Olivia Lima Guerreiro de Alencar
Serviço Social Evania Maria Oliveira Severiano
Sistemas de Informação Marcondes Josino Alexandre
A Comissão Científica permanece à disposição pelo e-mail conexaocientifica@unifametro.edu.br e presencialmente na sala da Coordenadoria de Pesquisa e Monitoria (COOPEM) localizada no Campus Carneiro da Cunha do Centro Universitário Fametro - Unifametro.
Devido a pandemia, seguimos com agendamento de atendimento presencial ou via Meet.
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2019 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaounifametro2019
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