OFICINA DE ARTE COMO MEIO DE EXPRESSÃO PARA PACIENTES COM TRANSTORNOS MENTAIS GRAVES: RELATO DE EXPERIÊNCIA

OFICINA DE ARTE COMO MEIO DE EXPRESSÃO PARA PACIENTES COM TRANSTORNOS MENTAIS GRAVES: RELATO DE EXPERIÊNCIA

• Autor
• Vitoria Maria Ferreira Silva
• Co-autores
• Cleidimara Pereira da Silva Santos , Francisco Paiva filho
• Resumo

• Introdução: A reforma psiquiátrica brasileira que tomou dimensão em meados da década de 1980, está acompanhada da reformulação da assistência de enfermagem prestada nos serviços de atenção psiquiátrica, que deixa de ser hierarquizada e de característica manicomial, para uma prestação de cuidados com ênfase na valorização dos direitos humanos e na autonomia do enfermeiro atuante nesta área. As atividades desenvolvidas em grupo buscam por alcançar objetivos comum ao público participante, sendo o planejamento a etapa principal da aplicação de oficinas para pacientes com transtornos mentais, organizadas por a equipe de enfermagem visando respostas positivas ao tratamento terapêutico dos pacientes de forma lúdica. A utilização da arte como via de expressão de sentimentos e desejos tem vasto campo de exploração, haja visto que se torna um meio terapêutico que se distancia do tratamento repressivo e desumano usado na gênese da saúde mental brasileira. As atividades de desenho e pintura corroboram para a liberdade de expressão do paciente promovendo um envolvimento com a atividade e relaxamento. Objetivos: Relatar a experiência da realização de uma oficina de desenho e pintura, com ênfase na externalização de sentimentos e desejos relacionados ao “mundo ideal” para os participantes. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, realizado a partir de uma oficina de desenho e pintura que abordou a livre expressão de sentimentos e desejos por meio de cores, formas e posterior discurso verbal. A oficina foi realizada durante o estágio supervisionado, por acadêmicos de enfermagem da disciplina de processo do cuidar em saúde mental. A realização da atividade se deu em campo de estágio da disciplina no dia 05 de agosto de 2020. Participaram da atividade pacientes com transtornos mentais graves internadas na instituição. Resultados: Para o planejamento da oficina foram realizados encontros de forma remota, orientados pelo o preceptor responsável pela equipe de estágio, onde os acadêmicos discutiram sobre o público para qual a oficina seria aplicada, considerando suas limitações psicomotoras e habilidades para obter assertividade na temática de escolha. A seleção dos materiais de desenho e pintura utilizados, o fundo musical e o tempo hábil a ser usado para a aplicação da oficina, assim como a descrição de cada etapa da atividade foi registrada em relatório e entregue previamente ao professor responsável. Para a realização da atividade foram utilizadas folhas de papel A4, tinta lavável e lápis de cor. A oficina teve início do questionamento feito ao grupo sobre “qual o seu mundo ideal para viver?”, as participantes foram orientadas a retratar por meio de imagens e pinturas os sentimentos e desejos acerca do questionamento, cada paciente espontaneamente se expressou usando de sua criatividade com auxílio dos acadêmicos. Posterior a etapa de produção dos desenhos foi realizado breve momento de exposição da atividade, nesta etapa as participantes apresentaram seus desenhos e pinturas para o grupo e explicaram a relação que havia entre eles e o mundo ideal de acordo com seu imaginário, fazendo-se necessária a sensibilidade do profissional para acolher diferentes formas de expressões não verbais e subjetividade relacionada a ideais de vida. Com  a realização da oficina, foi possível a observação habilidade de representação de forma criativa dos seus sentimentos e desejos relacionados a indagações feitas pelo o profissional de enfermagem despontando seus imaginários, considerando relevante a subjetividade de cada uma, inferindo o relaxamento que as atividades deste cunho promovem ao público por meio da interação e incentivo a livre expressão de sentimentos. Conclusão/Considerações finais: Conclui-se por intermédio desta experiência a importância do desenvolvimento de atividades lúdicas e realizadas em grupo para o público com transtornos mentais. É de suma importância a atuação do enfermeiro como organizador e mediador dessas atividades no processo do cuidar, buscando desenvolver com o paciente um trabalho de confiança mutua, para que haja melhorias no dialogo corroborando para o seu tratamento terapêutico. Haja visto que por meio da aplicação de atividades desta modalidade por a equipe de enfermagem torna-se evidenciado as interfaces da enfermagem psiquiátrica moderna. 

• Palavras-chave
• Enfermagem, Saúde Mental, Emoções, Arte
• Modalidade
• Pôster
• Área Temática
• Processo de Cuidar

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