HIPÁTIA DE ALEXANDRIA E A IGNORÂNCIA DE SUA MORTE

HIPÁTIA DE ALEXANDRIA E A IGNORÂNCIA DE SUA MORTE

• Autor
• Daniele de Lima e Silva
• Resumo

•  

  Introdução: Hipátia de Alexandria foi uma filósofa considerada a primeira mulher matemática do mundo. Era uma mulher a frente do seu tempo, ensinava na Academia de Alexandria e criou um astrolábio, um telescópio e produziu uma série de trabalhos sobre aritmética. O fanatismo religioso ocorrido nesse período, liderado pelo Bispo Cirilo de Alexandria acusava Hipátia de ser anticristã, embora não houvesse prova de que ela tivesse seguido esse percurso. A mesma foi atacada por uma multidão de cristãos enfurecidos pelas ruas de Alexandria, arrastada até uma Igreja, despida, espancada, despedaçada pela multidão que usou telhas e conchas de ostras para cortar a carne viva do seu corpo. Hipátia foi esfolada viva, seu corpo esquartejado e jogado em uma fogueira para ser carbonizado. Objetivo: O objetivo desta análise é discorrer sobre a história e memória da vida de Hipátia, resgatar e relatar um pouco do seu legado e explicitar a discriminação de gênero evidenciada no período final do Império Romano. Metodologia: O estudo foi realizado através de uma revisão bibliográfica, permitindo a investigação dos principais aspectos da história de Hipátia de Alexandria no Egito Romano. A investigação foi realizada por meio de pesquisa em materiais já elaborados, possibilitando o aprimoramento do conhecimento, sendo constituídos de livros, artigos científicos e periódicos de indexação. Resultados e Discussão: A cientista Hipátia foi criada em um ambiente de estudos por influência de seu pai Teón, um dos últimos diretores do Museu de Alexandria. Ela dedicou-se a estudos sobre astronomia, religião, medicina, artes e ciências exatas e há poucos registros de sua época, praticamente toda sua produção se perdeu ao longo do tempo, o que há de registro histórico são fragmentos citados por outros estudiosos e filósofos. Destaca-se que na visão tradicional romana a influência da mulher era restrita aos assuntos reprodutivos e domésticos e em algumas ocasiões específicas participar de atividades culturais e religiosas. Hipátia não queria esta vida convencional e se destacou em sua vida acadêmica tornando-se diretora na Academia de Alexandria, inclusive ficando famosa por solucionar diversos problemas matemáticos. Historiadores acreditam que o homicídio de Hipátia teria sido resultado de um conflito entre duas facções cristãs, uma mais moderada contra perseguições violentas e outra mais rígida sob o comando de Cirilo. Considerações finais: Após análise das bibliografias, percebe-se que Hipátia viveu em uma época em que não havia opções para as mulheres, que eram consideradas propriedades, e mesmo assim Hipátia conseguiu manter sua liberdade através dos estudos científicos. Alexandria era uma cidade em grave conflito, o crescimento da Igreja cristã estava consolidando poder e tentava erradicar a influência da cultura pagã, deixando Hipátia no centro dessas desavenças. O bispo Cirilo de Alexandria a desprezava, pois ela representava, simbolizava o aprendizado e a ciência na figura feminina, tudo que a Igreja abominava. Apenas um ano depois da morte de Hipátia os últimos restos da Biblioteca de Alexandria foram totalmente destruídos, é como se toda uma civilização tivesse eliminado suas memórias, sonhos, paixões. Por ignorância, uma gama extraordinária de conquistas foram aniquiladas, um tesouro de valor desmedido foi destruído em Alexandria, um tesouro que na verdade pertence a todos. A morte de Hipátia marca o fim da Antiguidade Clássica, que também marca o fim da vida intelectual em Alexandria. Um fim trágico para uma mulher memorável, um fim trágico para uma cidade cheia de esplendor e Cirilo foi feito Santo.

   

• Palavras-chave
• Hipátia de Alexandria; Fanatismo Religioso; Discriminação de Gênero.
• Modalidade
• Pôster
• Área Temática
• Movimentos Sociais, Conflito e Direitos humanos

Voltar Download