PROCESSO DE TERRITORIALIZAÇÃO EM UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

  • Autor
  • Jose Carlos Gomes Pinto Junior
  • Resumo
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    PROCESSO DE TERRITORIALIZAÇÃO EM UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

     

     

    José Carlos Gomes Pinto Junior¹

    Natalia Aguiar Moraes Vitoriano²

    ¹. Discente – Centro Universitário Fametro – Unifametro

    ². Docente - Centro Universitário Fametro – Unifametro

    E-mail: jose.gomes01@aluno.unifametro.edu.br

    natalia.vitoriano@professor.unifametro.edu.br

    Área Temática: Políticas Públicas e Direitos Sociais

    Encontro Científico: IX Encontro de Iniciação à Pesquisa

     

     

    Introdução: A Atenção Básica à Saúde, através de seu atendimento regionalizado, por vezes se torna o primeiro contato da população com o Sistema Único de Saúde (SUS), que tem como diretrizes, além da Regionalização e Hierarquização, a Territorialização, ferramenta que possibilita conhecer as demandas populacionais, levando em conta a demografia, geografia, condições ambientais e socioeconômicas as quais a referida população está inserida. Objetivo: Descrever as experiências vivenciadas por um discente do curso de fisioterapia sobre o processo de territorialização em uma unidade de saúde. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, baseado nas vivências de um acadêmico do curso de Fisioterapia durante realização de uma visita técnica, vinculada a disciplina de Fisioterapia na Saúde da Família. A visita foi executada em uma UAPS, localizada na Regional I, no município de Fortaleza/Ceará. Tal momento foi conduzido por meio de um diálogo entre os discentes e os diversos profissionais da unidade, tendo como foco questionamentos relacionados ao processo de territorialização da unidade, envolvendo os aspectos de território solo, processo e distrito, abordando assim, questões geográficas, administrativas e da própria comunidade. Resultados e Discussão: Esta vivência trouxe como fator evidente a preocupação dos profissionais envolvidos, na UAPS em questão, com a adaptabilidade e responsabilidade em seus atendimentos junto à comunidade, uma vez que tal população vive em um ambiente litorâneo e que se sentem, muitas vezes, negligenciadas por parte do poder público no tangente a infraestrutura, haja vista  que, é facilmente identificável o baixo índice de saneamento básico e de segurança pública na área em torno da unidade. A UAPS tem sob sua responsabilidade populacional cerca de 30 mil pessoas e divide sua área total em micro áreas, a fim de tornar mais eficiente o saber sobre as demandas da população e o atendimento da mesma. A mesma dispõe de seis equipes da Estratégia Saúde da Família, sendo cinco completas, cada uma dividida por cores e com área de atuação bem estabelecida, favorecendo a construção de vínculos entre as equipes de atendimento com o público de sua responsabilidade. Devido estar inserida em uma região com índices de criminalidade relevante, a unidade e seus colaboradores adotam uma postura igualitária no que se refere a seus pacientes, independentemente de estes estarem inseridos em organizações criminosas, prevalecendo assim, o tratamento universal com acesso a todos os serviços ali prestados, deixando evidente um dos princípios preconizados pelo SUS, a equidade. Percebe-se o envolvimento dos profissionais com projetos idealizados e colocados em prática dentro da UAPS, assim como, o incentivo e acolhimento positivo dos setores administrativos referente a esses projetos. Podemos citar, como exemplo, o projeto Sala de Aleitamento Materno, onde profissionais da enfermagem ensinam as parturientes a amamentarem da maneira mais adequada. O mesmo projeto funciona também como um pequeno banco de leite vinculado a um hospital infantil de referência no município de Fortaleza/CE. Um outro exemplo é o projeto de Odonto Pediatria que visa o atendimento odontológico de crianças com até 5 anos de idade, projeto este pioneiro e exclusivo dessa UAPS. No entanto, podemos observar que, além de serviços de saúde rotineiros, a unidade também promove uma enorme contribuição de cunho social à comunidade por meio de orientações quanto a questões jurídicas, cadastros em programas do governo municipal, estadual e federal, aluguel social, entre outros. Durante visita técnica os discentes de fisioterapia perceberam que havia a utilização de princípios norteadores da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) sendo aplicados independente do profissional de saúde possuir conhecimento ou não da mesma, o que remete a um vislumbre de quão complexa, interessante e eficiente é esta ferramenta, criada em 2001 e de emprego orientado pela Organização Mundial de Saúde. De acordo com os relatos, durante os atendimentos os profissionais buscam levar em consideração a capacidade financeira do paciente, a possibilidade de deslocamento do mesmo, assim como, outros aspectos biopsicossociais, tão empregados na CIF. Um outro ponto observado é que o profissional Fisioterapeuta, inserido na unidade, realiza diversos serviços de educação em saúde, assim como, acompanhamentos individuais, auxílio na logística de vacinas do COVID-19 e organização de eventos direcionados para as campanhas nacionais do Ministério da Saúde (setembro amarelo, outubro rosa e novembro azul). Vivências como esta são positivas e engrandecedoras pois privilegia os alunos envolvidos a conhecer mais sobre a atenção primária e o funcionamento das unidades de saúde. Além disso, experiências assim podem estimular uma autocrítica nos acadêmicos e nutrir novas percepções sobre a importância da atuação do profissional Fisioterapeuta e suas atribuições positivas dentro deste campo de atuação, oportunizando o possível contato com outros profissionais conhecendo a realidade dos mesmos e como atuam multidisciplinarmente. Conclusão: Através dessa visita conseguimos vivenciar, na prática, o valor social agregado aquela instituição de atendimento básico e a importância que a população remete aquele local. Além disso, percebemos o quão importante se faz o processo de territorialização para um maior conhecimento sobre o funcionamento da unidade de saúde.

     

    Palavras-chave: Atenção Primária; Posto de Saúde; Territorialização.

     

    Referências:

     

    AGUIAR, Zeneide Neto. SUS: Sistema Único de Saúde – antecedentes, percurso, perspectiva e desafios. 2. ed. São Paulo: Martinari, 2015.

    Cecilio, Luiz Carlos de Oliveira et al. A Atenção Básica à Saúde e a construção das redes temáticas de saúde: qual pode ser o seu papel?. Ciência & Saúde Coletiva [online]. 2012, v. 17, n. 11 [Acessado 9 Outubro 2021] , pp. 2893-2902. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1413-81232012001100006>. Epub 21 Nov 2012. ISSN 1678-4561. https://doi.org/10.1590/S1413-81232012001100006.

    CIF: Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde/[Centro Colaborador da Organização Mundial da Saúde para a Família de Classificação Internacional em Português, org.; coordenação de tradução Cassia Maria Buchalla]. 1. ed., 2. reimpr. atual. – São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2015.

  • Palavras-chave
  • Atenção Primária, Posto de Saúde, Territorialização
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • Políticas Públicas e Direitos Sociais
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Seja bem-vind@ à leitura dos Anais da Conexão Unifametro 2021!

Temos o prazer de disponibilizar à comunidade acadêmica os Anais do VIX Encontro de Iniciação à PesquisaVIX Encontro de Monitoria e Iniciação CientíficaXI Encontro de Pós-graduação e II Encontro de Experiências Docentes. Aqui estão os trabalhos que foram apresentados durante o evento, que agora são compartilhados em forma de artigos digitais. 

Esperamos que essa coletânea possa auxiliar em estudos e pesquisas, estimular outros alunos e professores à produção científica e dar subsídios a novas práticas em campos de atuação diversos das áreas da saúde, humanas e exatas.

Agradecemos a todos pela confiaça em compartilhar suas produções científicas em nosso evento e contamos com sua participação na próxima Conexão!.

Boa leitura!

Drª. Denise Moreira Lima Lobo

Coordenadora da Comissão Científica da Conexão Unifametro 2021

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