IMPORTÂNCIA DA ALIANÇA TERAPÊUTICA NO TRATAMENTO DA DOR CRÔNICA

  • Autor
  • João Otávio dos Santos Araújo
  • Co-autores
  • Mary Anne Bitencourt Moura , Maria Letícia Lemos Umbelino , Cíntia Costa Malveira , Natália Aguiar Moraes Vitoriano , Denise Moreira Lima Lobo
  • Resumo
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    Introdução: A Política Nacional de Humanização (PNH) de 2003 induz a inserção da humanização no SUS buscando a melhora da socialização ativa e direta entre profissionais-profissionais como entre profissionais-pacientes. O ato de humanizar propõe à relação terapeuta-paciente uma forma de cuidado através da comunicação, de interações sólidas juntamente da inserção do contexto familiar como forma de ampliação de tal ato. Em razão disso, a humanização torna-se imprescindível para uma aliança terapeuta-paciente mais eficaz, uma vez que essa aliança segura poderá refletir no tratamento e aceitação do evoluir do prognóstico do paciente. A aliança terapeuta-paciente também pode favorecer o auxílio na promoção e prevenção da saúde em um contexto em que a humanização gera maior vínculo entre os profissionais e pacientes facilitando a compreensão e segurança do tratamento. A humanização também possui um papel muito importante na atenção terciária, pois desperta sensibilidade e empatia do profissional pelo paciente em seu estado atual, gerando um atendimento mais humanizado. Na visão de Freud, a aliança terapêutica tem como preceito que o tipo de resposta do paciente ao tratamento, assim como o intuito de colaborar ativamente está diretamente ligada a forma de como o paciente irá interagir com o terapeuta, fazendo com que resulte em uma resposta positiva ou negativa. Sabe-se que a dor é uma queixa comum durante os atendimentos de fisioterapia, logo, se uma relação terapeuta paciente for negativa afetará seu bem-estar tanto no início do atendimento quanto no decorrer do tratamento. Por tanto, é necessário compreender como a relação terapêutica deve ser construída visando a busca pela qualidade de vida do paciente. Objetivo: Expor a importância da aliança terapêutica no manejo da dor e avaliar suas repercussões durante o processo de tratamento do paciente. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura de artigos pesquisados nas bases Pubmed e BVS. Os descritores utilizados usados foram: pain management, therapeutic alliance e chronic pain. Foram incluídos artigos publicados na íntegra, nos últimos dez anos, no idioma inglês. Foram excluídos artigos de revisão, artigos duplicados, teses, cartas, dissertações, editoriais e artigos que não atendessem a temática do estudo.  Resultados e Discussão: A partir da busca realizada, foram encontrados cento e quarenta artigos e, destes, cinco foram selecionados para esta revisão. O primeiro estudo avaliou se a aliança terapêutica prediz resultados clínicos. Os pesquisadores compararam a eficácia de um treinamento de exercícios e terapia manipulativa, avaliando a aliança terapêutica por meio do questionário Work Alliance Inventory. A aliança entre fisioterapeutas e pacientes com lombalgia crônica foi avaliada em todos os desfechos finais: efeito global do tratamento, função, dor e incapacidade. A aliança terapêutica foi associada a melhorias em todos os desfechos, entretanto, o que possuiu efeitos mais expressivos foi o desfecho incapacidade. O segundo estudo explorou a experiência do tratamento fisioterapêutico vivenciado por pacientes com dores crônicas. Este estudo considerou que estabelecer uma aliança terapêutica e mantê-la, pode gerar melhorias na comunicação entre terapeuta-paciente e confiança dos pacientes em relação aos seus terapeutas. Além disso, o reconhecimento como indivíduo foi um dos pontos relatados pelos participantes. Isso influencia no processo de tratamento, pois proporciona uma maior segurança e confiança dos pacientes em relação aos terapeutas. O terceiro estudo comparou o efeito da aliança terapêutica versus a intensidade e sensibilidade à dor muscular em pacientes com lombalgia crônica que receberam terapia de corrente interferencial ativa ou simulada. Um dos achados foi que a interação profissional-paciente foi considerada determinante para a redução da dor. As técnicas de comunicação bem desenvolvidas e a preocupação do fisioterapeuta com o quadro clínico dos pacientes durante a sessão de tratamento pode justificar a melhoria da dor e redução da sensibilidade. Por fim, o estudo conclui que manter uma aliança aprimorada entre pacientes e fisioterapeutas pode ser importante na obtenção de resultados clínicos positivos. No quarto estudo, foi explorado como os fisioterapeutas expressavam sua experiência de construção de alianças terapêuticas dentro da perspectiva biopsicossocial da lombalgia. Os participantes do estudo relataram que a comunicação tem sua importância no tratamento. Foi relatado pelos pacientes que a experiência clínica era primordial para construção da confiança e que um tempo adequado, comunicação de qualidade e compreensão da sua perspectiva eram importantes para garantir uma aliança terapêutica eficaz. No último estudo, foram observados fatores que geram influência nas percepções dos pacientes sobre a aliança terapêutica com os profissionais de saúde. Os pacientes indicaram que uma história de dor anterior, lista de espera para atendimento, evitar a relação com o paciente e a complexidade do caso são fatores que podem atrapalhar a aliança terapêutica. Foi encontrado que muitos participantes não passaram por uma aliança terapêutica efetiva no passado. Como consequência, os pacientes não relacionavam a importância da aliança terapêutica com o tratamento. A literatura aponta que evitar expressão de sentimentos ou cenários que podem refletir a dor é uma resposta comum em pacientes na área da saúde. Entretanto, o apego e insegurança mediante a dor por parte dos pacientes também parece interferir na resposta do tratamento, pois estes apresentam uma aliança terapêutica mais frágil em relação àqueles pacientes que não possuem apego ou insegurança com o quadro álgico. Considerações finais: Pode-se concluir que a aliança terapêutica intervém de maneira positiva na melhora da dor crônica, quando o profissional fisioterapeuta reconhece e realiza os aspectos que interligam os vínculos terapeuta-paciente. Desta forma, vê-se a importância de adotar o modelo biopsicossocial em saúde para desenvolver uma prática clínica eficiente direcionada ao paciente e suas condições. Por fim, é necessário qualificar a relevância da comunicação mútua, tratando-se do manejo da dor durante o processo do cuidar na reabilitação visando promover uma melhor qualidade de vida.

     

  • Palavras-chave
  • Aliança terapêutica, Dor, Manejo da dor.
  • Modalidade
  • Pôster
  • Área Temática
  • Processo de Cuidar
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Seja bem-vind@ à leitura dos Anais da Conexão Unifametro 2022!

Temos o prazer de disponibilizar à comunidade acadêmica os Anais do X Encontro de Iniciação à Pesquisa, X Encontro de Monitoria, XII Encontro de Pós-graduação e III Encontro de Experiências Docentes. Aqui estão os trabalhos que foram apresentados durante o evento, que agora são compartilhados em forma de artigos digitais.

Esperamos que essa coletânea possa auxiliar em estudos e pesquisas, estimular outros alunos e professores à produção científica e dar subsídios a novas práticas em campos de atuação diversos das áreas da saúde, humanas e exatas.

Agradecemos a todos pela confiaça em compartilhar suas produções científicas em nosso evento e contamos com sua participação na próxima Conexão!.

Boa leitura!

Drª. Denise Moreira Lima Lobo

Coordenadora da Comissão Científica da Conexão Unifametro 2022

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