PAPEL DA ODONTOLOGIA NA MINIMIZAÇÃO DOS IMPACTOS PSICOLÓGICOS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM FISSURAS LABIOPALATINAS

PAPEL DA ODONTOLOGIA NA MINIMIZAÇÃO DOS IMPACTOS PSICOLÓGICOS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM FISSURAS LABIOPALATINAS

• Autor
• Tharlles Bruno Lima Silva
• Co-autores
• Raquel Moura de Sousa , Victor Bruno Bessa , Andrea Izabel de Souza Alvarado , Karla Geovanna Ribeiro Brígido , Jandenilson Alves Brígido
• Resumo

• Introdução: As Fendas Labiopalatinas (FLP) afetam aproximadamente um em cada 600 nascidos vivos, e resultam da má formação congênita, resultantes de danos no desenvolvimento ou na maturação dos processos embrionários. Não são conhecidos causadores únicos dessa condição, mas os principais fatores de risco são associados a medicamentos ou substâncias ilícitas no início da gravidez, a idade avançada do pai, deficiência de ácido fólico e de outras vitaminas na gestante e antecedentes familiares de fissura labiopalatina. O acometimento do lábio e do palato é a principal característica da FLP e, por causa da abrangência de suas consequências no indivíduo, é possível destacá-las das fissuras que afetam apenas o lábio, chamadas comumente por “lábio leporino”, e também das fissuras que acometem somente o palato. A FLP afeta tanto o palato quanto o lábio, e diversas funções do organismo são acometidas, como a pronúncia das palavras, os dentes, a sucção, a deglutição e a respiração.  É essencial, assim, o cuidado multidisciplinar aos pacientes, incluindo profissionais da odontologia, fonoaudiologia, cirurgia plástica e psicologia. Para as mais severas formas, pode haver uma desproporção visível na face e ao longo da vida na escola, as provocações e comentários maldosos podem ferir de forma imutável uma criança com essa alteração. Objetivo: Observar na literatura como a odontologia pode agregar no desenvolvimento psicossocial de crianças e adolescentes acometidos por fissura labiopalatina. Metodologia: O estudo é caracterizado como uma revisão da literatura, em que foi realizada uma pesquisa nos bancos de dados PubMed e BVS, utilizando as seguintes palavras-chave: “Cleft lip”; "cleft palate”; “Oral health” e “psychological adaptation”. Além disso, foi realizada uma busca manual por meio das referências dos artigos selecionados. Os critérios de inclusão para esta revisão foram: estudos publicados nos últimos 5 anos; na língua portuguesa e inglesa; estudos clínicos; estudos de revisão e relatos e série de caso clínico. Já os critérios de exclusão foram: teses, dissertações, monografias, cartas ao editor, resumos de eventos e estudos não pertinentes ao tema, além de resumos de anais de congressos. Resultados e Discussão: Uma pesquisa com 57 adolescentes (29 homens e 28 mulheres), com idade entre 14 a 17 anos de idade, mostrou que os adolescentes com FLP teriam baixa autoestima e sintomas percebidos de depressão e ansiedade devido ao grau de comprometimento da fala. Um diagnóstico preciso e o mais precoce possível é de extrema importância, para o bebê e para a família, pois permite que a família tenha um preparo psicológico, orientações e conhecimentos das anomalias.  A informação quanto à dimensão da anomalia é essencial para que se possa montar um   plano   de   tratamento adequado. Outro estudo, realizado com 592 crianças, percebeu-se uma deterioração significativa na avaliação da autoestima com o avançar da idade. Isso pode indicar um problema psicossocial, pois a aceitação por parte dos pacientes é um processo mais complexo com o passar do tempo. Esses padrões de reatividade têm base biológica, centrada no temperamento, estando também relacionados à ansiedade, depressão e a problemas de comportamento. A identificação desses casos é importante para a intervenção e a prevenção de problemas nessa população. De forma geral, a cirurgia bucomaxilofacial é o tratamento que irá trazer a possível melhora na auto percepção, sendo nítido a redução na insatisfação com aparência facial após o procedimento cirúrgico, mas nenhuma mudança significativa a curto prazo. Pacientes portadores de FLP demandam tratamentos complementares, como por exemplo, fonoaudiologia e tratamento ortodôntico. Dependendo do tipo e da gravidade da fissura, uma menor qualidade de vida relacionada à saúde pode ser observada. O tratamento da fissura labiopalatina requer acompanhamento de longo prazo e um protocolo de tratamento bem delineado. Considerações finais: As ações para regulação das necessidades básicas podem ser estimuladas e suportadas pelo contexto no qual o indivíduo se encontra, seja por seus cuidadores familiares ou por uma equipe profissional de assistência à saúde. Pacientes que apresentam um padrão de aceitação de sua condição muitas vezes encobertam o estresse, a ansiedade e a depressão, ressaltando a importância de um cuidado multidisciplinar no tratamento. A odontologia, por sua vez, deve estar sempre presente no cuidado do paciente, promovendo uma boa saúde bucal, favorecendo a melhoria na autoestima.

• Palavras-chave
• Saúde oral; Fissura Labiopalatina; Adaptação psicológica.
• Modalidade
• Pôster
• Área Temática
• Saúde coletiva, promoção e prevenção em odontologia

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