SAÚDE MENTAL E A EXPERIÊNCIA DA MULHER IMIGRANTE NO BRASIL: implicações para o papel do psicólogo

  • Autor
  • Marília Barreto Ximenes
  • Co-autores
  • Darlyanne da Silva Costa , Lia Sousa Cavalcante , Narlla Andrade de Sousa , Maria Zelfa de Souza Feitosa Oliveira , Tatiana Matos Maciel
  • Resumo
  • A mobilidade espacial de migração está presente na história da humanidade desde muito tempo, como quando o Homem paleolítico utilizava-se da modalidade nômade como estratégia de sobrevivência, uma vez que ia em busca de comida e segurança. Nesse caso, a migração pode ser definida como deslocamentos de um lugar a outro em busca de melhores condições de vida, sendo essa busca motivada por diversos fatores como culturais, crises econômicas ou ambientais, conflitos armados, etc (RESSTEL, 2015). Essas movimentações tendem a formar fluxos de trânsito de uma região a outra, podendo ser dentro de um mesmo país ou entre diferentes países e continentes. Os fluxos de partida foram nomeados “emigração” e os de chegada ao destino, “imigração”. No que se refere ao aspecto saúde mental dos imigrantes, no Brasil, há ainda poucos estudos e poucos debates em espaços acadêmicos e de formação. Quando se fala de saúde mental da mulher imigrante então, essa experiência possui ainda menos visibilidade e suas particularidades tendem a ser despercebidas pela experiência da interseccionalidade. Entretanto, essa temática vem se mostrando urgente em diversos campos do saber, como o da saúde coletiva e da Psicologia, cobrando, portanto, o comprometimento destas áreas do conhecimento e dos direitos humanos. Assim, tendo em vista a experiência de imigração das mulheres venezuelanas no Brasil, esta pesquisa tem como objetivo proporcionar um local de reflexão e debate acerca da temática dentro do espaço universitário, discutindo a respeito de alguns aspectos psicossociais que atravessam essa experiência e impactam a sua saúde mental, como é o caso das violências e da xenofobia. Ademais, busca também enfatizar a implicação da Psicologia nessa temática. Nessa pesquisa, a metodologia utilizada foi de ordem qualitativa em modelo de revisão de literatura. Considerando as leituras De acordo com a LEI Nº 13.445, DE 24 DE MAIO DE 2017, a Lei de Migração, é considerado imigrante a pessoa nacional de outro país ou apátrida que trabalha ou reside e se estabelece temporária ou definitivamente no Brasil. O conceito de refugiado pode ser confundido, mas é importante que as diferenciações sejam feitas, uma vez que a condição de se refugiar está atrelada a uma de busca por proteção. Em tese, ele pode até ser um imigrante, mas se a sua motivação é busca por refúgio em detrimento do contexto social, cultural, econômico e/ou político que ele vive, isso fará dele um refugiado. Quando se trata de políticas públicas, é garantido o acesso ao Sistema Único de Saúde (SUS), à educação, abrigo e a regularização de documentos, uma vez que serão reconhecidos como um cidadão possuidor de direitos, de acordo com a Lei de Migração. Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), xenofobia são atitudes, preconceitos e comportamentos que rejeitam, excluem e frequentemente difamam pessoas, com base na percepção de que eles são estranhos ou estrangeiros à comunidade. Esse preconceito pode ser manifestado através de diferentes tipos de violências, como a física, a psicológica, a material, a verbal e a moral. Ademais, além da exposição à xenofobia, outros exemplos de vulnerabilidades expostas a essa população são a fome, as perdas de bens e vínculos, o choque sociocultural no país de refúgio, a barreira linguística e a não garantia de direitos fundamentais, sendo essas outras causas geradoras de sofrimentos psíquicos e impactos à sua saúde mental, uma vez resultando na dificuldade de acesso às necessidades básicas. Ao que implica a psicologia diante desse contexto, é a promoção de bem estar o foco desse saber que, segundo o Código de Ética da Psicologia (CFP, 2005), deve ser pautado na liberdade e dignidade do sujeito. Ademais, a psicologia social entra também com o propósito fundamental de estudar e compreender a interação do sujeito com o meio. Logo, amparado pela psicologia ambiental, que irá analisar e intervir de acordo com o que o indivíduo analisa e percebe do ambiente e como este interage e é influenciado pelo mesmo, pode-se pensar acerca do conceito de desapropriação enquanto um processo em que os  moradores não sente que esses espaços lhes são pertencentes se tornando alheios a eles (Pol, 1996 apud Zulmira e Pacheco 2021). Portanto, pode-se concluir que ao que compete o saber psi frente a essa problemática, cabe respeitar o multiculturalismo trazido pelas imigrantes, pensando em estratégias de produção de cuidados para as mesmas, como no desenvolvimento de campanhas transdisciplinares com a população para ser trabalhado temáticas como a xenofobia e a diversidade. Também caberá a psicologia a produção de espaços de cuidados dessas mulheres, não somente com uma escuta qualificada, mas também um acolhimento contínuo que exigirá uma atuação multiprofissional para respeitar a integralidade do biopsicossocial, uma vez que as políticas de assistência e de saúde podem orientar e apoiar  essas vítimas, tornando como foco primário e secundário a produção de saúde das mulheres venezuelanas imigrantes.

  • Palavras-chave
  • Imigrantes; Psicologia; Saúde Mental.
  • Modalidade
  • Pôster
  • Área Temática
  • Ensino, Pesquisa e Extensão em Educação
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Seja bem-vind@ à leitura dos Anais da Conexão Unifametro 2022!

Temos o prazer de disponibilizar à comunidade acadêmica os Anais do X Encontro de Iniciação à Pesquisa, X Encontro de Monitoria, XII Encontro de Pós-graduação e III Encontro de Experiências Docentes. Aqui estão os trabalhos que foram apresentados durante o evento, que agora são compartilhados em forma de artigos digitais.

Esperamos que essa coletânea possa auxiliar em estudos e pesquisas, estimular outros alunos e professores à produção científica e dar subsídios a novas práticas em campos de atuação diversos das áreas da saúde, humanas e exatas.

Agradecemos a todos pela confiaça em compartilhar suas produções científicas em nosso evento e contamos com sua participação na próxima Conexão!.

Boa leitura!

Drª. Denise Moreira Lima Lobo

Coordenadora da Comissão Científica da Conexão Unifametro 2022

As normas para submissão e apresentação de trabalhos podem ser acessadas em: https://doity.com.br/conexao-unifametro-2022/artigos

  • Alimentos, nutrição e saúde
  • Análise e Cálculo Estrutural
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  • Bem-estar animal, medicina veterinária preventiva e saúde pública veterinária
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