A mobilidade espacial de migração está presente na história da humanidade desde muito tempo, como quando o Homem paleolítico utilizava-se da modalidade nômade como estratégia de sobrevivência, uma vez que ia em busca de comida e segurança. Nesse caso, a migração pode ser definida como deslocamentos de um lugar a outro em busca de melhores condições de vida, sendo essa busca motivada por diversos fatores como culturais, crises econômicas ou ambientais, conflitos armados, etc (RESSTEL, 2015). Essas movimentações tendem a formar fluxos de trânsito de uma região a outra, podendo ser dentro de um mesmo país ou entre diferentes países e continentes. Os fluxos de partida foram nomeados “emigração” e os de chegada ao destino, “imigração”. No que se refere ao aspecto saúde mental dos imigrantes, no Brasil, há ainda poucos estudos e poucos debates em espaços acadêmicos e de formação. Quando se fala de saúde mental da mulher imigrante então, essa experiência possui ainda menos visibilidade e suas particularidades tendem a ser despercebidas pela experiência da interseccionalidade. Entretanto, essa temática vem se mostrando urgente em diversos campos do saber, como o da saúde coletiva e da Psicologia, cobrando, portanto, o comprometimento destas áreas do conhecimento e dos direitos humanos. Assim, tendo em vista a experiência de imigração das mulheres venezuelanas no Brasil, esta pesquisa tem como objetivo proporcionar um local de reflexão e debate acerca da temática dentro do espaço universitário, discutindo a respeito de alguns aspectos psicossociais que atravessam essa experiência e impactam a sua saúde mental, como é o caso das violências e da xenofobia. Ademais, busca também enfatizar a implicação da Psicologia nessa temática. Nessa pesquisa, a metodologia utilizada foi de ordem qualitativa em modelo de revisão de literatura. Considerando as leituras De acordo com a LEI Nº 13.445, DE 24 DE MAIO DE 2017, a Lei de Migração, é considerado imigrante a pessoa nacional de outro país ou apátrida que trabalha ou reside e se estabelece temporária ou definitivamente no Brasil. O conceito de refugiado pode ser confundido, mas é importante que as diferenciações sejam feitas, uma vez que a condição de se refugiar está atrelada a uma de busca por proteção. Em tese, ele pode até ser um imigrante, mas se a sua motivação é busca por refúgio em detrimento do contexto social, cultural, econômico e/ou político que ele vive, isso fará dele um refugiado. Quando se trata de políticas públicas, é garantido o acesso ao Sistema Único de Saúde (SUS), à educação, abrigo e a regularização de documentos, uma vez que serão reconhecidos como um cidadão possuidor de direitos, de acordo com a Lei de Migração. Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), xenofobia são atitudes, preconceitos e comportamentos que rejeitam, excluem e frequentemente difamam pessoas, com base na percepção de que eles são estranhos ou estrangeiros à comunidade. Esse preconceito pode ser manifestado através de diferentes tipos de violências, como a física, a psicológica, a material, a verbal e a moral. Ademais, além da exposição à xenofobia, outros exemplos de vulnerabilidades expostas a essa população são a fome, as perdas de bens e vínculos, o choque sociocultural no país de refúgio, a barreira linguística e a não garantia de direitos fundamentais, sendo essas outras causas geradoras de sofrimentos psíquicos e impactos à sua saúde mental, uma vez resultando na dificuldade de acesso às necessidades básicas. Ao que implica a psicologia diante desse contexto, é a promoção de bem estar o foco desse saber que, segundo o Código de Ética da Psicologia (CFP, 2005), deve ser pautado na liberdade e dignidade do sujeito. Ademais, a psicologia social entra também com o propósito fundamental de estudar e compreender a interação do sujeito com o meio. Logo, amparado pela psicologia ambiental, que irá analisar e intervir de acordo com o que o indivíduo analisa e percebe do ambiente e como este interage e é influenciado pelo mesmo, pode-se pensar acerca do conceito de desapropriação enquanto um processo em que os moradores não sente que esses espaços lhes são pertencentes se tornando alheios a eles (Pol, 1996 apud Zulmira e Pacheco 2021). Portanto, pode-se concluir que ao que compete o saber psi frente a essa problemática, cabe respeitar o multiculturalismo trazido pelas imigrantes, pensando em estratégias de produção de cuidados para as mesmas, como no desenvolvimento de campanhas transdisciplinares com a população para ser trabalhado temáticas como a xenofobia e a diversidade. Também caberá a psicologia a produção de espaços de cuidados dessas mulheres, não somente com uma escuta qualificada, mas também um acolhimento contínuo que exigirá uma atuação multiprofissional para respeitar a integralidade do biopsicossocial, uma vez que as políticas de assistência e de saúde podem orientar e apoiar essas vítimas, tornando como foco primário e secundário a produção de saúde das mulheres venezuelanas imigrantes.
Seja bem-vind@ à leitura dos Anais da Conexão Unifametro 2022!
Temos o prazer de disponibilizar à comunidade acadêmica os Anais do X Encontro de Iniciação à Pesquisa, X Encontro de Monitoria, XII Encontro de Pós-graduação e III Encontro de Experiências Docentes. Aqui estão os trabalhos que foram apresentados durante o evento, que agora são compartilhados em forma de artigos digitais.
Esperamos que essa coletânea possa auxiliar em estudos e pesquisas, estimular outros alunos e professores à produção científica e dar subsídios a novas práticas em campos de atuação diversos das áreas da saúde, humanas e exatas.
Agradecemos a todos pela confiaça em compartilhar suas produções científicas em nosso evento e contamos com sua participação na próxima Conexão!.
Boa leitura!
Drª. Denise Moreira Lima Lobo
Coordenadora da Comissão Científica da Conexão Unifametro 2022
As normas para submissão e apresentação de trabalhos podem ser acessadas em: https://doity.com.br/conexao-unifametro-2022/artigos
Comissão Organizadora
Juliana Pereira Pessoa
Thalita Rodrigues
Thaiane Bezerra
Arlan Diego Alencar Freitas
Ricardo Junior
Fábio Júnior Braga
Murilo Costa
Davi Menezes
Raphaela Sobral
Laiza Rodrigues
Comissão Científica
Denise Moreira Lima Lobo - Coordenação Comissão Científica
Lucas Souza
Roberta Mable Rabelo Sampaio Mapurunga
A Comissão Científica permanece à disposição pelo e-mail conexaocientifica@unifametro.edu.br e presencialmente na sala da Coordenadoria de Pesquisa e Monitoria (COOPEM) localizada no Campus Carneiro da Cunha do Centro Universitário Fametro - Unifametro.
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2021 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaounifametro2021
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2020 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaounifametro2020
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2019 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaounifametro2019
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2018 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaofametro2018