A INFLUÊNCIA DA INTERVENÇÃO NUTRICIONAL PRECOCE EM IDOSOS DISFÁGICOS PORTADORES DE ALZHEIMER

A INFLUÊNCIA DA INTERVENÇÃO NUTRICIONAL PRECOCE EM IDOSOS DISFÁGICOS PORTADORES DE ALZHEIMER

• Autor
• SHIRLEY FERNANDES SALES
• Co-autores
• EMANUELE BARROS DOMINGOS VASCONCELOS , SANDY CRISTINA TELES DE SOUSA , MARAY DE NOJOSA GOMES , KARLA PINHEIRO CAVALCANTE
• Resumo

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  Introdução: Mundialmente a população vem envelhecendo, com aumento estimado de 203% entre 1970 até 2025. Com isso, tem aumentado a incidência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), incluindo a demência. A Doença de Alzheimer (DA) é uma doença neurodegenerativa progressiva, com alta prevalência, representando 60 a 70% dos casos de demência. A DA compromete a qualidade de vida do indivíduo, afetando inicialmente a perda de memória e a comunicação, com a progressão prejudica a independência, a autonomia, a locomoção e até a capacidade de realizar as atividades básicas do dia a dia. Observa-se que, concomitantemente, surgem as dificuldades com alimentação dos pacientes com DA, como anorexia, dificuldade na mastigação, disfagia, recusa alimentar, perda de peso não intencional, explicando a significativa desnutrição, pior estado nutricional e maior mortalidade nestes indivíduos. Os déficits cognitivos da doença afetam os estímulos necessários para mastigação, destacando disfunção motora lingual, retardo do reflexo de deglutição, falha no controle oral no bolo alimentar, retenção dos alimentos, mastigação ausente e aspiração principalmente de líquidos. Objetivo: Elucidar a influência da intervenção nutricional precoce na disfagia em indivíduos com a Doença de Alzheimer. Metodologia: Trata-se de uma revisão de literatura, realizada no período de abril de 2022, a partir de buscas nas bases de dados Medline Pubmed, Scientific Electronic Library Online (Scielo) e Periódicos CAPES. Utilizando os Descritores em Ciências e Saúde (DECs) Alzheimer, Disfagia, Idoso, Pneumonia aspirativa, cruzados com os operadores boleadores “AND” e “OR” na língua inglesa e portuguesa. O corte temporal foi de 2012 a 2022.  Incluídos o artigos publicados com ensaios clínicos e observacionais com o público idoso, portador de disfagia e DA, excluído os artigos duplicados, que não estivesse relacionado com o tema, ou que fossem monografia, livro, trabalho de conclusão de curso. Foram encontrados 10 artigos e ao aplicar os critérios de inclusão e exclusão, 5 estudos foram selecionados para compor o presente estudo. Resultados e Discussão: Idosos disfágicos e portadores de Alzheimer merecem atenção considerável, pois ocorrem mudanças fisiológicas e comportamentais significativas que podem afetar seu estado nutricional. Neste sentido é importante que o cuidador busque estratégias específicas para a aceitação da alimentação por parte do idoso (PIVI et al. 2017), visto que o cuidado adequado e precoce pode evitar a evolução para doenças associadas, entre elas a desnutrição e pneumonia aspirativa, condições comuns principalmente no estágio final de Alzheimer (AKUZAWA et al. 2019). Um estudo realizado na Suécia usou como estratégia a relação do paciente com o cuidador e quanto melhor a interação entre eles, maior a ingestão de alimentos (PIVI et al., 2017). Goes et al. (2014) verificaram um risco aumentado de disfagia em portadores de DA, com 30 idosos, em que avaliou grau da doença, deglutição, estado nutricional e ingestão alimentar, concluindo inadequação de micronutrientes, como vitamina A, C, E e selênio e que no início da doença há menores alterações no processo de engolir. Com isso, o agravamento da DA pode piorar consideravelmente a deglutição e qualidade de vida, sendo importante tratá-lo adequadamente. O uso de antioxidantes, como vitamina E, vitamina C, selênio, flavonoides protege de danos oxidativos. As vitaminas do complexo B e folato, vitamina D estão associadas a saúde neuronal, importantes na neuroproteção (CARDOSO; PAIVA, 2017). Além disso, a dieta mediterrânea foi associada a prevenção da DA e a uma menor progressão, aumentando o consumo de peixes, azeite de oliva extravirgem, vinho tinto e frutas e vegetais e hortaliças, para adequar nutrientes relacionados a função cerebral (SOUSA; GUIMARÃES, 2015). Considerações finais: Uma boa saúde neuronal reflete em todo o organismo, incluindo no reflexo da mastigação. Pois sabe-se que a deficiência de nutrientes no cérebro na DA, pode comprometer ainda mais as funções cognitivas. Assim, a ingestão adequada de vitaminas e minerais antioxidantes, bem como a dieta mediterrânea e a mudança da textura da alimentação são estratégias aliados para prevenção, menor progressão e maior aceitação da ingesta em portadores da DA e consequentemente diminuição da disfagia, podendo dar ao paciente uma melhora considerável em seu estado. Dessa forma fica evidente a importância do acompanhamento nutricional em pacientes disfágicos e acometidos pela DA. São necessários mais estudos na área que possa correlacionar os nutrientes no idoso com DA relacionado a melhores respostas na disfagia.  

   

• Palavras-chave
• Alzheimer, Disfagia, Idoso, Nutrição.
• Modalidade
• Pôster
• Área Temática
• Alimentos, nutrição e saúde

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