VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA FELINA E CO-INFECÇÃO POR SARNA: RELATO DE CASO

VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA FELINA E CO-INFECÇÃO POR SARNA: RELATO DE CASO

• Autor
• Giselli Lima Cavalcante
• Co-autores
• Ana Karine Rocha de Melo Leite
• Resumo

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  Introdução: O vírus da imunodeficiência felina (FIV) é um retrovírus da subfamília Lentivirinae, que causa distúrbios imunológicos em gatos domésticos acarretando imunossupressão e favorecendo a infecções no animal. Dessa forma, um animal diagnosticado com FIV deve ter um cuidado especial em relação a sua saúde e estilo de vida. Dentre as doenças de pele causadas por parasitas que impactam cães e gatos, a escabiose se destaca como uma das principais, também conhecida como sarna.  A escabiose é uma inflamação pruriginosa da pele que afeta várias espécies de animais e pode resultar em lesões na região facial, orelhas, abdômen e laterais do corpo. Os sinais clínicos são notáveis pelo intenso desconforto, eritrema, descamação e erupções na pele, acompanhadas por crostas e perda de pelos. Assim, a sarna leva ao comprometimento da saúde e do bem estar do animal. Objetivo: Compreender os efeitos da co-infecção por FIV e sarna em um gato, analisando a interação entre as duas doenças e os impactos resultantes na saúde dos animais. Metodologia: Felino resgatado no dia 28/06/2023, pelagem branca com preta, macho e não castrado, sem raça definida foi levado a uma clínica veterinária em Fortaleza, Ceará. No exame físico foi observado que o animal estava desidratado, anoréxico e presumiu-se que o animal era adulto, devido ao seu tamanho corporal. Apresentava lesões com crostas nas regiões das bordas das orelhas e face, alopecia nas patas e aparentava prurido nas partes das lesões. O animal foi internado e foram solicitados exames complementares: hemograma e teste rápido para FIV/FeLV. Resultados e Discussão: O resultado para anticorpo para FIV e antígeno para FeLV, mostrou-se positivo para FIV, diagnosticando-se essa enfermidade no animal. Dados mostram que gatos machos, adultos e não castrados, com acesso as ruas, tem maiores chances de contrair o vírus da imunodeficiência felina, devido ao comportamento agressivo por disputas por fêmeas e por territórios. Esses achados condizem com esse relato de caso. O paciente permaneceu internado por um dia, durante o qual foi administrado o Revolution® na região dorsal. Ele tem como objetivo tratar, prevenir e controlar infestações por pulgas. Como se tratava de um animal de rua, era importante prescrever esse ectoparasiticida. Além disso, foi prescrita uma combinação de Atriben®, antiinflamatório não esteroidal e Agemoxi®, antibiótico de largo espectro, juntamente com o uso de ivermectina, um endo e ectoparasiticida. O antibiótico foi prescrito para combater  a infecção secundária na pele do animal e, o antiinflamatório, para controlar o processo inflamatório. Depois de receber alta a prescrição consistiu na aplicação do Revolution® a cada 21 dias ao longo de 3 meses para controlar a infestação por pulgas e Nutrifull cat® 0,5 ml diariamente durante um mês no intuito de suplementar a alimentação do animal, já que o mesmo encontrava-se caquético. Com 3 dias desde o início do tratamento, foi aplicada topicamente a pomada de bepantol® nas lesões com crostas por 2 dias no intuito de hidratar a pele do animal. Após uma semana, foi prescrito banho com shampoo anti-seborreico e fungicida. Na segunda semana, o animal foi submetido à castração. Após 21 dias da primeira aplicação do tratamento, o animal apresentou-se clinicamente normal com ausência de alopecia. O processo de melhora ocorreu em poucas semanas e não houve recorrência das lesões de pele. Após 30 dias desde o início do tratamento, o crescimento dos pelos já era visível. Durante todo o período do tratamento, o animal manteve um bom apetite. Dessa forma, verificou-se que o tratamento para a sarna foi eficaz. Como o animal era positivo para FIV, provavelmente a imunossupressão do animal contribui para a evolução da sarna. Porém o diagnóstico terapêutico associado aos sinais clínicos foi essencial para a melhora do quadro do animal. Entretanto, por se tratar de um animal positivo para FIV, é importante o acompanhamento clínico e hematológico do mesmo. Considerações finais: Conclui-se, nesse relato que a sarna induziu sinais clínicos no animal devido à imunossupressão causada pelo vírus da imunodeficiência felina. Ainda, as associações entre ambas as doenças comprometeram a saúde do animal. Porém, com o tratamento adequado, a infecção pela dermatopatia parasitária foi sanada. Entretanto, esse animal deve ser acompanhado rotineiramente para tentar manter uma qualidade de vida.

• Palavras-chave
• Imunodeficiência felina, co-infecção, Tratamento.
• Modalidade
• Pôster
• Área Temática
• CLÍNICA E BIOTECNOLOGIAS APLICADAS EM MEDICINA VETERINÁRIA

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