A importância da odontologia oncológica no tratamento do câncer

A importância da odontologia oncológica no tratamento do câncer

• Autor
• Ana Karoliny Andrade Rocha dos Santos
• Co-autores
• Jeyslla Alves Abreu , Paulo Gustavo Sousa da Silva , Edu Gomes Mourão Ribeiro , Isaac Santos Araújo , Osias Vieira de Oliveira Filho
• Resumo

• Introdução: Mundialmente, mais de 900 mil casos de câncer que afetam a cabeça e o pescoço são diagnosticados anualmente. Dessas ocorrências, cerca de 400 mil exigem tratamentos paliativos devido à gravidade da condição. O tratamento do câncer pode ser realizado por meio de várias modalidades terapêuticas, cada uma com suas próprias indicações, vantagens e desvantagens. Os métodos antineoplásicos, tais como quimioterapia, radioterapia, imunoterapia e terapias alvo, podem causar algumas alterações bucais indesejáveis. Além disso, a quimioterapia e o uso de certos medicamentos, como corticoides e agentes imunoterápicos, podem levar a um estado de imunossupressão, diminuindo a resposta imunológica do paciente e aumentando o risco de manifestações orais, como infecções fúngicas e bacterianas. Portanto, a cavidade oral é um elemento fundamental do cuidado oncológico que requer um acompanhamento adequado. Objetivo: Investigar, por meio de estudos provenientes da literatura científica e compreender a importância do cirurgião dentista frente à tratamentos oncológicos, paliativos e manejo correto do paciente nesse contexto. Metodologia: Para tanto, foi realizado uma revisão de literatura na base de dados Pubmed e Scielo utilizando os descritores “oncology”; “dentistry”; “treatment” com os operadores boleanos “AND”. Como critério de inclusão foram utilizados trabalhos compreendidos no período de 2018 a 2023, que estivessem disponíveis na versão completa nos idiomas português e inglês, e que avaliassem as manifestações orais e o tratamento odontológico em pacientes com câncer. Como critério de exclusão, foram adotados trabalhos que não abordavam medidas de prevenção e tratamento para pacientes oncológicos. Após a busca realizada utilizando os critérios de inclusão e exclusão e o desempenho de uma leitura criteriosa dos resumos foram selecionados 11 artigos nas bases citadas. Resultados e Discussão: Dentre as manifestações orais, algumas podem surgir após o início da terapia antineoplásica, tais como mucosite oral (MO), xerostomia, doença periodontal, disgeusia, trismo, cárie por irradiação e osteorradionecrose. Durante o tratamento de quimioterapia e/ou radioterapia, algumas patologias orais podem surgir devido ao uso de certos fármacos. Estes medicamentos podem contribuir na redução da imunidade ocorrendo a leucopenia, o que por sua vez pode precipitar o desenvolvimento de infecções fúngicas ou lesões inflamatórias oportunistas. Além disso, o fluorouracil, metotrexato e a adriamicina - três dos medicamentos mais frequentemente empregados em tratamentos - apresentam efeito antimetabólico, afetando a fase ativa do ciclo celular. Medicamentos como o metotrexato utilizam as secreções salivares, o que pode resultar certos sintomas como xerostomia, mucosite e gengivite. Assim, é comum que pacientes oncológicos tenham a saúde bucal prejudicada após passar por diversos tratamentos agressivos. Portanto, é essencial que ele não deixe o acompanhamento com o cirurgião-dentista para cuidar das complicações tardias. Após a conclusão do tratamento antineoplásico, é fundamental que o acompanhamento pelo cirurgião dentista seja mantido, uma vez que algumas terapias podem desencadear complicações tardias. Estas complicações podem incluir a necessidade de tratamentos para controlar condições como trismo, osteonecrose e cárie resultante da xerostomia. Além disso, é altamente recomendado que o paciente oncológico passe por uma avaliação odontológica antes de iniciar qualquer modalidade terapêutica. Portanto, torna-se indispensável que o cirurgião-dentista acompanhe o paciente desde a fase de pré-tratamento, com o objetivo de prevenir possíveis lesões que possam surgir durante o tratamento oncológico. O cirurgião-dentista desempenha um papel crucial ao fornecer tratamento e profilaxia para diversos efeitos colaterais do tratamento contra o câncer. Entre os métodos disponíveis, estão avaliações periódicas para eliminar a placa bacteriana, raspagem supra gengival, restaurações definitivas e outros tratamentos necessários. Além disso, bochechos e sessões com laser de baixa potência também pode ser realizados para beneficiar o paciente durante essa fase delicada do tratamento. Considerações finais: O tratamento oncológico é de grande complexidade, por isso se faz necessária uma equipe multidisciplinar, com a presença do profissional de odontologia, principalmente o Estomatologista, a especialidade capacitada para tratar esse perfil de pacientes. Contribuindo efetivamente na minimização da dor e do sofrimento resultante das toxicidades e das ocorrências do tratamento, bem como também na prevenção do surgimento ou do agravo de doenças bucais comuns, com o diagnóstico precoce das manifestações, que podem levar à piora do quadro clínico e sucesso do tratamento. Dessa forma, proporciona a redução de custos hospitalares com tempo de internações e menor ajuste e interrupção no seguimento do tratamento.

• Palavras-chave
• Odontologia, Oncologia, Quimioterapia, Tratamento.
• Modalidade
• Pôster
• Área Temática
• SAÚDE COLETIVA, PROMOÇÃO E PREVENÇÃO EM ODONTOLOGIA

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