HUMANIZAÇÃO NAS SALAS DE PARTO BRASILEIRAS SOB PERSPECTIVA MULTIDISCIPLINAR: UMA REVISÃO DA LITERATURA

HUMANIZAÇÃO NAS SALAS DE PARTO BRASILEIRAS SOB PERSPECTIVA MULTIDISCIPLINAR: UMA REVISÃO DA LITERATURA

• Autor
• Larissa Pinheiro Ferreira
• Co-autores
• Maria Nalia da Silva Pereira dos Santos , Markus Vinicius Paulino Crisostomo , Vitória Emille Sampaio Barbosa , Rinna Rocha Lopes , Natalia Bitar da Cunha Olegario
• Resumo

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  Introdução: A humanização no parto envolve proporcionar à mãe e ao bebê uma melhor experiência nesse momento, garantindo uma maior autonomia, práticas seguras e acolhedoras e um suporte emocional adequado à gestante e à família. O Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento, instituído pelo Ministério da Saúde através da Portaria/GM nº 569, de 1/6/2000, apresenta uma análises das necessidades de atenção específica à gestante e ao recém-nascido no período pós-parto, sendo suas prioridades, reduzir as taxas de mortalidade materna, peri e neonatal, aplicar medidas para que o acesso à saúde seja exercido com qualidade, desde o acompanhamento pré-natal ao puerpério, e para ampliar as ações já exercidas pelo Ministério da Saúde, em relação aos investimentos financeiros, projetos específicos e capacitar os profissionais. Segundo estudo de PREZOTTO et al. (2021) no ano 2000 a taxa de mortalidade neonatal evitável era de 10,98, e reduziu para 6,76 a cada mil nascidos vivos, em 2018. Objetivo: Realizar uma revisão da literatura sobre a humanização nas salas de parto, sob perspectiva multidisciplinar. Metodologia: Trata-se de um estudo bibliográfico do tipo revisão da literatura. Foram selecionados estudos publicados na base de dados BVS, entre os anos 2011 a 2021, não foi delimitado um idioma para a pesquisa. Para realização da busca foram utilizados os descritores “Humanization” e “delivery rooms”. Foram incluídos os artigos que abordaram uma visão multidisciplinar da temática no Brasil, ademais, foram excluídos artigos que não fossem ensaio clínicos e  que não foi possível localizar texto completo. Resultados e Discussão: A partir da busca realizada, foram encontrados 49 estudos e após aplicação dos filtros, restaram 24. Por fim, após leitura dos títulos e resumos, foram incluídos para análise 7 artigos. O estudo de PASCHE et al. (2021), aborda a transição do modelo de ambiente dos hospitais que entregam na rede cegonha, nos resultados podemos observar uma análise de 575 hospitais Brasileiros que foram investigados para concluir se estão aptos para implementar a meios mais humanizados neste momento, foram observados quesitos estruturais e financeiros, como a disposição dos leitos na UTI para neonatos, os tópicos analisados foram: hospitais que realizam partos em salas coletivas, disponibilidade de equipamentos farmacológicos para alívio da dor e atenção a gestantes de alto risco. O estudo de SILVA et al. (2021), contou com a participação de 204 puérperas internadas com idades <18, a coleta de dados ocorreu de Agosto a Novembro de 2018 por meio de um formulário estruturado com intuito de avaliar o conhecimento das gestantes sobre o parto. Logo, evidenciou-se que as puérperas têm conhecimentos quanto às posições que promovem maior conforto durante o trabalho de parto, bem como ter direito a um acompanhante. Mas, revelou-se que possuem conhecimento reduzido quanto às práticas não farmacológicas para alívio da dor. O estudo de LEDO et al. (2021), realizou uma coleta de dados em prontuários de nascidos em 2015 e 2017, realizando o teste Qui Quadrado para associação de variáveis, no qual a análise dos 351 prontuários, evidenciou que na sala de parto houve contato pele a pele e aleitamento precoce (28%), secagem (92,3%) e oxigênio inalatório (7,7%). O contato precoce ao seio esteve associado ao tipo de parto e alterações no exame físico. Possuir alterações no exame físico diminuiu significativamente as chances de o RN ser colocado nessa posição ainda na sala de parto. Nascer de parto cesáreo aumentou duas vezes as chances dos RNs serem submetidos a aspiração gástrica. No estudo de BARBOZA et al. (2020), os dados foram obtidos através de uma entrevista semiestruturada e analisada através da técnica de Bardin. Na qual, a categoria condições de trabalho na sala de parto revelou-se favorável, quanto a integração da equipe, competência profissional e filosofia institucional, e, inadequada, para estrutura física, ausência de materiais e manutenção de equipamentos. No estudo de DODOU et al. (2017), os dados foram coletados através de entrevistas com 13 profissionais da saúde. O estudo possibilitou a compreensão das condições de trabalho vivenciadas por médicos e enfermeiros da sala de parto de um serviço de referência para o nascimento humanizado e concluiu que há necessidade de reorganizar o serviço e melhorar as condições de trabalho para melhorar a qualidade da assistência. O estudo de ALMEIDA et al. (2016), foi realizado com 120 gestantes que tiveram parto normal, no qual analisaram a dinâmica uterina, toque vaginal, controle não farmacológico da dor, preenchimento do partograma, presença do acompanhante, episiotomia, posição semi-vertical, contato pele-a-pele mãe e bebê, aleitamento materno na primeira hora de vida. Com isso chegaram a conclusão que a assistência ao parto normal está sendo realizada de uma forma adequada. Por fim, ALVES et al. (2013), abordou a forma como os acompanhantes são recebidos no centro obstétrico e como ele apoia a parturiente durante os períodos clínicos do parto e interage com o RN, as ações de apoio no pré-parto, no momento do parto, primeiro contato com o recém-nascido e a interação do mesmo com o binômio no pós-parto imediato, todos esses quesitos sendo de extrema importância para aplicação da humanização nesse momento. Considerações finais: De acordo com o exposto foi possível analisar que os estudos possuem uma visão ampla quanto aos envolvidos nesse momento, tendo em vista que foram encontrados estudos focados nas parturientes, presença e participação do acompanhante, equipe de saúde, estrutura das salas de parto, recursos disponíveis, técnicas e condutas aplicadas. Dessa forma observamos que ainda é pouco discutida na assistência as técnicas não farmacológicas para alívio da dor durante o trabalho de parto. Porém, nota-se a importância dada pela equipe no respeito da individualidade de cada parturiente, levando a garantir que as salas de parto sejam locais seguros e aconchegantes para o recém-nascido e a família.

   

• Palavras-chave
• Salas de parto, Humanização da assistência, Assistência integral à saúde.
• Modalidade
• Pôster
• Área Temática
• PROCESSO DE CUIDAR

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