Introdução: No cotidiano da prática profissional o enfermeiro se depara com diversas situações que exigem conhecimento teórico/prático para uma melhor assistência, dentre elas está o cuidado com feridas. Segundo a resolução nº 567 de 2018 do Conselho Federal de Enfermagem-COFEN, a equipe de enfermagem tem autonomia na atuação do cuidado aos pacientes com feridas. Algumas feridas sofrem influência de diversos fatores que levam à cronificação sendo assim, denominadas lesões de difícil cicatrização. Estas consistem em feridas que não cicatrizam no tempo esperado ou enfrentam complicações que retardam o processo de cicatrização envolvendo uma complexa interação de diferentes tipos de tecidos. Posto isso, os profissionais, em especial o enfermeiro, necessita averiguar as características presentes no leito das lesões, entender a evolução do processo de cicatrização, reconhecer a descrição destas partes que configuram uma boa avaliação. Além da abordagem avaliativa, o enfermeiro deve saber as técnicas de desbridamento, quando desbridar, como preparar o leito da lesão para receber a melhor cobertura e qual cobertura deve ser utilizada para cada etapa envolvida na cicatrização da ferida. Para tanto, o preparo profissional deve ocorrer desde a sua graduação, período mais adequado para se adquirir conhecimentos e habilidades que o capacite para o serviço assistencial. Nesse cenário, a simulação realística torna-se um recurso didático seguro e eficaz para a formação desses profissionais, pois facilita o ensino por meio do treinamento fomentando a confiança dos alunos na estruturação da sua educação e do seu conhecimento. Assim, percebeu-se a necessidade de melhorar o processo de ensino-aprendizagem dos discentes de enfermagem, e por isso idealizou-se a construção de simuladores de feridas para uma abordagem sobre tecidos presentes, higienização e desbridamento. Objetivo: Relatar o processo de construção e aplicação de simuladores para o ensino-aprendizagem de discentes de enfermagem sobre lesões de difícil cicatrização. Métodos: Relato de experiência sobre o processo de construção e aplicação de simuladores de feridas para o ensino-aprendizagem de discentes de enfermagem sobre lesões de difícil cicatrização, realizado entre março a maio de 2023, em Fortaleza-Ceará-Brasil. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa sob o CAAE nº 30939420.1.00005054. Resultados e Discussão: A pesquisa se desenvolveu em três etapas, a destacar: 1. Estado da Arte; 2. Construção dos Simuladores e 3. Aplicação dos Simuladores. Na etapa inicial, as alunas de Iniciação Científica fizeram o Estado da Arte, realizado por meio de um levantamento bibliográfico e selecionaram referências que formaram o arcabouço teórico sobre o assunto. Em posse desses conhecimentos, iniciou-se segunda etapa, a qual consistiu na Construção dos Simuladores. Foi realizada a montagem das placas com os seguintes materiais: um isopor (30mm) medindo 100 cm x 50 cm, massa de biscuit, tinta acrílica, verniz acrílico e pincéis. Do isopor foi extraído dois pedaços (placas) de aproximadamente 18cm x 21cm e em um deles foi efetuado três inserções rasas em formatos irregulares medindo 4cm x 5cm cada, e o outro, contendo uma inserção rasa em formato irregular medindo aproximadamente 8cm x 6cm. Em seguida, ambas as placas foram cobertas com a massa de biscuit. Aguardadas 24h, as inserções foram pintadas conforme suas características, abordando quatro tipos de tecido que podem estar presentes na ferida: granulação, esfacelo, necrose e epitelização. Finalizada essa fase, as placas foram envernizadas para sua melhor durabilidade e conservação. Na etapa de Aplicação dos Simuladores, as placas foram utilizadas em atividades que envolviam o ensino sobre cuidados com feridas. Sendo que essa etapa envolveu diversos momentos: A) Um facilitador explicou sobre os tipos de tecidos presentes nos leitos das feridas apontando nas placas os tecidos abordados como demonstração. B) Em seguida, com o uso de massinha de modelar, foi possível realizar um treinamento prático envolvendo a higienização das feridas e as técnicas de desbridamento. Para demonstração do desbridamento mecânico utilizou-se uma gaze aplicando-a sobre a lesão na placa; adicionando-se a massinha de cor preta sobre a placa de necrose foi possível ensinar o desbridamento instrumental conservador utilizando a pinça e o bisturi, realizando a técnica de cover e square; com o uso de hidrogel foi explicado o desbridamento autolítico e para o desbridamento enzimático utilizou-se a colagenase. C) Para o ensino sobre as bordas, foi aplicada massinha imitando epíbole, hiperqueratose, maceração, como utilizar os correlatos e as técnicas associadas ao bisturi. Considerações finais: Os simuladores proporcionam um ambiente de aprendizado seguro, onde os erros podem ser cometidos sem riscos para os pacientes e onde a prática pode ser repetida até que as habilidades sejam dominadas. A sua utilização nas atividades práticas permitem a visualização, o treino e o desenvolvimento do raciocínio clínico na abordagem de diferentes situações. Portanto, acredita-se que os simuladores desempenham um papel crucial na formação de profissionais da enfermagem, aprimorando o conhecimento, proporcionando a qualificação e refletindo na melhoria do atendimento ao paciente. Como limitações, os simuladores de feridas não permitem avaliar alguns aspectos clínicos como dor, odor, exsudato e biofilme; requisitam conhecimentos específicos como o manuseio da massa de biscuit e a pintura dos itens na sua construção. Espera-se que após o processo de validação essas tecnologias possam ser incorporadas em atividades de ensino e aprendizado de alunos da graduação em enfermagem.
Seja bem-vind@ à leitura dos Anais da Conexão Unifametro 2023!
Temos o prazer de disponibilizar à comunidade acadêmica os Anais do XI Encontro de Iniciação à Pesquisa, XI Encontro de Monitoria, o XIII Encontro de Pós-graduação e o IV Encontro de Experiências Docentes. Aqui estão os trabalhos que foram apresentados durante o evento, que agora são compartilhados em forma de artigos digitais.
Esperamos que essa coletânea possa auxiliar em estudos e pesquisas, estimular outros alunos e professores à produção científica e dar subsídios a novas práticas em campos de atuação diversos das áreas da saúde, humanas e exatas.
Agradecemos a todos pela confiaça em compartilhar suas produções científicas em nosso evento e contamos com sua participação na próxima Conexão!.
Boa leitura!
Drª. Denise Moreira Lima Lobo
Coordenadora da Comissão Científica da Conexão Unifametro 2023.
As normas para submissão e apresentação de trabalhos podem ser acessadas em: https://doity.com.br/conexao-unifametro-2023/artigos
Comissão Organizadora
Thalita Rodrigues
Fábio Júnior Braga
Laiza.Rodrigues
Thaiane Bezerra
Tom Lobo
Davi Menezes
Raphaela Sobral
Rita Maria Lima Reouças
Keise Daiane Teixeira Sousa
Comissão Científica
Denise Moreira Lima Lobo - Coordenação Comissão Científica
Antônio Adriano da Rocha Nogueira
A Comissão Científica permanece à disposição pelo e-mail conexaocientifica@unifametro.edu.br e presencialmente na sala da Coordenadoria de Pesquisa e Monitoria (COOPEM) localizada no Campus Carneiro da Cunha do Centro Universitário Fametro - Unifametro.
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2022 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaounifametro2022
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2021 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaounifametro2021
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2020 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaounifametro2020
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2019 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaounifametro2019
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2018 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaofametro2018