Introdução: A leishmaniose visceral canina é uma doença hemoparasitária de alta incidência na clínica de pequenos animais. Ela é causada por um protozoário conhecido como L. chagasi que leva desde quadros assintomáticos a graves em cães. Ela induz alterações hematológicas e bioquímicas que variam conforme a resposta imune do animal. Objetivo: Descrever as alterações hematológicas e bioquímicas induzidas pela leishmaniose visceral em um cão. Metodologia: Foi atendido no Complexo Veterinário de uma instituição de ensino, um cão, macho, 12 anos de idade, sem raça definida. A tutora relatou que o animal já foi diagnosticado anteriormente com leishmaniose visceral e foi tratado, porém o animal apresentava lesões de pele e perda de peso. Ao exame físico, constatou-se desidratação, lesão ao redor dos olhos e baixo peso corporal. Foram solicitados: teste rápido para leishmaniose, hemograma e quantificações bioquímicas séricas. Resultados e Discussão: O resultado do teste rápido da Alere® para detecção de anticorpos contra leishmaniose mostrou-se positivo. Dados mostram que testes rápidos são exames que devem ser considerados como teste de triagem e, muitas vezes, como de diagnóstico. Dessa forma, foi diagnosticada leishmaniose visceral no animal. Em relação ao hemograma, verificou-se no eritrograma uma redução do hematócrito 27,8% (37-55%) e de hemoglobina 7,4% (12-18%), mostrando um quadro de anemia, no mínimo, ferropriva. Dados apontam que de fato a leishmaniose visceral induz um quadro de vasculite e, consequentemente, dano renal. Dessa forma, pode ser visualizada anemia nos animais acometidos, já que há uma redução da produção da eritropoetina, hormônio eritropoiético. No leucograma, verificou-se discreta leucopenia 4.000 (6.000 – 17.000/mm³), neutropenia 2.948 (3.000 – 11.500/mm³) e linfopenia 484 (1.000 – 4.800/mm³). Sabe-se que a leucopenia, neutropenia e linfopenia podem estar associadas a infecções sistêmicas crônicas, achados que podem ser visualizados na leishmaniose. Em relação ao número de plaquetas, esse apresentou uma redução 104.000 (200.000 – 500.000/mm³). Na leishmaniose visceral, pode-se justificar a trombocitopenia por meio da vasculite, ou seja, consumo e, também por destruição, por meio da ligação com imunocomplexos. No hemograma, também se observou um aumento de proteínas plasmáticas totais 11,4 (5,5 – 8 g/dL). Esse pode estar associado a quadros de desidratação, processo inflamatório agudo e/ou hipergamaglobulinemia. Provavelmente essa hiperproteinemia no animal é devido ao excesso de produção de gamaglobulinas, ou seja, anticorpos. Quanto aos resultados das dosagens bioquímicas, verificaram-se os seguintes resultados: creatinina 1,2 (0,5 – 1,5 g/dL), ureia 50,1 (21 – 59,9 mg/dL) e ALT 115,2 (21 – 102 U/L). Dados da literatura mostram que a creatinina e ureia são marcadores renais. Dessa forma, verificou-se que o animal não apresentou dano renal. Em relação ao ALT, este é uma enzima presente nos hepatócitos e fibra muscular. Diante desse resultado, verificou-se que o animal mostrou um dano hepático explicado provavelmente pela vasculite induzida pela leishmaniose. Diante do diagnóstico, o tutor foi esclarecido em relação ao quadro do animal e as alterações laboratoriais induzidas pela leishmaniose. Conclusão: Conclui-se, nesse relato, que a leishmaniose visceral canina induziu alterações clínicas e laboratoriais que comprometeram o bem-estar do animal. O acompanhamento dos sinais clínicos bem como dos parâmetros hematológicos e bioquímicos são essenciais para o controle da saúde de animais com essa enfermidade.
Seja bem-vind@ à leitura dos Anais da Conexão Unifametro 2023!
Temos o prazer de disponibilizar à comunidade acadêmica os Anais do XI Encontro de Iniciação à Pesquisa, XI Encontro de Monitoria, o XIII Encontro de Pós-graduação e o IV Encontro de Experiências Docentes. Aqui estão os trabalhos que foram apresentados durante o evento, que agora são compartilhados em forma de artigos digitais.
Esperamos que essa coletânea possa auxiliar em estudos e pesquisas, estimular outros alunos e professores à produção científica e dar subsídios a novas práticas em campos de atuação diversos das áreas da saúde, humanas e exatas.
Agradecemos a todos pela confiaça em compartilhar suas produções científicas em nosso evento e contamos com sua participação na próxima Conexão!.
Boa leitura!
Drª. Denise Moreira Lima Lobo
Coordenadora da Comissão Científica da Conexão Unifametro 2023.
As normas para submissão e apresentação de trabalhos podem ser acessadas em: https://doity.com.br/conexao-unifametro-2023/artigos
Comissão Organizadora
Thalita Rodrigues
Fábio Júnior Braga
Laiza.Rodrigues
Thaiane Bezerra
Tom Lobo
Davi Menezes
Raphaela Sobral
Rita Maria Lima Reouças
Keise Daiane Teixeira Sousa
Comissão Científica
Denise Moreira Lima Lobo - Coordenação Comissão Científica
Antônio Adriano da Rocha Nogueira
A Comissão Científica permanece à disposição pelo e-mail conexaocientifica@unifametro.edu.br e presencialmente na sala da Coordenadoria de Pesquisa e Monitoria (COOPEM) localizada no Campus Carneiro da Cunha do Centro Universitário Fametro - Unifametro.
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2022 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaounifametro2022
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2021 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaounifametro2021
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2020 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaounifametro2020
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2019 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaounifametro2019
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2018 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaofametro2018