A CORONECTOMIA COMO TÉCNICA ALTERNATIVA PARA O TRATAMENTO DE TERCEIROS MOLARES INFERIORES INCLUSOS: REVISÃO DE LITERATURA

  • Autor
  • Camila Vitoria Lira Alaim
  • Co-autores
  • Letícia Uchôa Mesquita Ramos , Ingrid Magna da Costa Lisboa , Yandra Leticia de Oliveira Cavalcante , Jefferson Gabriel de Oliveira Rêgo , Clarice Maia Soares de Alcântara Pinto
  • Resumo
  • Introdução: Os terceiros molares inferiores são os elementos dentários que apresentam maior frequência de retenção na cavidade oral, portanto a exodontia desses elementos configura-se como um dos procedimentos mais comuns na área de cirurgia oral e maxilofacial. No entanto, essas intervenções, muitas vezes, podem desencadear complicações como infecções, alveolite e, principalmente, parestesia por dano ao Nervo Alveolar Inferior (NAI), em casos de íntimo contato do mesmo com as raízes dos terceiros molares. Diante disso, a Coronectomia ou Odontectomia Parcial Intencional (OPI) surgiu como uma abordagem alternativa em relação à exodontia convencional de terceiros molares inclusos, a qual consiste na secção da porção coronal do dente e a manutenção das raízes no alvéolo com a finalidade de evitar lesões ao Nervo Alveolar Inferior. Objetivo: Analisar, por meio de uma revisão de literatura, a eficácia da técnica da coronectomia no tratamento de terceiros molares inferiores inclusos com proximidade ao NAI e suas vantagens e desvantagens em relação à exodontia completa. Metodologia: O presente estudo trata-se de uma revisão bibliográfica, do tipo integrativa, o qual foi desenvolvido por meio da busca de artigos publicados no período de 2018 a 2023, nas bases de dados da PubMed, Lilacs e Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), com os descritores em saúde (DECS): “Terceiro molar” “Nervo alveolar inferior” “Dente impactado” “Cirurgia Oral” e seus termos correspondentes em inglês. Para a seleção dos artigos, foram aplicados os seguintes critérios de exclusão: artigos que, após a leitura do título, não tinham relação com o tema proposto, apresentavam resumos com objetivos que não eram coerentes com o direcionamento deste trabalho, estudos não disponíveis eletronicamente para leitura na íntegra e artigos duplicados nas bases de dados. Não foram feitas restrições em relação ao idioma dos artigos pesquisados. A busca resultou em um total de 118 artigos, os quais passaram pelos critérios de exclusão, resultando em uma seleção final de 5 artigos. Resultados e Discussão: A OPI vem sendo cada vez mais discutida como abordagem terapêutica alternativa de terceiros molares inclusos em íntima relação com o NAI. Diante disso, é necessário que o protocolo cirúrgico seja extremamente detalhado, com o auxílio de radiografias panorâmicas e tomografia computadorizada, para avaliar a empregabilidade correta dessa técnica e obter um diagnóstico preciso, visto que a literatura relaciona a falha desse protocolo com o desencadeamento de complicações a curto prazo como a parestesia, a alveolite ou as infecções, mesmo em uma taxa de ocorrência muito menor do que nas exodontias completas convencionais. Contudo, as complicações nem sempre decorrem de uma falha no planejamento cirúrgico e, sim, por questões eventuais a longo prazo como a migração ou exposição radicular, que podem ser observadas por meio de acompanhamentos periódicos, definidos pelo profissional, com a utilização de exames de imagem. Com isso, a OPI, muitas vezes, não é aplicada de forma habitual no ambiente ambulatorial, pois estudos revelam que muitos profissionais da área de cirurgia buco-maxilofacial não detêm conhecimento suficiente sobre a técnica ou não a indicam com frequência devido ao receio de infecções pós-operatórias ou, principalmente, a necessidade de uma reoperação em virtude do risco de exposição radicular a longo prazo, o que configura uma grande desvantagem da técnica para a maioria desses profissionais. Apesar da coronectomia parecer muito favorável para o tratamento de terceiros molares inclusos, é uma técnica que possui as suas contraindicações e é de grande importância que sejam respeitadas. Em casos de infecções periapicais, doença periodontal ativa, mobilidade, pericoronarite e entre outras, a literatura ainda configura a extração completa de terceiros molares como padrão-ouro para o tratamento e a aplicação da técnica da coronectomia deve ser evitada em tais circunstâncias. No entanto, quando empregada nos casos de diagnóstico correto, a OPI apresenta um ótimo prognóstico e em boa parte dos casos relatados o paciente apresenta uma cicatrização tecidual favorável, uma reparação óssea completa, sem sinais de inflamação na região e sem apresentar danos neurossensoriais pós-cirúrgicos. Considerações finais: Diante do exposto, é evidente que a OPI pode ser eficaz no tratamento de terceiros molares inferiores inclusos com o objetivo de prevenir danos ao NAI, porém ela não é isenta de complicações e é necessário que o profissional fique atento quanto aos critérios de empregabilidade dessa técnica e suas contraindicações. Contudo, fazem-se necessários novos estudos, com um campo de pesquisa mais amplo, comparando a exodontia completa com a coronectomia a fim de avaliar mais minuciosamente os seus benefícios no tratamento de terceiros molares inferiores inclusos que se encontram em íntimo contato com o NAI e o sucesso a longo prazo dessa abordagem terapêutica alternativa. 

  • Palavras-chave
  • Terceiro Molar, Nervo Alveolar Inferior, Dente Impactado, Cirurgia Oral.
  • Modalidade
  • Pôster
  • Área Temática
  • CLÍNICA ODONTOLÓGICA, ODONTOLOGIA RESTAURADORA E REABILITADORA
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Seja bem-vind@ à leitura dos Anais da Conexão Unifametro 2023!

Temos o prazer de disponibilizar à comunidade acadêmica os Anais do XI Encontro de Iniciação à Pesquisa, XI Encontro de Monitoria, o XIII Encontro de Pós-graduação e o IV Encontro de Experiências Docentes. Aqui estão os trabalhos que foram apresentados durante o evento, que agora são compartilhados em forma de artigos digitais.

Esperamos que essa coletânea possa auxiliar em estudos e pesquisas, estimular outros alunos e professores à produção científica e dar subsídios a novas práticas em campos de atuação diversos das áreas da saúde, humanas e exatas.

Agradecemos a todos pela confiaça em compartilhar suas produções científicas em nosso evento e contamos com sua participação na próxima Conexão!.

Boa leitura!

Drª. Denise Moreira Lima Lobo

Coordenadora da Comissão Científica da Conexão Unifametro 2023.

As normas para submissão e apresentação de trabalhos podem ser acessadas em: https://doity.com.br/conexao-unifametro-2023/artigos

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