IMPORTÂNCIA DO BEM-ESTAR ANIMAL NA INSENSIBILIZAÇÃO DE PEIXES: RESUMO SIMPLES

  • Autor
  • Giovanna Costa Marques Araújo
  • Co-autores
  • Vitoria Maria Silva de Lima , Bruna Farias Brito , Bárbara Mara Bandeira Santos
  • Resumo
  •  

    Introdução: Os peixes são considerados seres sencientes, animais capazes de ter emoções associadas ao prazer e sofrimento, com motivações comportamentais de origem evolutiva, sendo assim, são espécies de abate que devem passar por um processo de insensibilização prévio ao abate. Objetivo: Apresentar uma revisão da literatura sobre a importância do bem-estar animal na insensibilização de peixes. Metodologia: Revisão bibliográfica (bases de dados: SCIELO, MAPA e OIE). Resultados e Discussão: Os métodos de insensibilização requerem a morte imediata após a perda da consciência por corte, com ou sem a retirada das brânquias ou decapitação, e as diretrizes de abate humanitário afirmam que os peixes devem ser mortos de forma que não passem por medo ou dor. Os principais tipos de insensibilização aplicados no pescado brasileiro são: choque térmico ou termonarcose: resfriamento através da deposição de gelo na água de contenção, exposição ao dióxido de carbono (CO2) na água de contenção em meio confinado, resfriamento com gelo e dióxido de carbono (CO2) depositados na água de contenção, imersão em banhos de sais ou de amônia, asfixia por remoção da água e sangria sem insensibilização prévia. Entretanto, demonstrou-se que estes métodos resultam em baixo grau de bem estar para os peixes. Portanto, não devem ser utilizados se existe a viabilidade da utilização de métodos recomendados pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), e pela Associação de Abate Humanitário (Humam Slaugther Association – HSA), como: a insensibilização por percussão (golpe) não perfurante ou perfurante, e por corrente elétrica, comumente chamada de eletronarcose, além da insensibilização por anestésicos. Todos esses métodos de insensibilização requerem a matança imediata após a perda da consciência do animal, que pode ser por sangria provocada por corte nas brânquias, com ou sem a sua remoção ou decapitação. Porém, atualmente não existe uma regulamentação legal que obrigue de fato os produtores brasileiros a seguirem os princípios éticos que garantam a saúde e o bem-estar dos peixes, inclusive durante sua morte. Por esse motivo, a grande maioria opta pelo método de termonarcose, por ter um custo inferior aos demais, e isso se reflete na qualidade da carne desse peixe. É essencial que o método de sangria remova a maior quantidade possível de sangue da carcaça. Isso porque o sangue, além de causar aparência desagradável, serve de meio de multiplicação de microrganismos deteriorantes e/ou patogênicos. Geralmente, o rigor mortis nos peixes dura de 2 a 18 horas, com pico em 6 horas após o abate e, é também influenciado pela espécie e pela temperatura de estocagem. O processo de deterioração da carne começa de forma mais intensa após o final do período de rigor mortis. Além do estresse crônico no período pré-abate, a forma de abate pode induzir ao estresse agudo em peixes, o que aumenta a atividade muscular e influencia as mudanças post mortem, e resolução do rigor mortis, queda do pH muscular imediatamente após a morte e a diminuição das reservas de ATP. Considerações finais: Conclui-se que, tanto a ocorrência de estresse crônico nos momentos pré-abate (por exemplo, tempo de jejum prolongado e estresse de despesca), quanto o usual método de abate em gelo, são causadores de impactos negativos na qualidade da carne, o que provoca o aceleramento da deterioração do produto final. O efeito é mais pronunciado quando ambas as situações ocorrem conjuntamente.

     

  • Palavras-chave
  • Abate humanitário; Peixe; Alimentos.
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • BEM-ESTAR ANIMAL, MEDICINA VETERINÁRIA PREVENTIVA E SAÚDE PÚBLICA VETERINÁRIA
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Seja bem-vind@ à leitura dos Anais da Conexão Unifametro 2023!

Temos o prazer de disponibilizar à comunidade acadêmica os Anais do XI Encontro de Iniciação à Pesquisa, XI Encontro de Monitoria, o XIII Encontro de Pós-graduação e o IV Encontro de Experiências Docentes. Aqui estão os trabalhos que foram apresentados durante o evento, que agora são compartilhados em forma de artigos digitais.

Esperamos que essa coletânea possa auxiliar em estudos e pesquisas, estimular outros alunos e professores à produção científica e dar subsídios a novas práticas em campos de atuação diversos das áreas da saúde, humanas e exatas.

Agradecemos a todos pela confiaça em compartilhar suas produções científicas em nosso evento e contamos com sua participação na próxima Conexão!.

Boa leitura!

Drª. Denise Moreira Lima Lobo

Coordenadora da Comissão Científica da Conexão Unifametro 2023.

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