Introdução: A cardiopatia mais comum na rotina de pequenos animais é a degeneração mixomatosa crônica da válvula mitral (DMVM). Também conhecida como endocardiose, constitui cerca de 75% dos casos de doenças cardíacas em pequenos animais na américa do norte (Keene et al., 2019), tendo prevalência maior em raças de pequeno porte, machos e animais idosos (Pedersen, 2000). Sua etiologia é desconhecida, sendo uma possível causa um componente hereditário nas raças de pequeno porte, principalmente a Cavalier King Charles Spaniel (Darke, 1987; Pedersen et al., 1999b). Os sinais clínicos dessa doença evoluem de forma gradual conforme a evolução da doença, os principais sintomas são tosse, geralmente mais frequente no período noturno ou quando o animal é submetido a atividades físicas, após o episódio de tosse pode ocorrer dispneia, taquipneia, ortopneia, perda de apetite e letargia (Muzzi et al., 2000). Em casos mais graves pode ser observado fadiga, cianose, tempo de perfusão capilar superior a dois segundos e mucosas hipocoradas. Pode-se observar sinais de ICC direita, caso a valva tricúspide também esteja envolvida (Oliveira, 2009). Objetivo: Relatar a anestesia de um cão idoso cardiopata submetido a uma mastectomia regional, ovariosalpingohisterectomia (OSH) e nodulectomia cutânea realizadas no Centro Integrado de Medicina Veterinária da Unifametro. Metodologia: Foi atendido no Centro Integrado de Medicina Veterinária da Unifametro uma cadela, 12 anos de idade, SRD, não castrada, vacinada, vermifugada, apresentando um nódulo aderido na mama abdominal caudal esquerda. O animal também apresentava vários nódulos cutâneos pelo corpo. Na avaliação física, apresentou-se eupneico, pulso normocinético, eucárdico, com presença de sopro na mitral. Suas mucosas estavam normocoradas, tempo de preenchimento capilar (TPC) de 2 s e temperatura retal de 38,2ºC. Foram solicitados os exames complementares para avaliação completa hematológica, os bioquímicos ALT, AST, FA, proteínas totais, albumina, glicemia, ureia e creatinina e exames para avaliação cardíaca eletrocardiograma (ECG), ecocardiograma (ECO) e aferição de PA. Também foram solicitados ultrassonografia abdominal e radiografia torácica para pesquisa de metástase. Resultados e Discussão: Os exames hematológicos (eritrograma, leucograma e plaquetograma) e bioquímicos (ALT, AST, FA, proteínas totais, albumina, glicemia, ureia e creatinina) apresentaram resultados normais para a espécie e idade. Em relação aos exames de imagem, na radiografia torácica foi observado cardiomegalia, entretanto, não havia sinais de metástase. Achado que também não foi encontrado na ultrassonografia abdominal. Em relação aos exames cardíacos, no ECG o paciente apresentou apenas arritmia sinusal, considerada normal para a espécie. No ECO foi apresentado espessamento dos folhetos da valva mitral, remodelamento do átrio esquerdo (Ae/Ao= 1,6), insuficiência mitral de grau moderado, escape pulmonar e déficit diastólico do tipo I – padrão senil, sendo comum em animais idosos. O tutor foi avisado a respeito dos riscos relacionado a cirurgia e assinou o termo de consentimento cirúrgico e anestésico. Foi realizado a medicação pré-anestésica com metadona 0,3 mg/kg por via intramuscular e aguardado o tempo necessário para a medicação agir. Após 15 min, o paciente apresentou sedação leve, a qual foi seguida de cateterização por veia cefálica do membro torácico direito e tricotomia ampla da região cirúrgica. Foram utilizados como co-indutores cetamina 2 mg/kg e midazolam 0,05 mg/kg, ambos por via intravenosa. Como indutor foi utilizado propofol, titulado em dose-resposta, totalizando 6,6 mg/kg. Após o animal estar em plano cirúrgico adequado, foi realizado a intubação com sonda endotraqueal número 6,0. A manutenção anestésica foi realizada de forma multimodal utilizando como anestésico hipnótico geral o isoflurano em um vaporizador universal e infusões analgésicas de remifentanil 15 µg/kg/h, dexmedetomidina 2 µg/kg/h e cetamina 1,8 mg/kg/h. Ademais, foi realizado bloqueio por tumescência no volume de 15 mL/kg, com o objetivo de promover analgesia durante o trans e pós cirúrgico. O paciente se manteve estável durante todo o procedimento cirúrgico, mantendo valores de SPO2 acima de 95%, PAS entre 90 e 120 mmHg, PAD entre 60 e 70 mmHg, PAM entre 60 e 80 mmHg e temperatura entre 37,2 e 38ºC. O paciente foi extubado 5 minutos após o fim da cirurgia mantendo os parâmetros estáveis e ao apresentar reflexo de tosse. Foi administrado em seu pós-cirúrgico imediato amoxicilina 15 mg/kg por via subcutânea, meloxicam 0,1 mg/kg por via intravenosa e dipirona 25 mg/kg por via intravenosa. O paciente foi liberado após 4 horas sob observação apresentando conforto a palpação na região cirúrgica, demonstrando sucesso analgésico durante o pós-cirúrgico imediato. Considerações finais: Nesse relato, os exames complementares foram de grande importância para avaliar as comorbidades do paciente, ajudando na decisão e condutas a serem tomadas relacionadas a anestesia do paciente. A associação de técnicas de bloqueios locorregionais, infusões analgésicas e anestésico inalatório traz segurança ao paciente, mantendo estabilidade hemodinâmica, relaxamento muscular, inconsciência e analgesia, sendo uma excelente escolha em idosos cardiopatas.
Seja bem-vind@ à leitura dos Anais da Conexão Unifametro 2023!
Temos o prazer de disponibilizar à comunidade acadêmica os Anais do XI Encontro de Iniciação à Pesquisa, XI Encontro de Monitoria, o XIII Encontro de Pós-graduação e o IV Encontro de Experiências Docentes. Aqui estão os trabalhos que foram apresentados durante o evento, que agora são compartilhados em forma de artigos digitais.
Esperamos que essa coletânea possa auxiliar em estudos e pesquisas, estimular outros alunos e professores à produção científica e dar subsídios a novas práticas em campos de atuação diversos das áreas da saúde, humanas e exatas.
Agradecemos a todos pela confiaça em compartilhar suas produções científicas em nosso evento e contamos com sua participação na próxima Conexão!.
Boa leitura!
Drª. Denise Moreira Lima Lobo
Coordenadora da Comissão Científica da Conexão Unifametro 2023.
As normas para submissão e apresentação de trabalhos podem ser acessadas em: https://doity.com.br/conexao-unifametro-2023/artigos
Comissão Organizadora
Thalita Rodrigues
Fábio Júnior Braga
Laiza.Rodrigues
Thaiane Bezerra
Tom Lobo
Davi Menezes
Raphaela Sobral
Rita Maria Lima Reouças
Keise Daiane Teixeira Sousa
Comissão Científica
Denise Moreira Lima Lobo - Coordenação Comissão Científica
Antônio Adriano da Rocha Nogueira
A Comissão Científica permanece à disposição pelo e-mail conexaocientifica@unifametro.edu.br e presencialmente na sala da Coordenadoria de Pesquisa e Monitoria (COOPEM) localizada no Campus Carneiro da Cunha do Centro Universitário Fametro - Unifametro.
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2022 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaounifametro2022
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2021 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaounifametro2021
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2020 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaounifametro2020
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2019 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaounifametro2019
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2018 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaofametro2018