TRATAMENTO DE INFESTAÇÃO POR Nymphicilichus perezae COM SELAMECTINA EM DOIS INDIVÍDUOS DA ESPÉCIE Nymphicus hollandicus (Kerr, 1792)

TRATAMENTO DE INFESTAÇÃO POR Nymphicilichus perezae COM SELAMECTINA EM DOIS INDIVÍDUOS DA ESPÉCIE Nymphicus hollandicus (Kerr, 1792)

• Autor
• Vitória Karolyne Dias Gomes
• Co-autores
• Renan Carlos De Souza Lima
• Resumo

• Introdução: Calopsitas são animais sociáveis e populares, sendo uma das principais aves mantidas como pets. As afecções causadas por ectoparasitas estão entre as mais comuns nesses animais, causando danos como perda de peso e produtividade, dermatites e estresse. Em 2002, foi relatado o ectoparasita, Nymphicilichus perezae. Uma espécie de ácaro plumícola obrigatório, transmitido por meio do contato direto entre aves. Embora a criação destes animais como pets seja crescente, estudos sobre parasitas de aves ainda são restritos.  Objetivo: Relatar um caso de duas calopsitas infestadas por Nymphicilichus perezae tratadas com selamectina e a eficácia terapêutica. Metodologia: Foram atendidas duas calopsitas que viviam juntas, não sexadas, em uma clínica veterinária particular em Fortaleza-CE, ambas com 3 anos de idade.  A queixa principal relatada foi um prurido intenso e arrancamento penas há aproximadamente um mês. Os animais vivem soltos e ficam em gaiola apenas para dormir. Também foi mencionado que não possuem contato com outras aves e a limpeza do ambiente era realizada duas vezes ao dia com água e detergente. A alimentação é basicamente mix de semente, as vezes ovo cozido, cenoura, brócolis e banana. No exame físico foi observado escore corporal normal, crescimento irregular de bico, descamação de pele, presença de gordura em subcutâneo e a presença de ácaros nas penas. A partir de um imprint com fita adesiva nas penas, foi possível observar a presença de Nymphicilichus perezae em microscopia direta. Como protocolo terapêutico, foi feita aplicação única de selamectina (dose 23mg/kg) no dorso dos animais, repetindo com 15 dias. A hiperqueratose caracterizada pelo crescimento excessivo do bico e descamação da pele, é um dos sinais observados em hepatopatias. Tendo em vista a dieta dos animais à base de mix de sementes, alimentação rica em gordura, foi utilizado um mix hepático manipulado à base de silimarina 150mg/kg. Além de outros nutracêuticos na formulação, como a Echinacea purpurea 100mg/kg, Panax ginseng 80mg/kg, ômega 3 62,2mg/kg, vitamina A 1000UI/kg, beta glucanas 10mg/kg, curcumina 10mg/kg, pea bioactive 10mg/kg por via oral uma vez ao dia por 45 dias. Além da recomendação de transição gradual para alimentação à base de ração extrusada, visando uma dieta balanceada. Foi orientado também manter a higienização da gaiola com desinfetante à base de amônia quaternária, durante o período de tratamento para evitar possíveis recontaminações com parasitas do ambiente. E solicitado os exames hemograma, AST, creatinoquinase, colesterol total, ácido úrico, parasitológico de fezes, pesquisa de megabacteria e radiografia de cavidade celomática para uma avalição geral dos pacientes. Resultados e Discussão: O uso da selamectina no combate à ectoparasitoses já vêm obtendo eficácia na medicina veterinária. O uso de uma aplicação foi suficiente para cessar o prurido e o arrancamento das penas. A silimarina como hepatoprotetor, juntamente com os demais nutracêuticos que atuam como antioxidantes, reepitelizantes, imunoestimulantes, antinflamatórios naturais, auxiliam na melhora de um possível distúrbio hepático associado a infestação por N. perezae. Para melhores informações do quadro clínico do paciente seria necessário a realização dos exames complementares solicitados, entretanto não foram realizados, deixando limitado o diagnóstico de algum distúrbio hepático ou qualquer outra enfermidade. Os animais retornaram à clínica após 15 dias para a 2° aplicação de selamectina, não apresentaram mais prurido, nem arrancamento de penas. Foi realizado novamente o imprint com fita adesiva, onde se observou a presença dos ácaros, entretanto, todos mortos. Foi feito a 2° aplicação de selamectina por garantia e indicado disponibilizar água morna diariamente pela manhã, para que as aves tomassem banho. Ajudando na eliminação dos ectoparasitas mortos presentes nas penas, para maior conforto. Os animais que apresentam quadros associados à ectoparasitoses podem desenvolverem dermatites, perda de peso, picos de estresse e podem ter suas penas danificadas. Considerações finais: Concluindo que ectoparasitoses podem ter uma relevância clínica significativa para aves, o tratamento com selamectina contra Nymphicilichus perezae para Nymphicus hollandicus mostrou eficácia a partir da primeira aplicação. Apresentou a morte dos ectoparasitas observados e cessou o prurido e o arrancamento de penas dos pacientes. Ressalta-se a demanda por mais estudos nesta área de pesquisa, em decorrência da falta de trabalhos sobre ectoparasitas em aves e a terapêutica adotada.

• Palavras-chave
• Ácaros de pena, Ectoparasita, Nutracêuticos.
• Modalidade
• Pôster
• Área Temática
• CLÍNICA E BIOTECNOLOGIAS APLICADAS EM MEDICINA VETERINÁRIA

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