A HISTÓRIA DA PSICOLOGIA E MUDANÇAS NO CAMPO DA EDUCAÇÃO

A HISTÓRIA DA PSICOLOGIA E MUDANÇAS NO CAMPO DA EDUCAÇÃO

• Autor
• Luísa Inghrid Souza da Silva
• Co-autores
• Maria Zelfa de Souza Feitosa Oliveira
• Resumo

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  Introdução: A história da Psicologia, no Brasil, está atrelada à Educação desde a regulamentação da profissão em 1962. Com o aprofundamento das discussões acerca de um projeto de compromisso social da Psicologia no Brasil, por volta da década de 1960 e que se estende aos dias atuais, houve uma mudança da visão reducionista da profissão para os problemas na educação e passou-se a ver o aluno como sujeito protagonista, considerando todo seu contexto social, problematizando-se, assim, a figura do aluno problema. Objetivo: Rever as conexões da Psicologia com a Educação, a partir de um modelo de ensino holístico, voltado para as experiências de vida do aluno, em seu processo de aprendizagem. Metodologia: Revisão crítica das obras “O Compromisso Social da Psicologia e a Possibilidade de uma Profissão Abrangente ” (BOCK et al., 2022) e “Ensinando a Transgredir: A educação como prática de liberdade”, de bell hooks (2017), respectivamente um artigo e um livro da área. Resultados e Discussão: A Psicologia, em suas primeiras incursões brasileiras, adotou uma tendência a-crítica e a-histórica, que se desdobrou em uma visão reducionista da realidade, o que contribuiu para a crise do pensamento psicossocial, no final da década de 1960. Em seu fazer, acabava realizando seleções e corroborando um modelo de ensino alinhado ao projeto de produção de alunos que seriam trabalhadores produtivos e competitivos no futuro, ignorando as individualidades e culpabilizando alunos, famílias, comunidades e as próprias escolas. Isso ocorreu como consequência da importação de teorias estadunidenses e europeias, que eram aplicadas ao Brasil sem considerar as condições sociais da população, ou seja, sem nenhuma forma de adaptação para a realidade brasileira. Evidentemente, não se constituía atenção dessa ciência os atravessamentos que as desigualdades associadas a determinados marcadores sociais, tais como raça, classe, gênero, idade, entre outros, os quais se interseccionam nos corpos dissidentes, produziam nos processos de ensino-aprendizagem. Responsabilizado por seu próprio sucesso ou fracasso, os sujeitos eram vistos de modo individualizado, sem que se considerassem as estruturas sociais que produzem subjetividades diversas. Com a promulgação da Constituição de 1988, iniciou-se um movimento de redemocratização no país que atravessou a construção de saberes em Psicologia, o que não se deu de modo simplista, mas sim a partir de um projeto de compromisso social ainda em construção, que produz desdobramentos complexos. Assim, se desenvolve o Projeto do Compromisso Social da Psicologia e, como consequência, ocorre um rompimento com as teorias importadas. O Projeto do Compromisso Social da Psicologia entende que o fazer psicológico não é neutro, e a partir de uma visão crítica visa promover mudanças sociais. Essa visão ética reverbera em todas as áreas em que havia espaço para atuação da profissão, como na Educação, onde a Psicologia e a Pedagogia passam a olhar para todos os aspectos vinculados ao processo de aprendizagem, o que ainda se constitui como um desafio cotidiano de desconstrução e reconstrução de saberes e práticas. Segundo bell hooks (2017) é necessário sair do sistema educacional “bancário”, termo cunhado por Paulo Feire, que visa uma aprendizagem de armazenamento e memorização de informações, e promovermos uma educação consciente e crítica. O aluno é retirado de um lugar passivo e sua experiência de vida passa a ser protagonista dos processos, promovendo assim um real engajamento no processo de aprendizagem. De igual maneira, é urgente considerarmos a interseccionalidade dos marcadores sociais sobre os corpos dos sujeitos envolvidos nos processos institucionais de ensino-aprendizagem, uma vez que esses apontam para a necessidade de construção modelos outros, pautados em um compromisso ético-político.
  . Considerações finais: A partir da discussão crítico-reflexiva realidade, compreendemos que a Psicologia e a Educação têm uma longa história de trocas, sendo de grande importância que esses dois campos de atuação estejam em contato contínuo, pensando e efetivando estratégias que se renovam frente aos novos desafios do cotidiano e considerando as estruturas sociais nas quais os sujeitos – incluindo-se psicólogas, psicólogos e psicólogues – estão inseridos. Pode-se com isso, proporcionar a melhoria dos processos educacionais e o real desenvolvimento pessoal dos alunos. 

• Palavras-chave
• psicologia, compromisso social, educação
• Modalidade
• Comunicação oral
• Área Temática
• CONSTITUIÇÃO, CIDADANIA E EFETIVAÇÃO DE DIREITOS

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