COMUNICAÇÃO ENTRE ACADÊMICO DE ENFERMAGEM E PESSOA COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA: RELATO DE EXPERIÊNCIA

  • Autor
  • Felipe Menezes Ponte
  • Co-autores
  • Afonso Batista Ferreira , Antônio Adriano da Rocha Nogueira
  • Resumo
  • Introdução: De acordo com o último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010, existem aproximadamente 10 milhões de pessoas com deficiência auditiva no Brasil. A comunidade surda no Brasil é uma parte valiosa e diversificada da sociedade que contribui significativamente para a riqueza cultural e social do país. A surdez é uma condição que afeta a audição e comunicação, criando desafios únicos e oportunidades de autodescoberta e superação para aqueles que fazem parte dessa comunidade. Contudo, como Silva (2014), o paciente surdo ainda encontra dificuldades para estabelecer um diálogo eficaz durante o atendimento na atenção primária, uma vez que os profissionais de saúde muitas vezes desconhecem Libras. Isso porque durante a graduação são abordadas disciplinas indispensáveis como também pré-requisitos para a formação profissional independente da sua área. Porém, como Costa et al (2020), a disciplina de Libras se apresenta em sua maioria nos cursos de graduação de forma optativa, gerando cada vez mais distanciamento e exclusão desse tipo de comunicação.  Objetivo: Descrever a experiência de uma prática integrativa realizada por acadêmicos de enfermagem com a pessoa surda em um instituto de educação. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo tipo relato de experiência de acadêmicos de enfermagem ao promover uma ação de avaliação de sinais vitais e educação em saúde com surdos em um instituto de educação especializado e localizado em Fortaleza-CE. A experiência ocorreu em maio de 2023, durante a prática integrativa da disciplina de Libras, com duração de 4 horas, na qual foram utilizados equipamentos de aferição de pressão arterial (esfigmomanômetro e estetoscópio) e termômetro para aferição de temperatura. Resultados e Discussão: A atividade foi desenvolvida por acadêmicos de vários cursos da saúde, matriculados na disciplina de Libras, quando os acadêmicos de enfermagem abordaram práticas de enfermagem com o público que estava presente no momento da atividade. Embora o número de alunos nessa prática tenha sido um tanto quanto elevado, de acordo com Nascimento et al (2020) os motivos para a baixa adesão de uma maneira geral, pela disciplina de Libras quando a mesma não é obrigatória são diversos, e grande parte dos acadêmicos optam por não a realizar. É importante que o acadêmico entenda Libras não somente como uma disciplina extra no seu currículo, mas como uma ferramenta poderosa de amplificar o atendimento humanizado a esta parcela da população. A prática educativa em saúde e planejamento dos atendimentos foram construídos em conjunto entre os alunos, considerando a abordagem do público específico, bem como as necessidades potenciais dele. O desenvolvimento da atividade foi simbólico, quando a ênfase foi dada para a interação entre estudantes de enfermagem e público com deficiência auditiva, sendo incluídos todos aqueles que desejam saber se os valores de sinais vitais como pressão arterial (PA), frequência cardíaca e temperatura estavam dentro dos limites em normalidade. A visão que tivemos foi de que para desempenhar o papel quanto a prática não houve nenhuma dificuldade, uma vez que o manuseio do material se dá da mesma forma em todos os pacientes, mas o que tornou de fato o atendimento diferente e personalizado foram os desafios com a comunicação. Apesar do preparo prévio para esse momento de interação, percebemos que a maior dificuldade foi explicar os resultados colhidos para o surdo, tendo em vista as dúvidas deles. O conteúdo e habilidades aprendidos nas aulas de Libras foram importantes para o estabelecimento da comunicação, apresentação básica ou saudações comumente utilizadas. No entanto, as explicações técnicas sobre os resultados e a resolução das dúvidas deles durante a atividade educativa em saúde revelaram a necessidade de mais conhecimento linguístico, reforçando o que diz Francisquini (2017), que quando há qualquer interferência negativa na comunicação entre paciente e o enfermeiro, não será possível atingir a raiz do problema. Considerações Finais: Percebemos que a comunicação é o principal meio para a promoção, recuperação, prevenção e educação em saúde, pois determina unido ao interlocutor meios para compreender melhor as necessidades do paciente e pensar em um plano de cuidados efetivo. Entretanto, nem todos os profissionais de saúde são capazes de se comunicar através dessa língua, e obriga-os a encontrar soluções paralelas para prestação de um bom atendimento, (BRASIL,2002). Acreditamos que as pessoas surdas atendidas foram contempladas em suas necessidades e percebemos que a criatividade no uso de meios alternativos de comunicação foi fundamental no processo de se fazer entender. A experiência vivida foi muito proveitosa para a nossa formação profissional, ao abrir nosso olhar para o desenvolvimento de práticas inclusivas.

  • Palavras-chave
  • Enfermagem. Libras. Pessoas com Deficiência Auditiva.
  • Modalidade
  • Pôster
  • Área Temática
  • PROMOÇÃO DA SAÚDE E TECNOLOGIAS APLICADAS
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Seja bem-vind@ à leitura dos Anais da Conexão Unifametro 2023!

Temos o prazer de disponibilizar à comunidade acadêmica os Anais do XI Encontro de Iniciação à Pesquisa, XI Encontro de Monitoria, o XIII Encontro de Pós-graduação e o IV Encontro de Experiências Docentes. Aqui estão os trabalhos que foram apresentados durante o evento, que agora são compartilhados em forma de artigos digitais.

Esperamos que essa coletânea possa auxiliar em estudos e pesquisas, estimular outros alunos e professores à produção científica e dar subsídios a novas práticas em campos de atuação diversos das áreas da saúde, humanas e exatas.

Agradecemos a todos pela confiaça em compartilhar suas produções científicas em nosso evento e contamos com sua participação na próxima Conexão!.

Boa leitura!

Drª. Denise Moreira Lima Lobo

Coordenadora da Comissão Científica da Conexão Unifametro 2023.

As normas para submissão e apresentação de trabalhos podem ser acessadas em: https://doity.com.br/conexao-unifametro-2023/artigos

  • ALIMENTOS, NUTRIÇÃO E SAÚDE
  • ANÁLISE E CÁLCULO ESTRUTURAL
  • ANÁLISES CLÍNICAS E TOXICOLÓGICAS
  • ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA
  • AUDITORIA NAS ORGANIZAÇÕES
  • BEM-ESTAR ANIMAL, MEDICINA VETERINÁRIA PREVENTIVA E SAÚDE PÚBLICA VETERINÁRIA
  • BUSINESS INTELIGENCE ARTIFICIAL E SISTEMAS DE APOIO À DECISÃO
  • CLÍNICA E BIOTECNOLOGIAS APLICADAS EM MEDICINA VETERINÁRIA
  • CONSTITUIÇÃO, CIDADANIA E EFETIVAÇÃO DE DIREITOS
  • CONTABILIDADE, CONTROLADORIA E FINANÇAS
  • CLÍNICA ODONTOLÓGICA, ODONTOLOGIA RESTAURADORA E REABILITADORA
  • DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS E PROJETOS
  • DIREITOS FUNDAMENTAIS, SUSTENTABILIDADE E DEMOCRACIA
  • DOENÇAS CRÔNICAS NÃO-TRANSMISSÍVEIS
  • ENGENHARIA DE SOFTWARE E COMPUTAÇÃO EM NUVEM
  • ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO EM EDUCAÇÃO
  • ESTRATÉGIAS ORGANIZACIONAIS
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  • INOVAÇÃO E INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
  • LEAN MANUFACTURING E GESTÃO
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  • PROMOÇÃO DA SAÚDE E TECNOLOGIAS APLICADAS
  • PROMOÇÃO, PREVENÇÃO E REABILITAÇÃO EM FISIOTERAPIA
  • QUALIDADE E INOVAÇÃO EM ALIMENTOS E NUTRIÇÃO
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  • SAÚDE MENTAL E O PROCESSO DE ADOECIMENTO NO TRABALHO
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