Introdução: A sífilis é uma infecção bacteriana sistêmica, crônica e exclusiva do ser humano que, quando não tratada, pode evoluir para estágios de gravidade, afetando diversos órgãos e sistemas do corpo. Durante a gestação, a sífilis pode causar consequências severas, como abortamento, prematuridade, natimortalidade e manifestações congênitas precoces ou tardias no recém-nascido. No Brasil, a notificação compulsória de sífilis em gestantes, sífilis adquirida e sífilis congênita é essencial para o monitoramento e controle da doença. Objetivo: Este relato de caso tem como objetivo analisar a situação epidemiológica da sífilis no estado do Ceará, com foco na sífilis congênita, considerando dados do boletim epidemiológico e os esforços empreendidos para a sua prevenção e controle. Metodologia: Os dados epidemiológicos foram obtidos a partir do Boletim Epidemiológico da Sífilis no Ceará, atualizado até setembro de 2022. O estudo se concentrou na análise das taxas de incidência de sífilis adquirida, sífilis em gestantes e sífilis congênita, bem como na distribuição geográfica dos casos nas cinco Superintendências Regionais de Saúde do estado. Resultados e Discussão: Situação Epidemiológica da Sífilis no Ceará: Até setembro de 2022, foram notificados 2.619 casos de sífilis adquirida, 1.820 casos de sífilis em gestantes e 1.122 casos de sífilis congênita no Ceará. Observou-se um aumento nas taxas de detecção de sífilis adquirida e sífilis em gestantes nos últimos anos. Em 2022, a taxa de incidência de sífilis congênita era de 16,8 casos por 1.000 nascidos vivos, muito acima da meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) de menos de 0,5 casos por 1.000 nascidos vivos. Distribuição Geográfica da Sífilis: Os mapas de distribuição geográfica da sífilis no estado mostraram padrões semelhantes em 2021, mas com a presença de municípios que registraram taxa zero, destacando a necessidade de intensificar as ações de vigilância nesses locais. Sífilis nas Superintendências Regionais de Saúde: As Superintendências Regionais de Saúde do Ceará apresentaram diferentes cenários epidemiológicos da sífilis. A Superintendência da Região de Fortaleza (SRFOR) concentrou a maioria dos casos, com 52% da população do estado. A SRFOR também registrou a maior taxa de detecção de sífilis em gestantes em 2022. O aumento significativo nas taxas de sífilis no estado do Ceará, particularmente em relação à sífilis em gestantes e sífilis congênita, é motivo de preocupação para os profissionais de saúde e gestores do sistema de saúde pública. Este fenômeno reflete não apenas um aumento real na incidência da doença, mas também pode ser resultado de melhorias na detecção e notificação de casos. No entanto, é evidente que ainda há desafios significativos a serem enfrentados na prevenção e controle da sífilis congênita no estado. Primeiramente, é importante considerar os fatores que contribuem para o aumento da sífilis congênita. Uma das principais causas é a falta de testagem adequada durante o pré-natal. Muitas gestantes não são testadas para sífilis durante a gravidez ou não recebem o tratamento adequado em tempo hábil. Isso pode resultar na transmissão da doença para o feto e no nascimento de crianças com sífilis congênita. Portanto, a capacitação dos profissionais de saúde e o fortalecimento dos serviços de atenção pré-natal são cruciais para melhorar o diagnóstico e o tratamento oportuno. Além disso, a distribuição geográfica heterogênea da sífilis no estado do Ceará merece atenção especial. A concentração de casos na Superintendência da Região de Fortaleza (SRFOR) pode ser atribuída a diversos fatores, incluindo densidade populacional, acesso aos serviços de saúde e padrões de comportamento sexual. No entanto, isso não deve desviar a atenção das outras regiões do estado. É fundamental implementar estratégias específicas de prevenção e controle da sífilis em áreas com menor incidência, para evitar que a doença se espalhe. Outro aspecto a ser considerado é a importância da educação em saúde e da conscientização da população sobre a sífilis e seus riscos. A falta de conhecimento sobre a doença, seu modo de transmissão e suas consequências pode contribuir para a propagação da sífilis. Campanhas de conscientização e educação sexual devem ser promovidas para informar a população sobre a importância do uso de preservativos, da realização de testes de sífilis e do tratamento adequado. A integração de serviços de saúde é uma estratégia que pode ser eficaz na prevenção da sífilis congênita. Isso envolve a colaboração entre unidades de atenção pré-natal, maternidades, serviços de infectologia e pediatria, garantindo que as gestantes diagnosticadas com sífilis recebam tratamento adequado e que seus filhos sejam adequadamente acompanhados após o nascimento. Além disso, a disponibilidade de penicilina benzatina, o tratamento de escolha para a sífilis, deve ser assegurada em todas as unidades de saúde. Por fim, é essencial abordar as barreiras sociais e econômicas que podem dificultar o acesso aos serviços de saúde e ao tratamento. Considerações finais: A sífilis congênita continua sendo um desafio significativo para a saúde pública no estado do Ceará. O aumento nas taxas de incidência é um sinal claro de que é necessário um esforço conjunto por parte das autoridades de saúde, profissionais de saúde e da sociedade como um todo para prevenir e controlar essa doença. Para alcançar esse objetivo, é crucial melhorar a testagem durante o pré-natal, aumentar a conscientização pública, fortalecer a capacitação dos profissionais de saúde e garantir a disponibilidade de tratamento adequado em todas as regiões do estado. Somente com uma abordagem abrangente e coordenada será possível reduzir efetivamente a sífilis congênita e proteger a saúde das gestantes e recém-nascidos no Ceará.
Seja bem-vind@ à leitura dos Anais da Conexão Unifametro 2023!
Temos o prazer de disponibilizar à comunidade acadêmica os Anais do XI Encontro de Iniciação à Pesquisa, XI Encontro de Monitoria, o XIII Encontro de Pós-graduação e o IV Encontro de Experiências Docentes. Aqui estão os trabalhos que foram apresentados durante o evento, que agora são compartilhados em forma de artigos digitais.
Esperamos que essa coletânea possa auxiliar em estudos e pesquisas, estimular outros alunos e professores à produção científica e dar subsídios a novas práticas em campos de atuação diversos das áreas da saúde, humanas e exatas.
Agradecemos a todos pela confiaça em compartilhar suas produções científicas em nosso evento e contamos com sua participação na próxima Conexão!.
Boa leitura!
Drª. Denise Moreira Lima Lobo
Coordenadora da Comissão Científica da Conexão Unifametro 2023.
As normas para submissão e apresentação de trabalhos podem ser acessadas em: https://doity.com.br/conexao-unifametro-2023/artigos
Comissão Organizadora
Thalita Rodrigues
Fábio Júnior Braga
Laiza.Rodrigues
Thaiane Bezerra
Tom Lobo
Davi Menezes
Raphaela Sobral
Rita Maria Lima Reouças
Keise Daiane Teixeira Sousa
Comissão Científica
Denise Moreira Lima Lobo - Coordenação Comissão Científica
Antônio Adriano da Rocha Nogueira
A Comissão Científica permanece à disposição pelo e-mail conexaocientifica@unifametro.edu.br e presencialmente na sala da Coordenadoria de Pesquisa e Monitoria (COOPEM) localizada no Campus Carneiro da Cunha do Centro Universitário Fametro - Unifametro.
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2022 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaounifametro2022
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2021 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaounifametro2021
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2020 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaounifametro2020
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2019 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaounifametro2019
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2018 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaofametro2018