ALTERAÇÕES ORAIS COMO MARCADORES PARA O DIAGNÓSTICO DE LEUCEMIAS E LINFOMAS: UMA REVISÃO DE LITERATURA

ALTERAÇÕES ORAIS COMO MARCADORES PARA O DIAGNÓSTICO DE LEUCEMIAS E LINFOMAS: UMA REVISÃO DE LITERATURA

• Autor
• Adriele Marques de Brito
• Co-autores
• Aline Oliveira Costa Benevides
• Resumo

• Introdução: Leucemias e linfomas são cânceres que causam prejuízos hematológicos na pessoa acometida, principalmente na produção de células do sangue.

  Na leucemia, células patológicas substituem as células sanguíneas saudáveis na medula óssea. E, de acordo com a velocidade de crescimento dessas células adoecidas, a doença pode ser classificada em aguda ou crônica. Essa substituição das células sanguíneas saudáveis pode levar a anemia, neutropenia  e  plaquetopenia, clinicamente evidentes como  fadiga,  febre,  emagrecimento,  sangramento  espontâneo, até mesmo como alterações  a nível oral . 

  Já os linfomas são cânceres que atacam o sistema linfático, em especial, as células de defesa, são classificados em 2 grandes grupos: linfoma de Hodgkin (LH) e linfoma não-Hodgkin (LNH).

  Em 2018, 437.033 casos de leucemia ocorreram no mundo, sendo o décimo terceiro tipo de câncer mais incidente no mundo neste ano. 

  As manifestações  bucais  podem  ser  o  primeiro  sinal  de  leucemia ou linfoma,  podendo  ocorrer  pela  infiltração  de  células  malignas  nas  estruturas bucais, sendo as mais comumente reportadas  palidez da mucosa, aumento gengival, petéquias e sangramento espontâneo. Fato que confere ao cirurgião-dentista importante papel no diagnóstico dessas condições. Objetivo: Analisar por meio de uma revisão de literatura a associação entre alterações orais desencadeadas por leucemias e linfomas e como a percepção destas auxilia no diagnóstico da doença pelo cirurgião-dentista. Metodologia: O presente estudo se refere a uma revisão de literatura, e para sua execução foi realizada busca nas bases de dados: PubMed, Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e Science Direct, utilizando os descritores “Leukemia”, “Lymphoma” e “Diagnosis, Oral”, com um recorte temporal dos últimos 10 anos. Como resultado 564 trabalhos foram encontrados, após leitura de títulos e resumos e aplicados os critérios de inclusão, que foram: estudos publicados entre 2013 e 2023; estudos nos idiomas português e inglês; estudos clínicos, analíticos, descritivos, estudos de coorte, estudos investigativos, revisões narrativas, selecionaram-se 38. Então, aplicaram-se os critérios de exclusão: artigos incompletos, de acesso não disponível, artigos duplicados, estudos que não se apresentaram pertinentes ao tema, além de teses, dissertações e monografias. Ao final, houve leitura integral e restaram 05 trabalhos para o desenvolvimento da presente revisão. Resultados e Discussão: Conforme os achados na literatura é nítido que as alterações orais podem fazer parte dos primeiros sintomas dos cânceres hematológicos, segundo trabalhos 56,9%, das lesões encontradas em pacientes leucêmicos estão relacionadas à doença de base ou quimioterapia, quando já há tratamento, fato este que dá ao cirurgião-dentista importância no cuidado e diagnóstico dessas condições.

   A leucemia mielóide aguda e a leucemia linfoide aguda constaram em estudo como as que mais frequentemente apresentaram manifestações orais como sinais clínicos precoces, sendo os locais mais acometidos as áreas de gengiva, palato, maxila, mandíbula, língua e mucosa bucal, apresentando alterações como úlceras, erosão, sangramento, equimoses, alteração da coloração das mucosas azuladas ou pálidas e áreas de necrose tecidual.

  Outras alterações relatadas em trabalhos foram: lábios secos, mucosite, petéquias e candidíase. Outrossim, os resultados da revisão apontaram que praticamente todos os pacientes acometidos com leucemia apresentaram lesões do tipo ulceradas em boca.

  Ademais, aparecem como sintomas mais presentes inchaço, ulceração, parestesia, mobilidade dentária e dor. 

  Somando-se a estes achados e compreendendo a área de atuação do dentista, no cerne da radiografia odontológica encontraram-se lesões mal definidas, lesões osteolíticas, espessamento do ligamento periodontal, perda da lâmina dura, além de deslocamento dentário, associados a leucemias.

  Já, no estudo dos linfomas, o linfoma difuso de grandes células B, o linfoma de Burkitt, infiltrado leucêmico, linfoma plasmablástico e linfoma de células natural killer aparecem como os subtipos mais comuns em determinada amostragem, trazendo como repercussões orais dentes com mobilidade e doenças infecciosas e/ou inflamatórias. A nível de radiografia odontológica a maioria dos casos eram radiolúcidos em exames periapical e panorâmico e a tomografia computadorizada expunha aspecto hipodenso e de bordas mal definidas. 

  Por fim, dados de uma revisão da literatura demonstraram que a infiltração oral maligna foi mais frequente na gengiva e em pacientes com leucemia mieloide aguda. Considerações finais: Frente ao exposto é possível concluir que as alterações orais decorrentes destas doenças hematológicas, leucemias e linfomas, são um marcador importante que pode facilitar o diagnóstico destas condições oncológicas e de suas infiltrações em boca, assim cabe ao cirurgião-dentista estar atento a mudanças na cavidade oral, e na radiografia odontológica, especialmente, aquelas alterações mais frequentemente relatadas e vinculadas às leucemias e linfomas, mantendo especial avaliação dos sítios em que elas mais comumente se apresentam. Ademais, cabe ressaltar a importância do diagnóstico precoce para a taxa de sobrevida dos pacientes afetados por cânceres e a importância do dentista nestes casos com repercussões orais.

• Palavras-chave
• Leucemia; Linfoma; Diagnóstico Oral.
• Modalidade
• Pôster
• Área Temática
• SAÚDE COLETIVA, PROMOÇÃO E PREVENÇÃO EM ODONTOLOGIA

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