Introdução: O grupo ‘Diálogos Plurais’ da Unifametro envolve os pilares da universidade - ensino, pesquisa e extensão, e a partir dele foi criado o projeto intitulado “A pluralidade étnico-cultural na região metropolitana de Fortaleza: diálogos de fortalecimento entre comunidades e universidades”, com o objetivo de possibilitar uma troca de conhecimentos e práticas entre a comunidade acadêmica e as comunidades externas. Compreendemos que projetos desse porte abarcam o compromisso social e objetivam apoio às manifestações culturais e expressões identitárias de povos representados de forma minoritária em nossa sociedade. Assim, o projeto aborda a comunidade indígena Pitaguary e a comunidade quilombola de Alto Alegre, ambas comunidades próximas à sede da Unifametro – Maracanaú. Objetivo: O resumo objetiva apresentar o projeto de maneira geral, destacando suas reflexões teóricas, atuação por meio de palestras dentro do espaço acadêmico e a importância de cunho teórico-metodológico e social tanto para a Universidade como para as comunidades que ele engloba. Metodologia: Como metodologia apresentamos uma revisão bibliográfica acerca da temática indígena e quilombola, com base em autores e autoras que pensam as questões étnico-cultural, além da importância sobre o ensino e a extensão no âmbito universitário. Fazemos uso da ressignificação da ideia de Quilombo e quilombismo a partir do pensamento de Abdias Nascimento (1980/2003) e Clóvis Moura (1993) que apresentam essa temática a partir da história da população negra no Brasil sob a perspectiva da potência, da luta, da resistência e não somente da violência e da tragédia. Sobre a questão indígena, fazendo uso das discussões de Cunha (1992), Gomes (2012) e Silva (2003) sobre a questão indígena na história do Brasil, o mapa etnográfico do Brasil e sua diversidade sociocultural. Também evidenciamos a perspectiva dos impactos acadêmicos que o projeto traz no campo da universidade. Os próximos passos que o projeto visa desenvolver, visto que nos encontramos com a fase de pesquisa bibliográfica e documental em fase de finalização, serão as vistas in loco nas comunidades e a utilização da etnografia, de grupos focais e da escuta ativa. Resultados e Discussão: Os pilares educacionais da Universidade denotam seu papel social diante das práticas que devem ser realizadas fora do seu espaço físico, trazendo uma integração comunidade-academia, que atua no progresso da formação do saber. O processo educacional, precisa permitir que o homem chegue a ser sujeito, construir-se como pessoa, transformar o mundo, estabelecer relações recíprocas, fazer a cultura e história (FREIRE, 1980). O projeto de extensão abarca a capacidade extra-muros do campo de aprendizado. O decreto nº 6040, de 7 de fevereiro de 2007, trouxe uma nova perspectiva nas políticas públicas para os povos e comunidades tradicionais, trazendo sinergia ao seu conceito, aliando as perspectivas de territorialidade e desenvolvimento. Esses aspectos são espaços necessários à sua reprodução cultural, social e econômica, sejam eles utilizados de forma permanente ou temporária, observado, no que diz respeito aos povos indígenas e quilombolas (BRASIL, 2009). As atividades extramuros estimulam o envolvimento do corpo docente e discente com a pesquisa e contribuem “para o desenvolvimento de habilidades relacionadas à organização, planejamento e autonomia” (SILVA, OLIVEIRA, SANTOS, CLARO; 2020). A sua interdisciplinaridade, traz uma troca mútua de conhecimento. O apoio acadêmico às atividades pertinentes das comunidades, evidencia a construção do saber acadêmico extramuros do Centro Universitário Fametro, em consonância a resolução nº 7, de 18 de dezembro de 2018, do Ministério da Educação. Em síntese, a discussão realizada por meio de palestras em eventos como a Semana do Direito - Campus Maracanaú (2023) e no Curso Expandir - Unifametro, se torna relevante por contribuir diretamente nas discussões acerca da Pluralidade Cultural, seguindo a direção do entendimento da construção de identidade e da história do Brasil a partir de seus povos originários por meio do conhecimento das diferentes comunidades e grupos humanos que formam o País em suas próprias identidades e histórias. Ao recordar sobre a história dos povos indígenas, principalmente em relação ao que foi apreendido na escola, nos deparamos com a contação da história de um personagem, o índio. O índio é aquele que aparece, muitas vezes, apenas no episódio do ‘descobrimento’ do Brasil, com estereótipos em relação à vestimenta e tendo um dia específico que se reforça ainda mais tais afirmações, o dia 19 de abril - Dia do Índio. Esses aspectos denotam um juízo de valor carregado e construído ao longo dos séculos. Dos cronistas portugueses aos historiadores, a generalização traz perspectivas de uma eurocentrização e deixa a um epítome sócio histórica. Ao retornar ao período escravista, com a chegada forçada de pessoas negras africanas ao território que hoje chamamos de Brasil, há uma série de acontecimentos históricos marcantes. Período que hoje não deve ser lembrado apenas pelo processo de escravização das pessoas negras africanas e suas(seus) descendentes, mas também pelas movimentações de revoltas e resistências contra essas ações de genocídios físicos e simbólicos. Uma delas eram as organizações de Quilombos que reuniam diversos grupos como pessoas negras, indígenas e demais pessoas que se colocavam contra os sistemas de poder da época. Considerações finais: A história dos povos indígenas brasileiros é marcada por opressões, apagamentos, e pela construção da ideia de que esses povos desapareceram. Mas isso não dialoga com a realidade existente, pois ela é constituída com formas de resistências, com a busca e conquistas por direitos, e o reconhecimento de mais de trezentos povos diferentes em nosso país. A identidade quilombola se torna a marca das comunidades quilombolas no Brasil, a reafirmação dessa identidade cotidianamente é o que mantém sua história. Sabemos que os desafios enfrentados pelas comunidades quilombolas são diversos, mesmo diante da abolição da escravatura, os direitos não foram garantidos e isso é reivindicado e conquistado pelas(os) quilombolas no decorrer da história. Além disso, essas diversas comunidades também podem ser vistas como produtoras de conhecimentos e saberes. Trazendo essa discussão para a vivência discente, promove-se a formação de agentes da transformação social, favorecendo ambientes de respeito e inclusão. Com isso, constrói-se para além da formação acadêmica a conscientização e a sensibilização em prol das relações étnico-raciais.
Seja bem-vind@ à leitura dos Anais da Conexão Unifametro 2023!
Temos o prazer de disponibilizar à comunidade acadêmica os Anais do XI Encontro de Iniciação à Pesquisa, XI Encontro de Monitoria, o XIII Encontro de Pós-graduação e o IV Encontro de Experiências Docentes. Aqui estão os trabalhos que foram apresentados durante o evento, que agora são compartilhados em forma de artigos digitais.
Esperamos que essa coletânea possa auxiliar em estudos e pesquisas, estimular outros alunos e professores à produção científica e dar subsídios a novas práticas em campos de atuação diversos das áreas da saúde, humanas e exatas.
Agradecemos a todos pela confiaça em compartilhar suas produções científicas em nosso evento e contamos com sua participação na próxima Conexão!.
Boa leitura!
Drª. Denise Moreira Lima Lobo
Coordenadora da Comissão Científica da Conexão Unifametro 2023.
As normas para submissão e apresentação de trabalhos podem ser acessadas em: https://doity.com.br/conexao-unifametro-2023/artigos
Comissão Organizadora
Thalita Rodrigues
Fábio Júnior Braga
Laiza.Rodrigues
Thaiane Bezerra
Tom Lobo
Davi Menezes
Raphaela Sobral
Rita Maria Lima Reouças
Keise Daiane Teixeira Sousa
Comissão Científica
Denise Moreira Lima Lobo - Coordenação Comissão Científica
Antônio Adriano da Rocha Nogueira
A Comissão Científica permanece à disposição pelo e-mail conexaocientifica@unifametro.edu.br e presencialmente na sala da Coordenadoria de Pesquisa e Monitoria (COOPEM) localizada no Campus Carneiro da Cunha do Centro Universitário Fametro - Unifametro.
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2022 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaounifametro2022
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2021 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaounifametro2021
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2020 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaounifametro2020
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2019 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaounifametro2019
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2018 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaofametro2018