DIAGNÓSTICO DE MICROCÁLCULO VESICAL EM UMA CADELA IDOSA: UM BREVE RELATO

DIAGNÓSTICO DE MICROCÁLCULO VESICAL EM UMA CADELA IDOSA: UM BREVE RELATO

• Autor
• Anna Rachel Vasconcelos Fava
• Co-autores
• Ana Karine Rocha de Melo Leite , Lucilma Gurgel Leite
• Resumo

• Introdução: Um microcálculo corresponde à concretização de um precipitado de ácidos orgânicos ou inorgânicos associados a proteínas e outras substâncias de origem metabólica e nutricional. Diversos são os fatores que podem ocasionar a precipitação dos solutos da urina, dentre os quais os mais comuns são: hereditários, nutricionais, infecciosos e hormonais. Esses acabam por penetrar na mucosa vesical e invadir os tecidos, causando inflamação e caracterizando a cistite. Objetivo: Descrever as alterações laboratoriais e induzidas e confirmar o diagnóstico de microcálculo vesical em uma cadela senil. Metodologia: Foi recebida no Centro de Diagnóstico e Especialidades Veterinárias em Fortaleza, Ceará, a paciente Nina, uma cadela de 14 anos e 4 meses, da raça terrier Brasil. Os exames realizados foram: ultrassonografia abdominal completa e urinálise, coletada a urina via cistocentese. Resultados e Discussão: Todos os órgãos avaliados durante a ultrassonografia apresentaram aspecto sonográfico dentro da normalidade, com exceção dos rins e da vesícula urinária. A simetria, topografia, arquitetura, contorno, definição e relação cortico-medular permaneceram dentro das referências em ambos os rins. Todavia, foi visto um aumento bilateral de ecogenicidade na região de junção córtico-medular, que pode ou não estar relacionado com uma afecção renal e com a frequência de micção do paciente; e a presença de um ponto hiperecogênico discreto em região de recessos pélvicos do rim direito, sugestiva de litíase. Já na bexiga, foi evidenciada a presença de adelgaçamento da parede vesical (0,13 cm) e de uma pequena imagem puntiforme. Tais achados sonográficos sugerem a presença de microcálculo renal e vesical, a ser confirmada em associação a outros exames investigativos. A urinálise apresentou poucas alterações. Na análise física, foi vista turbidez moderada, podendo estar associada a presença de microcálculos. Já na química, evidenciou-se leve acidez, proteinúria moderada e traços de sangue. Dados mostram que a acidez está relacionada à alimentação, devendo ser melhor investigada. Já a proteínúria pode estar a associada não somente a alimentação, mas também ao início de uma lesão renal. A presença de sangue está associada a um quadro de hemorragia que, nesse trabalho, é devido a presença de microcálculos. Finalmente, a análise sedimentoscópica revelou uma cristalúria leve de oxalato de cálcio, compatível com o pH urinário ácido, e de até 2 cga de células descamativas (raras-ausentes), indicando uma lesão, mesmo que inicial, no epitélio urinário que, caso não seja tratada adequadamente, pode evoluir para um quadro inflamatório. Não foram encontradas bactérias na amostra, ao passo que foi detectada quantidade acentuada de gotículas de gordura. Dessa forma, dados mostram que a presença de cristais pode estar relacionada ao tipo de alimentação excessivamente gordurosa à qual o animal é submetido, podendo levar à lesão e afinamento da mucosa vesical e ao aspecto levemente turvo da urina. Considerações finais: Conclui-se, nesse trabalho, que o microcálculo induziu alterações morfológicas na vesícula urinária da paciente, passíveis de detecção via ultrassonografia, e alterações urinárias discretas que, a longo prazo, possivelmente comprometerão o bem estar do animal.

• Palavras-chave
• microcálculo, ultrassom, urinálise
• Modalidade
• Pôster
• Área Temática
• Clínica e biotecnologias aplicadas em medicina veterinária

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