ALTERAÇÕES LABORATORIAIS INDUZIDAS DIABETES MELLITUS EM UMA CADELA: UM BREVE RELATO

  • Autor
  • Lia Ribeiro Lima
  • Co-autores
  • Lara Matos Rocha , Anna Rachel Vasconcelos Fava , Lucilma Gurgel Leite , Ana Karine Rocha de Melo Leite
  • Resumo
  •  

     

    Introdução: O diabetes mellitus é uma das endocrinopatias que mais acomete cães e gatos, principalmente em animais idosos. Ele envolve o metabolismo de carboidratos, principal fonte energética da célula e, em cães, a sua prevalência é maior em fêmeas, podendo levar a óbito quando diagnosticado tardiamente. Objetivo: Descrever as alterações laboratoriais em uma cadela com diabetes mellitus. Metodologia: Foram recebidas no Centro de Diagnóstico e Especialidades Veterinárias as amostras sanguíneas de uma cadela, de 13 anos de idade, SRD. Os exames solicitados foram: hemograma completo, quantificação bioquímica sérica de creatinina, frutosamina e glicose. Quantificação de fósforo sérico, cálcio iônico e cálcio e um ultrassom abdominal também foram solicitados. Cistocentese foi realizada para urinálise e quantificação da relação proteína/creatinina urinária. Resultados e Discussão: O resultado do hemograma mostrou linfopenia 475 mm³ (1000 - 4800 mm³), monopenia 95 mm³ (150 - 1350 mm³) e elevação da proteína plasmática total 9,0 g/dL (6.0 - 8.0 g/dL). Sabe-se que a linfopenia pode estar associada a quadro de imunossupressão, infecção viral, infecção crônica, dentre outros. Já a monopenia não é uma alteração significativa na rotina clínica. Quanto ao aumento da proteína plasmática, essa pode estar associada a uma resposta imune, desidratação ou infecção, necessitando-se dessa forma, de maiores investigações. Em relação a dosagem da bioquímica sérica verificou-se: creatinina 1,7 mg/dl (0.5 - 1.5 mg/dl), glicose 363,0 mg/dl (70 - 110 mg/dl ) e frutosamina 351,6 Micromol/l (170 - 340 Micromol/l). Diante dos resultados diagnosticou-se diabetes no animal. Dados mostram que a frutosamina é uma cetoamina derivada de uma reação não enzimática irreversível de um açúcar (grupo carbonil da glicose) com uma proteína (grupo amino da proteína) e é o termo geral para descrever as proteínas glicadas totais. Ela é aumentada em portadores de diabetes em decorrência da formação de aldiminas instáveis e reversíveis que são posteriormente rearranjadas a cetoaminas irreversíveis e estáveis na presença de hiperglicemia persistente. A frutosamina é proporcional à concentração da glicemia e correlaciona-se com a glicemia de jejum e com a hemoglobina glicada. Em relação à elevação da creatinina, essa é um marcador renal. Dessa forma, verificou-se que o animal apresentava um comprometimento desse órgão. Já os níveis de eletrólitos, esses apresentaram todos dentro do limite da normalidade: cálcio 10,10 mg/dl (9 - 11.3 mg/dl), cálcio iônico 5,45 mg/dL (4.0 - 6.0 mg/dL) e fósforo 4,5 mg/dl (2.6 - 6.2 mg/dl). Quanto à urinálise, verificou-se: pH 5 (5,5 - 7,5), glicose (+++), proteína (++), cetona (+). Dados mostram que pH ácido pode estar relacionado ao tipo de dieta, mas nesse relato, provavelmente o animal encontrava-se em acidose metabólica, o que pode ser comprovado pela presença de cetonuria, corpos cetônicos na urina oriundos da degradação de ácidos graxos vindos dos triglicerídeos. Ou seja, o animal encontrava-se em gliconeogênese, reação metabólica comum em quadros de diabetes. A proteinúria estava associada à proteólise, consequência da gliconeogênese também e/ou dano renal. A glicosúria significativa visualizada nesse relato pode ser vista em quadros diabéticos, já que a glicemia ultrapassa o limiar da taxa de filtração glomerular. A relação proteína/creatinina urinária foi de 0,96 (maior que 0,5: Proteinúrico), comprovando mais uma vez a proteinúria no animal. Já a ultrassonografia abdominal mostrou a presença de hepatopatia crônica que pode estar associada a um quadro de esteatose, ou seja, acúmulo de mono,di ou triglicerídeos no citoplasma dos hepatócitos, o qual o animal se encontrava e nefropatia também foi visualizada. Essa última pode ser oriunda do diabetes, conhecida como nefropatia diabética, causada pela esclerose e fibrose glomerulares oriundas de alterações metabólicas e hemodinâmicas. Considerações finais: Conclui-se, nesse trabalho, que o diabetes mellitus induziu alterações metabólicas e morfológicas no organismo do animal. Nessa condição, é importante o clínico avaliar precocemente esses resultados na tentativa de obter um diagnóstico precoce e prognóstico favorável, evitando assim, o óbito do paciente.

  • Palavras-chave
  • Glicose, Metabolismo, Exames laboratoriais.
  • Modalidade
  • Pôster
  • Área Temática
  • Clínica e biotecnologias aplicadas em medicina veterinária
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