Introdução: As doenças neoplásicas representam a segunda principal causa de morte em todo o mundo e estima-se que o número de novos casos cresça significativamente nas próximas décadas (Muscaritoli et al., 2021). O envelhecimento está associado a uma falha no controle da inflamação, conhecida como “envelhecimento-inflamação”. Dessa forma, a inflamação é uma alteração muito frequente no câncer, agindo por meio de uma combinação de efeitos autônomos de células, como o aumento da proliferação de células acarretando à instabilidade genômica e epigenômica e consequências não autônomas de células, como fibrose, rarefação de componentes da MEC e imunossupressão local por células supressoras derivadas de mieloides (López-Otín et al., 2023). Por esse motivo, a inflamação tem um papel duplo no envelhecimento e no câncer, o que implica que a supressão da inflamação pode ter um impacto multifacetado no desenvolvimento de um amplo espectro de distúrbios associados à idade. Distúrbios nutricionais e metabólicos estão relacionados a um efeito prejudicial nos resultados clínicos, como maior tempo de internação hospitalar (Loan et al., 2018), aumento de infecções e readmissões hospitalares (Marshall et al., 2019), complicações pós-operatórias (Loan et al., 2018; Nishiyama et al., 2018) e mortalidade (Marshall et al., 2019; Sanchez-Rodriguez et al., 2020). Assim, avaliar o estado nutricional, o estresse metabólico e o hipercatabolismo relacionado a outras condições, como a sepse, em idosos com câncer é primordial para o sucesso da terapia nutricional. Objetivo: Revisar na literatura sobre as recomendações de energia para pacientes idosos oncológicos. Metodologia: Trata-se de uma revisão de literatura, realizada no mês de setembro de 2024, a partir da análise de diretrizes nacionais e internacionais que norteiam o manejo nutricional do paciente oncológico: Diretrizes da Brazilian Society of Parenteral and Enteral Nutrition (BRASPEN) (Horie et al., 2019), do Consenso Nacional de Nutrição Oncológica elaborado pelo Ministério da Saúde em conjunto com o Instituto Nacional de Câncer (INCA) (2016) e da European Society for Clinical Nutrition and Metabolism (ESPEN) (Muscaritoli et al., 2021). A partir dessa análise, foi realizado um levantamento das recomendações energéticas para pacientes idosos oncológicos. Resultados e Discussão: Os idosos tendem a estarem em risco nutricional, pois, com o envelhecimento, mudanças fisiológicas, metabólicas e na capacidade funcional resultam em modificação das necessidades nutricionais (INCA, 2016). Para manter o estado nutricional estável, a ingestão de energia precisa englobar o Gasto Energético Total (GET) diário do paciente, que é a soma do Gasto Energético de Repouso (GER), atividade física e uma baixa porcentagem da termogênese estimulada pela dieta (Correia et al., 2016). De acordo com a diretriz da BRASPEN, para o cálculo da necessidade energética de pacientes oncológicos, recomenda-se o uso da calorimetria indireta. Porém, na ausência deste método, deve-se considerar o uso de equações preditivas, ajustando o gasto energético posteriormente, com base nos sinais clínicos e no julgamento dos profissionais que acompanham o paciente (Horie et al., 2019). Segundo o Consenso Nacional de Oncologia (INCA, 2016), em pacientes idosos oncológicos que não apresentam estresse, deve ser utilizado de 25-30 kcal/kg de peso atual/dia para manutenção do peso; em estresse leve, de 30-35 kcal/kg de peso atual/dia para ganho de peso e repleção nutricional; em estresse moderado ou grave, recomenda-se a partir de 35 kcal/kg de peso atual/dia, para pacientes hipermetabólicos; em casos especiais como sepse, de 25-30 kcal/kg de peso atual/dia; na presença de obesidade, de 21-25 kcal/kg de peso atual/dia. De acordo com a diretriz da BRASPEN, a ingestão calórica recomendada é semelhante a de indivíduos saudáveis, de 25-30 kcal/kg/dia, sendo que em idosos com Índice de Massa Corporal (IMC) <15,5 kg/m² deve ser de 32-38 kcal/kg/dia (Horie et al., 2019). Ademais, a diretriz da ESPEN (Muscaritoli et al., 2021) também reforça que as necessidades energéticas desse público são consideradas semelhantes ao de indivíduos saudáveis, com a mesma recomendação de 25-30 kcal/kg/dia. Considerações finais: Portanto, considerando a revisão realizada nas diretrizes nacionais e internacionais, conclui-se que a ingestão calórica apropriada dos pacientes idosos oncológicos é de extrema relevância para recuperar adequadamente o paciente durante o tratamento antineoplásico, reduzir intercorrências e evitar o agravamento da doença, visando diminuir o risco de desnutrição, caquexia, sarcopenia e síndrome de realimentação, que são muito frequentes. Em relação às diferentes recomendações calóricas, observa-se que as diretrizes apresentam recomendações semelhantes em relação aos intervalos utilizados para o cálculo da energia diária que o paciente deve ingerir, ressaltando que as recomendações podem variar de acordo com o seu estado metabólico. Diante do importante papel da ingestão calórica no tratamento nutricional de idosos com câncer, faz-se necessário reforçar o uso dessas diretrizes em nutrição oncológica para a atualização dos profissionais integrantes de equipes multiprofissionais de terapia nutricional, para assim promover um cuidado nutricional mais assertivo.
Seja bem-vind@ à leitura dos Anais da Conexão Unifametro 2024!
Temos o prazer de disponibilizar à comunidade acadêmica os Anais do XII Encontro de Iniciação à Pesquisa, XII Encontro de Monitoria, o XIV Encontro de Pós-graduação e o V Encontro de Experiências Docentes. Aqui estão os trabalhos que foram apresentados durante o evento, que agora são compartilhados em forma de artigos digitais.
Esperamos que essa coletânea possa auxiliar em estudos e pesquisas, estimular outros alunos e professores à produção científica e dar subsídios a novas práticas em campos de atuação diversos das áreas da saúde, humanas e exatas.
Agradecemos a todos pela confiaça em compartilhar suas produções científicas em nosso evento e contamos com sua participação na próxima Conexão!.
Boa leitura!
Prof. Antonio Adriano da Rocha Nogueira
Coordenador da Comissão Científica da Conexão Unifametro 2024.
As normas para submissão e apresentação de trabalhos podem ser acessadas em: https://doity.com.br/conexao-unifametro-2024-1/artigos
Comissão Organizadora
Unifametro
Fábio Júnior Braga
Laiza Rodrigues
Tom Lobo
Jéssica Loureiro
André de Sousa Sales
Thalita Rodrigues
Kely de Souza Pereira Maciel
Yara Emilly Lima Bezerra
Viviany Santos Oliveira
Alex Moura Paixão
Keise Daiane Teixeira Sousa
Comissão Científica
Antônio Adriano da Rocha Nogueira - Coordenação Comissão Científica
Denise Moreira Lima Lobo
Kauan Carvalho
A Comissão Científica permanece à disposição pelo e-mail conexaocientifica@unifametro.edu.br e presencialmente na sala da Coordenadoria de Pesquisa e Monitoria (COOPEM) localizada no Campus Carneiro da Cunha do Centro Universitário Fametro - Unifametro.
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2023 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaounifametro2023
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2022 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaounifametro2022
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2021 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaounifametro2021
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2020 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaounifametro2020
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2019 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaounifametro2019
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2018 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaofametro2018