Introdução: A reforma psiquiátrica no Brasil representou um marco na luta pela humanização do cuidado em saúde mental, buscando romper com o modelo manicomial centrado na exclusão e segregação dos indivíduos com transtornos mentais. Para entender melhor esse processo, o presente trabalho traz uma análise do ponto de vista da psicologia social, tendo como base o documentário Holocausto Brasileiro. O filme retrata a violência sistemática cometida contra indivíduos tidos como loucos no Hospital Colônia de Barbacena, expondo a brutalidade de um sistema manicomial que desumanizava os pacientes e os reduzia a meros objetos de exclusão social e traz à tona questões que abrangem saúde mental e direitos humanos, mostrando a necessidade de justiça social no Brasil. A partir das contribuições de Paulo Amarante, que discute a transformação necessária do paradigma psiquiátrico no Brasil, e de André Sales e Magda Dimenstein, que exploram as interseções entre saúde mental, poder e vulnerabilidade social, essa análise reflete sobre as condições históricas que sustentaram esse cenário. Objetivo: Analisar o documentário Holocausto Brasileiro sob o olhar da psicologia social, considerando o tratamento da saúde mental e o contexto da reforma psiquiátrica no Brasil. Metodologia: Realizou-se uma análise fílmica de abordagem qualitativa. Trata-se de um método de investigação que examina os elementos visuais, narrativos e sonoros de uma obra cinematográfica, permite identificar e interpretar os significados e mensagens transmitidos pelo filme. Observaram-se as cenas, os depoimentos e a construção narrativa para compreender como o tratamento de indivíduos em sofrimento psíquico é retratado e como isso se relaciona com o contexto social e histórico da época. As dimensões simbólicas e sociais do filme foram exploradas, conectando-as às discussões sobre saúde mental e reforma psiquiátrica no Brasil. Análise: Com base nos princípios da Psicologia Soviética de Vigotski, Leontiev e Luria, a Psicologia Social no Brasil e na América Latina foi construída por Silvia Lane e Wanderley Codo, que adotaram o materialismo histórico-dialético em suas investigações. Lane enfatizou a importância de uma abordagem sócio-histórica para a psicologia, destacando a necessidade de um compromisso social. No documentário Holocausto Brasileiro, são apresentadas imagens e relatos de violência física e negligência nos manicômios, revelando as condições desumanas às quais os pacientes eram submetidos. Martín-Baró, ao discutir o conceito de violência, argumenta que ela é estrutural e se mantém pelo modelo de produção capitalista, que oprime e mantém as desigualdades (Martins; Lacerda Júnior, 2018). A partir dessa perspectiva, as práticas relatadas no filme, como o uso de eletrochoques e a exploração dos pacientes, exemplificam essa violência institucionalizada (Bomfim; Petrola; Pacheco, 2022). O filme traz à tona o abandono e a falta de direitos básicos para essas pessoas, destacando a continuidade histórica da exclusão dos indivíduos em sofrimento psíquico no Brasil, desde o período colonial até o século XX. Considerações finais: A história do Hospital Colônia revela um exercício de poder sobre o corpo dos sujeitos, evidenciando falhas institucionais e violações de direitos humanos. A violência institucionalizada vai além do excesso de poder, refletindo a exploração do sistema capitalista. Superar a lógica manicomial exige mais do que o fechamento dos manicômios; demanda a implementação de políticas públicas adequadas e um cuidado efetivo para pessoas com transtornos mentais.
Seja bem-vind@ à leitura dos Anais da Conexão Unifametro 2024!
Temos o prazer de disponibilizar à comunidade acadêmica os Anais do XII Encontro de Iniciação à Pesquisa, XII Encontro de Monitoria, o XIV Encontro de Pós-graduação e o V Encontro de Experiências Docentes. Aqui estão os trabalhos que foram apresentados durante o evento, que agora são compartilhados em forma de artigos digitais.
Esperamos que essa coletânea possa auxiliar em estudos e pesquisas, estimular outros alunos e professores à produção científica e dar subsídios a novas práticas em campos de atuação diversos das áreas da saúde, humanas e exatas.
Agradecemos a todos pela confiaça em compartilhar suas produções científicas em nosso evento e contamos com sua participação na próxima Conexão!.
Boa leitura!
Prof. Antonio Adriano da Rocha Nogueira
Coordenador da Comissão Científica da Conexão Unifametro 2024.
As normas para submissão e apresentação de trabalhos podem ser acessadas em: https://doity.com.br/conexao-unifametro-2024-1/artigos
Comissão Organizadora
Unifametro
Fábio Júnior Braga
Laiza Rodrigues
Tom Lobo
Jéssica Loureiro
André de Sousa Sales
Thalita Rodrigues
Kely de Souza Pereira Maciel
Yara Emilly Lima Bezerra
Viviany Santos Oliveira
Alex Moura Paixão
Keise Daiane Teixeira Sousa
Comissão Científica
Antônio Adriano da Rocha Nogueira - Coordenação Comissão Científica
Denise Moreira Lima Lobo
Kauan Carvalho
A Comissão Científica permanece à disposição pelo e-mail conexaocientifica@unifametro.edu.br e presencialmente na sala da Coordenadoria de Pesquisa e Monitoria (COOPEM) localizada no Campus Carneiro da Cunha do Centro Universitário Fametro - Unifametro.
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2023 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaounifametro2023
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2022 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaounifametro2022
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2021 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaounifametro2021
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2020 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaounifametro2020
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2019 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaounifametro2019
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2018 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaofametro2018