O IDEAL DE EU DO SUJEITO NEGRO E SUAS ESTRATÉGIAS DE EMBRANQUECIMENTO

O IDEAL DE EU DO SUJEITO NEGRO E SUAS ESTRATÉGIAS DE EMBRANQUECIMENTO

• Autor
• Daniel Bernardino Muniz
• Co-autores
• Hertha Monteiro da Silva , Pedro Jorge Costa Carneiro , Marcus Kleredis Monteiro Vieira
• Resumo

• Introdução: O presente trabalho é produto das discussões do Grupo de Estudos Psicanálise e Decolonialidade da Unifametro, no qual é estudado as epistemologias decoloniais e suas confluências com a teoria psicanalista. Desse modo, buscou-se analisar os processos de subjetivação de pessoas negras na sociedade brasileira a partir dos escritos de Neusa Santos Souza e Frantz Fanon, os autores elucidam como o sujeito negro, em decorrência do racismo estrutural da sociedade, introjeta em sua realidade psíquica o discurso da branquitude enquanto ideal, subordinando sua própria identidade. Diante disso, o negro busca formas de embranquecer seu corpo e sua identidade como, por exemplo, o apagamento de traços físicos negros e a busca de relações afetivas amorosas apenas com sujeitos brancos, popularmente chamada de palmitagem, algo exemplificado na pintura Redenção de Cam, do artista Modesto Brocos. Diante disso, a pesquisa evidencia, assim, a dialética opressiva que permeia os processos de subjetivação do negro. Objetivos: Objetivamos nesse trabalho analisar estratégias de embranquecimento dos sujeitos negros comuns na contemporaneidade, dentre elas o apagamento de traços físicos e a busca de relações amorosas com pessoas brancas. Metodologia: A metodologia consiste em uma revisão bibliográfica exploratória das obras de Frantz Fanon (2008) Pele negra, máscaras brancas, na de Neuza Santos Souza (2021) em Tornar-se negro: Ou as vicissitudes da identidade do negro brasileiro em ascensão social e a pintura A redenção de Cam de Modesto Brocos (1895). Resultados e Discussão: No decorrer da pesquisa bibliográfica inicial foi constatado como o Ideal de Eu que se refere às balizas imaginárias e simbólicas veiculadas pelo outro da cultura, perante as quais o Eu se constitui como devir, guardando estruturalmente as referências identificatórias para o sujeito. Para Neuza dos Santos Souza (2021), o sujeito negro se encontra em um movimento constante de adequação do Eu, que carrega as marcas de um narcisismo original ferido e confundido pela branquitude, com isso, o Ideal de Eu do negro, inserido em uma cultura estruturalmente racista, é constituído em torno de padrões brancos, produzindo no negro o desejo de ser branco e gerando assim uma ferida narcísica impossível de ser “curada”. Essa ferida, marcada pela desvalorização de sua própria identidade racial, leva muitos indivíduos a adotar estratégias de embranquecimento, na tentativa de se aproximar dos padrões dePalavras-chave

• Negro; Ideal de Eu; Psicanálise
• Modalidade
• Comunicação oral
• Área Temática
• Movimentos Sociais, Conflito e Direitos humanos

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