Introdução: A comunidade é o lugar no qual grande parte da vida de pessoas periféricas é experienciada, lugar este de moradia, de crescimento, de orientação e de proteção da individualidade, frente à sociedade e à natureza. No século XX, após a Primeira e Segunda Guerras Mundiais, houve uma grande manifestação elevada de desemprego, na qual foi inflacionada pela precarização do trabalho e pelo adiamento da proteção social, marcando uma crise salarial na sociedade, de modo que, no Brasil, a pobreza se introduziu como efeito de um progresso central da riqueza socialmente produzida nos espaços territoriais, cujo fato vem impactando as condições de vida de maneira desigual na sociedade. Nesse sentido, a pobreza atribuiu um lugar de privação pelas necessidades básicas do indivíduo e de falta de acesso a serviços essenciais, como a saúde, a educação, o esporte e o lazer, assim como a garantia de direitos básicos, como segurança, liberdade civil e política. Diante das condições de pobreza, o indivíduo lida com fatores de estigmatização, culpabilização e criminalização, o que pode causar danos, como o sofrimento, indignação e o conformismo. Entretanto, apesar dos contextos de vulnerabilidade serem adoecedores, os sujeitos encontram formas de resistir e produzir saúde, como a resiliência, que vai além da recuperação de um dano causado e implica em uma superação do que se era, bem como o crescimento pessoal. Góis (2008, p. 97) enfatiza que, embora seja, um indivíduo fragilizado diante as situações de opressão e aniquilamento, acredita que a vida o impulsiona a viver, a lutar pelos seus direitos, a descobrir seu valor como potência de vida e a poder construir uma vida digna para si e para os outros. A Psicologia Comunitária acredita que “quando o oprimido passa a exercitar-se como pessoa, percebe que as suas mãos são construtoras de si mesmo e de sua realidade, começa a enfrentar a opressão com entusiasmo e se alegra com as suas próprias ações de solidariedade e luta” (Góis, 2003, p. 51). Objetivo: Compreender as implicações psicossociais do ser pobre na vida de sujeitos em situação de vulnerabilidade social e seus modos de resistência. Métodos: Trata-se de uma revisão de literatura evidenciando a área da Psicologia Comunitária com enfoque nos estudos e reflexões do Cezar Wagner de Lima Góis e a contribuição de diversos autores, como Leontiev, Silva e Piscitelli. Foram utilizados elementos científicos, como livros e artigos, sob uma perspectiva de libertação do potencial do morador da comunidade, fortalecendo sua tendência ao desenvolvimento e à autonomia sem deixar de lado as implicações sociais, culturais e políticas. Resultados: A análise dos dados permitiu perceber que ações e políticas específicas, que se distanciam das realidades sociais dos sujeitos, geram fatores que o enfraquecem e o predeterminam para o sofrimento. Esse sofrimento se associa a uma baixa aquisição de efeitos positivos no dia a dia, existentes na subjetividade pessoal e social da comunidade. Para seguir em uma compreensão aprofundada, ampliada e crítica da pobreza, o prisma interseccional é primordial, tendo em vista que as pessoas inseridas nessa circunstância são atravessadas por marcadores históricos e estigmatizadores ideológicos. O sentir-se pobre impede a expressão do valor e poder pessoal do indivíduo, que embora esteja em situação de vulnerabilidade, não deve se conformar e aceitar que esta fragilidade substitua sua condição de potência. A potência de vida, gera a ação que gera o vínculo, não é uma potência destrutiva, mas é uma potência de evolução do indivíduo, que facilita a expressão, o fortalecimento do sentimento de vida e a potencialização da identidade pessoal. Quanto maior a intensidade de sentir-se vivo, nas manifestações de vitalidade, afetividade, criatividade, sexualidade e transcendência, mais o indivíduo se fortalece. Partindo-se da Psicologia Clínico-Comunitária, novas relações sociais e afetivas precisam ser desenvolvidas afim de potencializar a vida do morador que está sujeito a um processo de sofrimento produzido por um cotidiano de submissão, resignação e por uma cultura perpassada pela pobreza, de modo que, se torna essencial que ele seja escutado, valorizado e reconhecido. Considerações finais: Afim de impulsionar estratégias de enfrentamento da pobreza e suas intersecções, se torna válido o avanço frente a compreensão dos indivíduos que são atravessados por marcadores sociais. A prática profissional deve partir desse olhar, onde ouvir o outro seja livre de preconceitos ou julgamentos, mais que na prática seja potencializar, experienciar e valorizar o sujeito de forma singular evidenciando sua potência de vida. Não foi percebida limitações acerca do tema, enfatizando a relevância de novas produções reflexivas na área da Psicologia Comunitária.
Seja bem-vind@ à leitura dos Anais da Conexão Unifametro 2024!
Temos o prazer de disponibilizar à comunidade acadêmica os Anais do XII Encontro de Iniciação à Pesquisa, XII Encontro de Monitoria, o XIV Encontro de Pós-graduação e o V Encontro de Experiências Docentes. Aqui estão os trabalhos que foram apresentados durante o evento, que agora são compartilhados em forma de artigos digitais.
Esperamos que essa coletânea possa auxiliar em estudos e pesquisas, estimular outros alunos e professores à produção científica e dar subsídios a novas práticas em campos de atuação diversos das áreas da saúde, humanas e exatas.
Agradecemos a todos pela confiaça em compartilhar suas produções científicas em nosso evento e contamos com sua participação na próxima Conexão!.
Boa leitura!
Prof. Antonio Adriano da Rocha Nogueira
Coordenador da Comissão Científica da Conexão Unifametro 2024.
As normas para submissão e apresentação de trabalhos podem ser acessadas em: https://doity.com.br/conexao-unifametro-2024-1/artigos
Comissão Organizadora
Unifametro
Fábio Júnior Braga
Laiza Rodrigues
Tom Lobo
Jéssica Loureiro
André de Sousa Sales
Thalita Rodrigues
Kely de Souza Pereira Maciel
Yara Emilly Lima Bezerra
Viviany Santos Oliveira
Alex Moura Paixão
Keise Daiane Teixeira Sousa
Comissão Científica
Antônio Adriano da Rocha Nogueira - Coordenação Comissão Científica
Denise Moreira Lima Lobo
Kauan Carvalho
A Comissão Científica permanece à disposição pelo e-mail conexaocientifica@unifametro.edu.br e presencialmente na sala da Coordenadoria de Pesquisa e Monitoria (COOPEM) localizada no Campus Carneiro da Cunha do Centro Universitário Fametro - Unifametro.
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2023 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaounifametro2023
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2022 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaounifametro2022
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2021 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaounifametro2021
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2020 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaounifametro2020
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2019 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaounifametro2019
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2018 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaofametro2018